terça-feira, 21 de abril de 2015
Ramana Maharshi sobre a pergunta que destrói o ego: "Quem sou Eu?".
"Por quanto tempo a investigação deve ser praticada?
Enquanto existirem impressões de objetos na mente, a investigação 'Quem sou Eu?' é necessária. Assim que surgem os pensamentos, eles devem ser destruídos, ali mesmo, no exato lugar de sua origem, através da investigação. Se alguém faz uso da contemplação do Ser ininterruptamente, até que o Ser seja obtido, isso por si só já é suficiente. Enquanto houver inimigos dentro da fortaleza, eles continuarão atacando; se forem destruídos assim que emergirem, a fortaleza cairá em nossas mãos.
A metáfora de Lúcifer, o anjo preferido de Deus, o anjo da luz, o anjo da mente, é a história de, "Eu, meu. O meu poder, a minha glória, a minha vida, as minhas ações, as minhas conquistas, a minha vitória". Por fim, de forma abençoada, há o regresso da mente à sua fonte.
Quando isto for reconhecido, Lúcifer já não é o diabo, já não está em oposição, já não está ao serviço das alucinações de "eu" e "meu". Então, o Lúcifer pode, de novo, servir Deus. A mente pode servir a sua fonte. O regresso é a entrega. Deixa Deus ter-te. Desiste de toda a ideia e de toda a imagem do que Deus é. Pára de colocar limitações a Deus. Deixa que Deus tenha a tua vida. Pode nem sempre ser confortável, mas o que é uma vida de conforto em comparação com esta servidão sagrada? Sim, não vendas a tua alma por conforto. É uma venda miserável e não traz descanso. Poderá haver uma altura de emoção momentânea ou uma momentânea cessação de dor, mas tu já fizeste isto demasiada vezes. Tu sabes que nunca serás feliz até que entregues todos os teus fardos desnecessários. Por que adiar? Qualquer adiamento é mais um fardo desnecessário.
Gangaji
Quando isto for reconhecido, Lúcifer já não é o diabo, já não está em oposição, já não está ao serviço das alucinações de "eu" e "meu". Então, o Lúcifer pode, de novo, servir Deus. A mente pode servir a sua fonte. O regresso é a entrega. Deixa Deus ter-te. Desiste de toda a ideia e de toda a imagem do que Deus é. Pára de colocar limitações a Deus. Deixa que Deus tenha a tua vida. Pode nem sempre ser confortável, mas o que é uma vida de conforto em comparação com esta servidão sagrada? Sim, não vendas a tua alma por conforto. É uma venda miserável e não traz descanso. Poderá haver uma altura de emoção momentânea ou uma momentânea cessação de dor, mas tu já fizeste isto demasiada vezes. Tu sabes que nunca serás feliz até que entregues todos os teus fardos desnecessários. Por que adiar? Qualquer adiamento é mais um fardo desnecessário.
Gangaji
Fonte: https://www.facebook.com/GangajiEmPortugues/photos/pb.501833269837475.-2207520000.1429621010./504930619527740/?type=1&theater
segunda-feira, 20 de abril de 2015
"Feliz aquele que, tendo aprendido a dominar todas as paixões, emprega sua energia no cumprimento das tarefas impostas pela vida sem se preocupar com o resultado. O objetivo do teu esforço deve ser a ação, e não aquilo que ela produzirá. Não sejas um daqueles que, para agir, necessita de estímulo representado pela esperança de recompensa!
Não deixes teus dias se evanescerem na indolência. Sê trabalhador e cumpre com teu dever sem te inquietares com as consequências, sejam elas bons ou maus produtos; essa indiferença atrairá tua atenção para as considerações espirituais. Busca refúgio apenas na sabedoria, pois apegar-se aos resultados causa infelicidade e sofrimento. O verdadeiro sábio não se ocupa daquilo que é bom ou mau no mundo. Pensa sempre nessa direção: eis o segredo da vida."
fonte: https://www.facebook.com/pages/Rosacruzes-e-Martinistas/242952529109330?fref=nf
A SADHANA DA CORPORIFICAÇÃO DE TODOS OS SIDDHAS
Por
Chogyam Trungpa Rinpochê
(Esta sadhana foi composta por Chogyan Trungpa Rinpochê em Taktsang no Butão [nas fotos] em 1968. Foi em Taktsang que Guru Padmasambhava meditou e se manifestou como a forma irada conhecida como Dorje Trollo cerca de 900 anos atrás. A Sadhana foi completada no auspicioso dia de lua cheia de 6 de setembro de 1968. Foi traduzida para o inglês por Chogyan Trungpa Rinpochê e Kunga Dawa. [Cópia mimeografada de 7 de setembro de 1968, International Mahayana Institute, Katmandhu, Nepal])
Homenagem à corporificação de todos os siddhas!
Esta é a hora negra da Era Negra, na qual as doenças, a fome e as guerras estão crescendo como o feroz vento do norte. Os Ensinamentos do Buddha têm perdido força. As várias escolas da Sangha estão lutando umas contra as outras com sectarismos sem cura, e ainda que os Ensinamentos do Buddha sejam explicados e tenha havido importantes Ensinamentos desde então de outros grandes Gurus, eles tem procurado especulação intelectual. O sagrado mantra tem sido imitado do Bom e os Iogues do Tantra perderam a percepção da meditação. Eles gastam seu tempo indo através das vilas a realizar pequenas cerimônias para ganho material.
No geral não se age de acordo com o mais alto código da disciplina, meditação e sabedoria. A jóia da percepção é enfraquecida dia a dia. O Ensinamento do Buddha é usado meramente para finalidade política e para trazer as pessoas juntas socialmente. Como resultado, as bênçãos da energia espiritual têm sido perdidas. Se os Buddhas dos três tempos e os grandes mestres fossem comentar isso, eles certamente expressariam seus desapontamentos. Assim, para habilitar indivíduos a buscar por si próprios seus socorros e renovar a força espiritual, eu escrevi esta SADHANA DA CORPORIFICAÇÃO DE TODOS OS SIDDHAS.
A Sadhana se divide em três partes.
Primeiramente, deixe a mente não contaminada pelos oito cuidados mundanos. Você deve relaxar e estar num lugar calmo, com uma boa atmosfera para descansar a mente na grande auto-existente Mandala dos fenômenos aparentes, e tomar o Refúgio.
Namo:
Terra, água, fogo e todos os elementos,
Os animados e os inanimados, as árvores e a grama e assim por diante,
Todos pertencem à natureza da equanimidade auto-existente,
Que é simplesmente o que o Grande Irado é.
Na espontânea sabedoria do Trikaya
Eu tomo refúgio com corpo, fala e mente.
Para libertar aqueles que sofreram nas mãos dos três Senhores do Materialismo
E ficaram temerosos com o fenômeno externo, que é sua própria projeção,
Eu tomo este voto em meditação.
Medite nesta grande simplicidade que está além das concepções e veja através das complexidades da dualidade, a qual imagina o fenômeno aparente e o ego como separados. A corrente subterrânea dos pensamentos com todos as suas insignificâncias, dúvidas e medos – tudo isso deve ser superado com grande segura e corajosa certeza que é o elemento transcendental da voz de Manjusri, Mikyo Dorge(ver notas). Assim nasce esta percepção. Seja decidido, saiba o que é isto, veja claramente – estes são os três tipos de confiança.
A espontânea Mandala Mahamudra está agora criada desde a sabedoria das quatro Abhisekha. Isto vai ser clarificado pelas seguintes palavras:
HUM HUM HUM
No ilimitado espaço da ipseidade,
Na disposição da grande Luz
Todos os milagres da visão, som e mente
Todas as cinco sabedorias e os cinco Buddhas
Está a Mandala que nunca é construída
Mas que é sempre completa. Isto é a Grande Bênção
Primordial e onipresente. HUM
É a ilimitada equanimidade que nunca muda
unificada num único círculo, acima das confusões.
Em seu caráter básico não existe nenhum traço
De ignorância ou de compreensão.
Nada seja o que for, mas todas as coisas nascem disso
que isso revela o espontâneo agir da Mandala.
HUM HUM HUM
Meu total ser é Dorge Trollo
E minha forma é Karma Pakshi
Minha fala é Mikyo Dorje
Com esta inabalável convicção
Corajosamente goze o Mahamudra
E atinja a experiência de Maha Ati.
HUM HUM HUM
No estado de não-meditação todos os fenômenos se depositam naquele grande cemitério no qual jazem enterradas as complexidades de Samsara e Nirvana. Este é o Universal chão de terra de todas as coisas; esta é a base da libertação e também a base da confusão. Dentro dela a Ira Vajra, a chama da morte, queima ferozmente e consome a fábrica dos pensamentos dualistas. O Rio Negro da morte, a Paixão Vajra, turbulenta com volumosas ondas, destrói a balsa da conceituação pelo rugir sonoro do imensurável vazio. O grande Vento Venenoso da Ignorância Vajra sopra com onipresente energia, como a tormenta do outono, e varre para longe todos os pensamentos de posse e ego como um monte de poeira.
Tudo o que você vir pertence à natureza desta sabedoria que transcende passado, presente e futuro. Daqui vêm os Buddhas do passado; aqui vivem os Buddhas do presente; esta é a terra primordial da qual os Buddhas do futuro virão. Este é o celestial Reino das Daquinis, o Secreto Cemitério da resplandescente montanha. Mas você não vai encontrar terra e pedra ordinária aqui, mesmo se você procurar por isso. Todas as montanhas são Buddha Sang-gye Chema, que é a toda onipresente sabedoria da equanimidade e imutável pureza. Este é o reino onde a distinção entre a experiência da meditação e da pós-meditação não mais ocorre. Neste estado intimorato, mesmo se os Buddhas dos Três Tempos se levantassem contra si, você permaneceria na indestrutível natureza Vajra. A água que flui aqui é o Buddha Mamaki, que é o Lago do Espelho da Sabedoria, clara e pura, ainda que o céu esteja dissolvido. Aqui está o Jubiloso Rio, que é a transcendente forma das oito tipos de consciência. Isto flui dentro da grande Pureza, que vai além do limpo e não-limpo.
Em várias partes deste Cemitério podem ser vistas as Terrificantes Árvores que são as Protetoras Mahakalis: Rangjung Gyelmo, Dorje Sogcruppa, Tusolma e Ekajati. Nestas árvores urubus, corvos, falcões, e águas pousam, ardendo por carne e sedentas de sangue. Eles representam o conceito de bom e mal. Enquanto você não parar de apegar-se a esses conceitos as Mahakalis vão continuamente manifestar-se como terrificantes deusas e perigosos demônios.
Vários animais rugem ao redor: tigres, leopardos, ursos, chacais, e cães, todos uivantes e correndo irritados para cima e para baixo. Eles representam os diferentes tipos de percepção. Aqui também existem estupas do Estado Iluminado da Mente, onde grandes iogues vivem. Elas representam os supernormais poderes que não precisam ser buscados.
No meio deste Reino Celestial existe uma imensa montanha de pedra, a qual nasce do cadáver do Rudra do Ego. É de forma triangular e perfura o céu. Ela é dignificante e aterrorizadora, e irradia a luz azul de Vajra-sattva. No topo desta montanha está um triângulo vermelho o qual acomoda todos os fenômenos aparentes e a totalidade da existência. Esta é a terra primordial onde a questão do Samsara e Nirvana não aparece. Isto é o início e o fim de todas as coisas. O triângulo irradia a radiante luz vermelha da cordialidade e compaixão. Acima do triângulo se encontra a bela flor, um lótus de cem pétalas, em plena floração, exalando um delicado perfume. Isto é o lótus da sabedoria da discriminação. Ali está a Lua da Grande bênção e meios hábeis. E ali está o Sol da Sabedoria e Sunyata.
HUM
A sonora voz do silêncio é ouvida. Dela aparece o Corpo de Arco-íris da Sabedoria. Ele é a união do corpo, fala e mente de todos os Buddhas. Ele é o auto-nascido Mestre, o Senhor dos Herukas, Padma Thotring, o lama cujo poder se estende sobre todos os fenômenos aparentes e sobre a totalidade da existência. Ele é Karma Pakshi, em quem está unificado a imutável mente do Guru, a sabedoria do Yidam, além do aumento e diminuição, e os Protetores – o confuso pensamento que retornou à sua nudez. Ele é de cor azul-escura, simbolizando a unidade de todas as coisas com compaixão. Ele é inseparável da pacificação e mesmo assim atua em qualquer ação necessária. Ele elimina as necessidades, destrói o que deve ser destruído e cuida de qualquer cuidado. Sua ira, destituída de raiva, é tão feroz quanto se os Três Mundos estivessem em fogo. Sua presença é opressiva. Seus Três Olhos de Sabedoria estão injetados de sangue e olham fixos para todas as direções e irradiam luz, excedendo em brilho o sol e a lua. Sua expressão é irada, e ele morde o lábio inferior. Ele tem uma barba negra triangular, brilhante e torcida em um ponto, emitindo chamas de fogo. Em sua mão direita, levantada para os céus, ele segura um Dorje de nove pontas de metal meteórico, emitindo uma chuva de chamas vermelhas, todas na forma da letra HUM. Assim ele subjuga o orgulho espiritual. Em sua mão esquerda ele segura a Phurba, também de aço meteórico, emitindo uma chuva de chamas na forma de milhares de Mahakalas. A Phurba perfura através do coração da paixão sedutora. Ele veste os três mantos de um Bhiksu, significando a realização da disciplina, meditação e sabedoria. Ele é o Originador e Mestre de todas as atividades do Buddha. Por isso ele usa a Coroa Negra, brilhante de ouro e chamejante com incessante luz, emitindo uma firme corrente de discos de luz de cinco diferentes cores, que são os cinco Buddhas. Ele está sobre uma dakini na forma de uma tigresa grávida, com sua perna direita dobrada e sua perna esquerda entendida na postura Heruka.
Mesmo pensando nele se destrói a Montanha de conceituações. Ver sua imagem seca o oceano do dualístico apego. Ele está imerso em chamas, que irradiam o intenso calor da compaixão.
No centro de sua testa está a imutável forma de Vairocana, que é Tusum Kyempa, o Rasjah Dharma dos três mundos em manto de Bhiksu, com suas mãos em postura de meditação, segurando um Dorje. Ele tem cabelos brancos e face magra, de aparência morena. Sua expressão é sábia e pacífica. Ele usa uma Coroa Negra, ornamentada com um dourado Dharmachakra que emite raios de luz. Ele está sentado de pernas cruzadas na costa de um elefante.
No centro da garganta de Karma Pakshi está Mikyo Dorje, o Senhor da Fala, a incessante voz de Amitabha. Ele é de cor laranja. Veste uma pele de tigre ao redor de sua cintura e um manto de pele humana ao redor de seus ombros. Ele porta ornamento de osso e jóias. Na sua levantada mão direita ele segura a espada de sabedoria, a qual corta a raiz da Inconsciência Universal. Em sua mão esquerda, ao nível de seu coração, ele segura o vaso que contém o tesouro do Dharma. Sua face irradia amizade. Um rápido olhar sobre ele é suficiente para abrir a porta da confiança. O pensar nele desperta a memória. Como Senhor da família Padma, ele usa a Coroa Negra, ornada com um lótus dourado irradiando a luz vermelha de Amitabha. Ele está sentado sobre um leão branco.
No centro do coração do Grande Irado está o Rei dos Tathagatas, Rangjung Dorje, a natureza Vajrasattva do infinito despertar. Ele é azul, com uma face serena e amiga, expressando o estado que transcende o limite entre meditação e não-meditação. Por um olhar em sua face a sabedoria do pensamento é transmitida. Seus três olhos contemplam o insondável espaço. Ele atingiu o mais alto estado de simplicidade e é portanto visto nu, sentado com pernas cruzadas, com as mãos em postura de meditação segurando uma caveira cheia de amrita. Ele é o Rei dos Reis e o possuidor do Indestrutível Vajra Abhisekha, e portanto usa a Coroa Negra brilhante com ouro e ornada com um Vajra. A luz azul de Samantabhadra, o Todo-Bom, brilha da Coroa, no primordial estado no qual nem a liberação nem a confusão nunca nem nasceu.
Ao redor de Karma Pakshi uma grande corte de Buddhas e a Sangha, junto com a elocução do Dharma preenche o céu. Eles estão rodeados de Dharmapalas e Dakinis. O som de HUM e AH e PHAT sacodem o céu. Isto é como se todos os instrumentos musicais do universo estivessem tocando simultaneamente. Tudo que você vir é a forma de Karma Pakshi aparecendo violentamente; tudo que você ouvir (pense) é a voz (pensamento) de Karma Pakshi deixada livre (solta). No espontâneo estado de existência onde a meditação é sem esforço, todos os movimentos são a Dança Vajra e todos os sons são a Música Vajra. Esta é a grande mandala do Guru.
Nota: desta maneira descanse a mente no Mahamudra de devoção com grande confiança e concentração unipolarizada. Sua mente deve estar livre de mesquinharias e dúvidas.
Agora se segue a súplica:
Ó Karmapa, Senhor e Conhecedor dos Três Tempos,
Ó Padmasambhava, Pai e Protetor de todos os seres,
Você transcende todo ir e vir,
Compreendendo isso, eu apelo a você
Que pense no seu único filho,
Eu sou um animal crédulo e sem socorro
Que perseguiu a miragem da dualidade.
Eu tenho sido tolo o suficiente para pensar que possuo minhas próprias projeções,
Assim, agora você, meu pai, é o único refúgio;
Apenas você pode alcançar o estado de Buddha.
A gloriosa montanha (o Reino de Guru Rinpochê) cor de cobre está em meu coração.
Não é esta pura e mente que tudo permeia nua em seu lugar de viver?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver isso.
A alegria do espontâneo despertar, que está comigo todo o tempo,
Não é a sua face sorridente, Ó Karma Padmasambhava?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver isso.
No glorioso Tagtsang, na caverna
que pode acomodar todas as coisas,
Samsara e Nirvana,
Os heréticos e bandidos da esperança e medo
são subjugados e todas as experiências
se transformam na sabedoria louca.
Não é isto que você faz, ó Dorje Trollo?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver sua face
Ainda que eu tropece na grossa, negra neblina do materialismo,
Eu ainda aspiro ver isso.
O cadáver, inchado com os oito mundanos conceitos,
é cortado em peças pela faca do desapego
e servido como um banquete da Grande Bênção.
Não é isto que você faz, ó Karma Pakshi?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver sua face.
Ainda que eu tropece na grossa, negra neblina do materialismo,
Eu ainda aspiro ver isso.
No ilimitado espaço da não-meditação
Ele que gestualiza a grande dança de Mahamudra
Coloca um fim nos pensamentos
Assim todos os atos se tornam as ações do Guru.
Não é isto que você faz, ó Tusum Kyenpa?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver sua face.
Ainda que eu tropece na grossa, negra neblina do materialismo,
Eu ainda aspiro ver isso.
Quando a corrente de pensamentos é auto-liberada
E a essência do Dharma é conhecida
São compreendidas todas as coisas
e os fenômenos aparentes
são todos registros de necessidades.
Não é isto que você faz, ó onisciente Mikyo Dorje?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver sua face.
Ainda que eu tropece na grossa, negra neblina do materialismo,
Eu ainda aspiro ver isso.
O Reino do Não-Dharma, livre de conceitos,
é descoberto dentro do coração.
Aqui não existe a hierarquia dos diferentes estágios
e a mente retorna a seu estado de nudez.
Não é isto que você faz, ó Rangjung Dorje?
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver sua face.
Ainda que eu tropece na grossa, negra neblina do materialismo,
Eu ainda aspiro ver isso.
O Pai Guru, a incorporação de todos os siddhas,
é onisciente e onipresente
onde quer que você olhe seu transparente corpo lá está
e o poder de sua bênção não pode nunca diminuir
Ainda que eu viva na viscosa sujeira da Era Negra
Eu ainda aspiro ver sua face
Ainda que eu tropece na grossa, negra neblina do materialismo,
Eu ainda aspiro ver a sua face.
Vivendo como estou na Era Negra
estou chamando por você porque estou preso
nesta prisão, sem refúgio ou protetor
a Era dos três venenos amanheceu
e os três senhores do materialismo
confiscaram o poder
este é o tempo do inferno sobre a terra;
a tristeza está sempre sobre nós
e incessante depressão pesa sobre nossas mentes.
A busca por um protetor externo
não encontra com o sucesso.
A idéia de uma deidade como ser externo
decepciona-nos e nos desencaminha
contar com nossos amigos não traz nada
mais que lamento e insegurança.
Assim agora eu não tenho outro refúgio
senão você, Karma Pakshi, o Nascido no Lótus.
Pense em nós, pobres, miseráveis, infelizes,
com funda devoção e intenso desejo.
Eu suplico a você. O tempo é este
de você aparecer e fazer algo
a tradição meditativa diminui
e predomina a argumentação intelectual
estamos ébrios de orgulho espiritual
e seduzidos de paixão.
O Dharma é usado para ganho pessoal
e o rio do materialismo queima suas margens
a perspectiva materialista domina em todo lugar
e a mente é intoxicada por conceitos mundanos
sob tais circunstâncias como pode você abandonar-nos?
Este é o tempo quando seus filhos mais precisam de você
e como nenhum oferecimento material vai agradá-lo
o único oferecimento que posso fazer
é seguir o seu exemplo.
Quando o feroz e irado Pai aproximar-se
O mundo externo será visto
transparente e irreal. O raciocínio
da mente não mais pega e compreende.
Será maravilhoso chegar em seu domínio
na terra pura da Montanha Ardente
onde toda experiência é alegria
Hey, ho, feliz yogi!
Cada momento mental
torna-se bênção e vacuidade
toda polaridade desaparece
quando a mente emerge em sua nudez
esta é a Mandala na qual
os seis sentidos estão auto-liberados
vendo sua face estou jubiloso
agora dor e prazer se transformaram
num ornamento que me é agradável de vestir.
A experiência de alegria se torna devoção
e estou bêbado de bênçãos todo-penetrantes
este é o sinal da união da mente com o Guru
a totalidade da existência é livre e torna-se o Guru
quando esta bênção baixa a depressão de seu filho
é inteiramente liberada em felicidade
obrigado, grande Karmapa! obrigado Pai Padmakara!
Não há separação de Professor e Discípulo
Pai e filho são uno no reino do pensar
conceda suas bênçãos para que minha mente possa seguir o Dharma
conceda suas bênçãos para que minha prática de Dharma possa ter sucesso no caminho
conceda suas bênçãos para que seguindo o caminho a confusão seja esclarecida
conceda suas bênçãos para que a confusão se transforme em sabedoria.
Repita estes “Quatro Dharmas de Gampopa” de novo várias vezes. Deve experimentar nascer para a devoção de Mahamudra tendo total fé no Guru. Quando o sentimento de devoção ficar muito forte, então agora deve compreender que o Guru não é externo. Isto quer dizer que, quando um flash da lembrança do Guru nasce, a mente torna-se relaxada e se abre; ou, quando você relaxa em meditação, inseparável da lembrança do Guru, a correta atmosfera é criada e a mente começa a clarear-se e desnudar-se.
Algumas vezes, para deixar os desejos e apegos aparte do Caminho, você deve fazer os seguintes oferecimentos:
Para a sabedoria-louca dos Buddhas dos três tempos,
a unificada Mandala de todos os Siddhas, Dorje Trollo Karma Pakshi, eu faço esta súplica.
Desejo, ódio e os outros obstáculos são auto-liberados
Para o ilimitado corpo de arco-íris de sabedoria, Padmakara Karma Pakshi,
O universal Heruka que existe independente da crença das pessoas, eu faço esta súplica.
Tudo o que for visto com os olhos seja vividamente irreal em vacuidade, ainda que exista sua forma:
esta é a verdadeira imagem de Tusum Kyenpa, para quem eu suplico.
Tudo o que for ouvido com os ouvidos é o eco da vacuidade, ainda que real:
esta é a clara e distinta expressão de Mikyo Dorje, para quem eu suplico.
Bom e mal, feliz e infeliz, todos os pensamentos desaparecem em vacuidade, como a impressão de um pássaro no céu.
Esta é a vívida mente de Rangjung Dorje, para quem eu suplico.
O mundo animado e inanimado está na Mandala do glorioso Mahasiddha, isto não se pode mudar.
Isto permanece para sempre impressionante e colorido. Por esta Mandala agora que eu suplico.
A esperança de atingir a Budeidade e o medo de continuar vagando no Samsara
A dúvida se a sabedoria existe internamente, e outros dualísticos pensamentos que funcionam como obstáculos – tudo isso é meu banquete de oferendas.
Comida, riqueza, companhia, fama e apego sensual –
tudo isso eu ofereço para o elaborado arranjo da Mandala
As intenções, o desejo e a paixão eu ofereço como um grande oceano de sangue quem vem da matança do Samsara.
Pensamentos de raiva e ódio eu ofereço como amrita que intoxica a extrema crença e as torna inoperantes.
Tudo o que nasce internamente: pensamentos vagantes, descuidados e tudo que é matéria da ignorância,
Eu ofereço como a grande montanha da torma, ornamentada com os oito tipos de consciência.
Tudo o que nasce é mero jogo mental.
Tudo isso eu ofereço, preenchendo o inteiro universo.
ofereço sabendo que doador e receptador são o mesmo;
ofereço sem esperar nada em retorno e sem esperar ganho de mérito;
faço esses oferecimentos com a transcendental generosidade
no Mahamudra.
Agora que fiz esses oferecimentos, por favor conceda suas bênçãos para que minha mente possa seguir o Dharma;
conceda suas bênçãos para que minha prática de Dharma passa ser bem sucedida no caminho;
conceda suas bênçãos para que seguindo o Caminho a confusão seja clarificada;
conceda suas bênçãos para que a confusão se transforme em sabedoria.
Em seguida vem a especial súplica e tomada de Abhisekha. Isto foi composta pelo próprio Guru Rinpochê:
HUM HUM HUM
Na caverna de Tagtsang Sing-ge Samdrup
Aquele que subjugou as forças do mal
e enterrou tesouros nas pedras e montanhas nevadas
em vários sagrados lugares do Tibet
demonstrou compaixão para o povo da futura
Era Negra. Eu suplico a você, Dorje Trollo;
Eu suplicio a você, Padmakara.
(As Seguintes quatro linhas foram compostas por Karma Pakshi)
HUM HUM HUM
Você é o Senhor dos Yidans e Conquistador da totalidade da existência e de todos os fenômenos aparentes;
Você subjugou o vício do Imperador Mongol
e superou a energia do fogo, água, veneno, armas e forças do mal:
Eu suplico a você, Karma Pakshi.
(As Seguintes quatro linhas foram compostas por Sharmapa)
HUM HUM HUM
Você que cumpre todos os desejos
E é o Senhor do espaço descentralizado
você que brilha com uma bondosa e resplandecente luz
Eu suplicio a você, Tsurphupa.
(As Seguintes quatro linhas foram compostas pelo próprio Mikyo Dorje)
HUM HUM HUM
AH! Mikyo Dorje preenche a totalidade do espaço
HO! Ele é a alegria Vajra que emite resplandecente luz
HUM! Ele é a energia da música e o Senhor dos Mensageiros
OM! Ele é a irada ação que purifica todas as impurezas.
(As Seguintes quatro linhas foram compostas por Autor Desconhecido)
HUM HUM HUM
O Bodhissattva Rangjung Dorje
é como o descobridor da Jóia que satisfaz a todos os desejos:
Ele remove a pobreza de si e dos outros:
Ele é a fonte de tudo que é necessário
Eu suplico ao seu corpo de sabedoria.
(As Seguintes quatro linhas foram compostas por Guru Rinpochê)
HUM HUM HUM
Tudo o que ocorrer no reino da mente
(como os pensamentos dos quatro venenos)
não deve ser o guia ou ser seguido
apenas deixe isto ficar em seu verdadeiro estado
e alcance a Liberação do Dhamakaya:
Eu suplico ao Guru auto-liberado, perfeita percepção.
Cante o tríplice HUM como mantra inúmeras vezes. Então, unindo sua mente com os pensamentos do oceano de Siddhas, suas opressivas presenças e bênçãos serão sentidas em grande júbilo e vacuidade. A visualização torna-se apenas uma mistura de cores. Os deslumbrantes raios das Cinco Sabedorias são vermelho brilhante, verde escuro, azul claro, puro amarelo e brilhante branco. Eles não são estáticos, mas oscilam todo tempo e preenchem a totalidade do céu e terra. São tão brilhantes que é difícil olhar para eles. Ao mesmo tempo você pode ver uma chuva de amrita e de flores multicoloridas e você perde o definido conceito de “aqui” e “lá” e fica atordoado. Agora você se torna o Senhor do reino do Trikaya e recebe a simples e definitiva Abhisekha. Você se torna uno com o corpo, fala e mente dos Siddhas.
A seguir recite os versos (compostos por Mikyo Dorje):
HUM HUM HUM
Quando o precioso Guru se aproxima
A totalidade do espaço fica cheia de arco-íris e raios de luz.
Ele envia para toda a parte suas emanações e mensageiros
E rugidoras chamas de bênçãos se disparam pelo céu.
Várias experiências de meditação e flashes de instantânea compreensão ocorrem.
Oh, o Grande Guru!
Eu sigo seu exemplo, por favor se aproxime e conceda suas bênçãos.
Abençoe este lugar!
Conceda-nos as quatro Abhisekhas
e clarifique todos obstáculos.
Conceda-nos os siddhis últimos e relativos.
HUM HUM HUM
HUM HUM HUM
Na Mandala de Mahamudra
Brilha o luar, puro e todo-penetrante.
Todo fenômeno aparente é um jogo mental
Todas as qualidades estão completamente dentro da mente
Eu, o iogue, sou destemido e livre de ocupações.
Esperanças e medos de atingir e abster-se são inutilidades.
Eu desperto dentro da sabedoria com a qual nasci
e a energia da compaixão nasce sem pretensões.
Hey, ho, o espontaneamente existente Rishi!
O Sidda desfruta de si mesmo com grande simplicidade.
AH AH AH
Para terminar, aqui estão os auspiciosos versos finais; assim termine cantando alegremente esses versos:
As chamas da sabedoria expelem brilhante luz:
Possa a bondade de Dorje Trollo estar presente!
Karma Pakkshi, Senhor do Mantra, Rei da Percepção –
Possa a sua bondade, também, estar presente!
Tusum Kyenpa, o Buddha Primordial
Acima de parcialidade - Possa a sua bondade estar presente!
Mikyo Dorje, Senhor da Ilimitada Fala –
Possa a sua bondade estar presente!
Rangjung Dorje, único olho de sabedoria sem falta –
Possa a sua bondade estar presente!
O Guru Kagyu, a luz de cuja sabedoria é a tocha
para todos os seres - Possa a sua bondade estar presente!
O oceano de Yidans que satisfazem os desejos e executam todas as ações –
Possa a sua bondade estar presente!
Os Protetores que plantaram firmemente a vitoriosa bandeira
de Dharma - Possa a sua bondade estar presente!
Possa a bondade da grande Mandala da Mente Mahamudra estar presente!
Depois de praticar esta Sadhana desfrute da presença do Guru e da energia de compaixão e devoção.
É esperado que esta Sadhana seja praticada por aqueles que estiverem preparados para ver a vívida face do Dharma dentro dela. A Sadhana vai ajudar a purificar o presente estado de degeneração filosófica e de prática meditativa. Vai auxiliar a trazer paz na promoção de guerra do materialismo.
Na gruta da Montanha de cobre
a mandala criada pelo Guru
as bênção de Padma entraram em meu coração
eu sou o jovem homem tibetano!
Vejo o amanhecer de Mahamudra
e desperto na verdadeira devoção:
A sorridente face do Guru está sempre presente
sobre a Dakini tigresa grávida
acontece a dança da sabedoria enlouquecida
de Karma Pakshi Padmasambhava
proferindo o sagrado som de HUM
sua torrente de raios de energia é impressionante.
O dorje e phurba são as armas de autoliberação:
com penetrante exatidão eles cortam
através do coração do orgulho espiritual.
As nossas faltas são assim expostas
que nenhuma máscara possa esconder o Ego
e não se pode mais esconder
o não-Dharma que Dharma pretende ser.
Através de todas as vidas que eu possa continuar
a ser o Mensageiro do Dharma
e ouvir a canção do Rei dos Yanas.
Que eu possa levar a vida Bodhisattva.
RESUMO DAS NOTAS
A prática da Sadhana: Todas as partes da Sadhana escritas em versos e o trecho “No estado de não-meditação... [até] Esta é a grande mandala do Guru” devem ser proferidas em voz alta. Essas passagens podem também ser cantadas.
Há uma meditação silenciosa sem forma depois da terceira repetição de “NAMO” ["Eu tomo este voto em meditação"].
Depois de cantar o tríplice HUM, você continua cantando silenciosamente o mantra por algum tempo.
DORJE TROLLO – aspecto irado de Guru Rinpochê.
KARMA PAKSHI –Segundo Karmapa,
TUSUM KYENPA – Quinto Karmapa.
MIKYO DORJE – Oitavo Karmapa.
RANGJUNG DORJE – Terceiro Karmapa.
(Trad. R. Samuel, terminada em 18 de junho de 2007. Antiga cópia mimeografada encontrada em Kathmandu, em 1993, quando iniciamos a tradução.)
http://caminhodeshantideva.blogspot.com.br/2009/07/sadhana-da-corporificacao-de-todos-os.html
INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA O EXERCÍCIO DA MEDITAÇÃO
INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA O EXERCÍCIO DA MEDITAÇÃO
(SATIPATTHANA VIPASSANÃ)
Mahasi Sayadaw
(Burma 1904-1982)
PREFÁCIO
O “Guia Prático do Curso de Meditação Vipassana” (em dois volumes) é um tratado escrito por Mahasi Sayadaw, Aggamahapandita Bhaddanta Sobhana, Maha Thera. O primeiro volume contém uma explicação dos princípios fundamentais para a prática da Meditação Vipassana, de acordo com o Satipatthana Sutta na sua forma tradicional. O segundo volume trata do aspecto prático da Meditação Vipassana. Nele estão contidas todas as lições sobre os exercícios que devem ser feitos durante o treinamento, como a experiência pessoal e adquirida e como o conhecimento da Vipassana e desenvolvido gradualmente. Há também una descrição completa dos vários graus do conhecimento de Vipassana através da comparação da experiência ganha durante a prática e sobre este ponto, muitas autoridades no assunto são citadas.
A presente tradução se refere exclusivamente às primeiras catorze páginas do volume segundo, que contém somente um resumo das instruções sobre a prática dos exercícios básicos. Este trabalho foi feito para suprir a necessidade dos praticantes de outras nacionalidades, os quais, de tempos em tempos, vinham ao Centro de Meditação Mahasi Satipatthana Vipassana, em Thathana Yeuktha, Rangoon, com o propósito de participar do Curso Intensivo de Treinamento da Meditação. Ele é apenas um resumo das lições práticas e será muito útil como informação para os principiantes que participem do Curso, sob orientação, até que os mesmos completem satisfatoriamente o treinamento, ganhando experiência e conhecimento na meditação prática. (U PE THIN Mahasi Yogi).
MÉTODO PARA PRÁTICA DA CONTEMPLAÇÃO
Os exercícios que devem ser praticados para desenvolver a contemplação e os vários graus da “Introspecção” (Vipassanã Nãna) serão descritos de acordo com a experiência adquirida. Para os principiantes, será usada uma linguagem clara e simples.
ESTADO RESPIRATÓRIO
Todo aquele que desejar sinceramente desenvolver a contemplação e atingir a “Introspecção” (Vipassanã Nãna) durante a sua vida deve, em primeiro lugar, abandonar todos os pensamentos e ações ligados a vida mundana enquanto durar o treinamento. Deve também observar, estritamente, as regras da disciplina (Sila) previstas para leigos e monges, respectivamente. Estas medidas de purificação do caráter são essenciais como o passo inicial ao desenvolvimento apropriado da contemplação e têm decisiva importância para alcançar a “Introspecçao” (Vipassanã Nãna). O discípulo deve ter plena confiança neste estado de pureza da conduta que o conduzirá até o seu objetivo. Se por acaso, o discípulo falta com respeito a um Nobre (Arya), ou lhe falta com menosprezo, ou malícia, ele deve pessoalmente, ou através do seu Instrutor de Meditação (Kamínatthãna Achariyaj , apresentar o seu pedido de desculpas. Nos “Comentários” é especialmente recomendado que o discípulo deve ficar confiado ao Buda durante o período de treinamento. A vantagem desta ação é que ele não ficará assustado, ou alarmado, caso apareçam visões durante a contemplação. Nos mesmos “Comentários” é
feita menção também à direta orientação, a cargo do Instrutor de Meditação (Kammattahãna Achariya). Pode, este último, falar-lhe francamente sobre o seu trabalho na contemplação e dar-lhe as necessárias diretivas. Tanto pode o discípulo confiar-se a Buda como, ao mesmo tempo, confiar-se ao seu Instrutor. Ele deve esforçar-se para seguir a risca as instruções que recebe. Nirvana (Libertação) é puro e bom. Magga (o Caminho para o Nirvana) também é puro e bom. Este curso intensivo de treinamento da contemplação o conduzirá a Magga Nibbãna (Caminho para o Nirvana, Contemplação e Libertação). O discípulo deve voltar a sua mente para esse grande objetivo, desejando ardentemente que o seu treino seja feito com muito sucesso.
Cursos intensivos de treinamento da Contemplação foram feitos, invariavelmente, por muitos Budas e Ariyas que atingiram o Nirvana. É motivo de satisfação para o discípulo ter a mesma oportunidade de palmilhar o mesmo caminho e participar do mesmo método de treinamento. Com estes pensamentos animadores, o discípulo deve começar por se devotar inteiramente a Buda, analisando profundamente as “Nove Principais Características de Buda”. O discípulo deve dar expansão a toda a sua benevolência, não só para com o seu espírito protetor, como também para com todos os seres vivos em todo o Universo. Se for possível, ele poderá até considerar por um momento a sua condição sempre próxima da morte e o estado de decomposição que o seu corpo apresentará após a sua morte.
Para começar os exercícios de treinamento, a melhor postura é a de pernas cruzadas. O praticante se sentirá mais confortável, se conservar as pernas suficientemente afastadas para evitar fazer pressão de uma contra a outra. Para os que não estão habituados a sentar no chão e que poderão considerar esta posição um empecilho para a concentração, estes deverão sentar-se da maneira a que estão mais habituados. O praticante deve proceder durante os exercícios da contemplação de acordo com as seguintes instruções:
LIÇÕES BÁSICAS PARA OS EXERCÍCIOS DA CONTEMPLAÇÃO
LIÇÃO I - (Começo)
O praticante deve voltar sua mente para o abdômen. Ele passará a prestar atenção na “subida” e “descida” do seu abdômen. Se estes momentos não forem acentuados, o praticante deverá colocar uma ou as duas mãos sobre o abdômen. Depois de alguns momentos, o movimento provocado com a inspiração e a expiração, para cima e para baixo, respectivamente, torna-se bem perceptível. Então, uma nota mental “subindo” para o movimento para cima, e “descendo”, para o movimento para baixo, deve ser feita cada vez que um destes movimentos se verifica. Todo o esforço deve ser feito, para se ter a consciência do momento em que cada movimento se efetua.
Poderá parecer à primeira vista que essa espécie de exercício leva somente ao conhecimento da forma do abdômen e não ao verdadeiro movimento dele para cima. Não se deve ficar entregue a estes pensamentos e sim continuar com firmeza a prática. Para principiante, é este o único método fácil para desenvolver a atenção (Sati) , a concentração da mente (Samãdhi) e a introspeção (Nãna) na contemplação. À medida que a prática avança, a maneira do movimento sem a forma se tornará bem clara. A habilidade para conhecer o processo físico e mental (Nãma-Rupa) , em sucessão, nos seis órgãos sensoriais, só será adquirida quando a contemplação (Vipassanã) estiver completamente desenvolvida. Contudo, para o principiante, cuja atenção (Sati) e a concentração da mente (Samadhi) são ainda fracas, é difícil fixar a sua mente em cada momento que ocorre, sucessivamente; ele pode até pensar que se acha em um impasse, por não poder fixar a sua mente em cada momento, ou ainda, ele pode perder tempo, buscando os objetos da mente. Os movimentos de “subida” e “descida” estão sempre presentes e não há, praticamente, necessidade de olhá-los. E muito fácil para o principiante manter sua mente voltada para estes movimentos. Por tal motivo, esta primeira explicação se constitui no exercício básico durante este treinamento. Mais algumas lições sobre os exercícios a serem executados pelo praticante serão dadas à medida que ele for progredindo. O principiante deve continuar com este exercício do conhecimento dos movimentos de “subida” e “descida” do abdômen, através das notas mentais “subindo” e “descendo”, acompanhando o ritmo de cada movimento, respectivamente. O principiante não deve pronunciar as palavras “subindo”, “descendo”; a respiração profunda ou rápida deve ser evitada; se isto for feito, o praticante ficará cansado e não poderá prosseguir com a prática. É muito importante que esta prática seja feita sem alterar a respiração normal e natural.
LIÇÃO II
Durante o exercício da atenção dos movimentos “subindo” — “descendo”, outros momentos mentais, intenções, idéias, imaginações, etc., podem também se tornar claros entre uma e outra nota mental (“subindo” — “descendo”). Esses momentos devem ser observados, tão logo se verifiquem. A nota mental correspondente a cada um deve ser feita concomitantemente.
ILUSTRAÇÃO
Se o praticante imaginar alguma coisa, a nota mental será “imaginando”; se estiver pensando em alguma coisa, a nota mental será “pensando”; se estiver refletindo — “refletindo”; se tiver uma intenção — “pretendendo”; se compreender — “compreendendo”, e assim por diante. Se por acaso o praticante sentir que a sua mente divaga do objeto da meditação, a nota mental será “divagando”, se na sua imaginação ele for a algum lugar “indo”; se ele chegar “chegando”; se ele encontrar uma pessoa — “encontrando”; se discutir com ela — “discutindo”; se lhe aparecer a visão de uma imagem, uma luz, uma cor “vendo”. As notas mentais sobre o que ocorre devem ser feitas repetidamente, até que todos estes pensamentos passem. Apôs o desaparecimento dos pensamentos o praticante deve voltar a praticar o que aprendeu na primeira lição sobre a observação — “subindo” — “descendo”, regularmente, sem interrupção. Enquanto estiver assim ocupado, se tiver a intenção de engolir a saliva, deverá ser feita a nota mental “pretendendo”; no ato de engolir “engolindo”; se tiver a intenção de cuspir “pretendendo”; quando realizar o ato de cuspir “cuspindo”. Em seguida, deve voltar ao exercício da observação do abdômen — “subindo” — “descendo”; se tiver a intenção de inclinar o pescoço “pretendendo”; no ato de inclinar “inclinando”; se tiver a intenção de colocar o pescoço erecto — “pretendendo”; ao realizar a ação — “colocando”. As ações de inclinar e colocar o pescoço na posição erecta devem ser executadas bem lentamente. Depois destas ações voltar aos exercícios, da observação do abdômen “subindo” — “descendo”.
LIÇÃO III
À medida que o discípulo estiver praticando a contemplação em determinada postura (sentado ou deitado), por um longo período de tempo, ele poderá ter uma sensação de cansaço ou de desconforto e endurecimento das pernas. Nestes casos, ele deve voltar a sua atenção para os lugares onde se manifestam as sensações mencionadas na contemplação com as notas — “cansado” — “cansado” — “dormência” — “dormência” de uma maneira ritmada — nem muito devagar nem muito depressa. Geralmente estas sensações vão enfraquecendo até desaparecer completamente. Também pode acontecer que estas mesmas sensações aumentem a tal ponto que se tornem insuportáveis. Nestes casos, se o praticante resolver mudar de posição, ele tem que fazer primeiro a nota mental “pretendendo”, “pretendendo”, e, logo em seguida, poderá começar a mudar a posição contemplando cada detalhe dos movimentos na sua respectiva ordem.
ILUSTRAÇÃO
Se houver a intenção de levantar a mão ou a perna — “pretendendo” — “pretendendo”; durante o ato de levantar “levantando” — “levantando”; se houver necessidade de espreguiçar-se “espreguiçando” — “espreguiçando”; se tiver necessidade de se inclinar — “inclinando” — “inclinando”; se tiver necessidade de largar alguma coisa — “largando” — “largando”; se tocar alguma coisa — “tocando” — “tocando”. Todas estas ações devem ser praticadas lentamente. Tão logo o praticante se encontre na nova posição, ele deve reiniciar a sua contemplação — “subindo” — “descendo”. Se, porventura, ele sentir qualquer incômodo nesta nova posição podará proceder de igual modo.
Se o praticante sentir uma coceira em qualquer parte do corpo, ele deverá fazer urna nota mental ao mesmo tempo que focalizar a sua mente no lugar correspondente,dizendo: “coçando” — “coçando”, de uma maneira regular, nem muito devagar, nem muito depressa. Se a sensação desaparecer, o praticante deverá voltar à observação dos movimentos do abdômen — “subindo” — “descendo”. Contudo, se a coceira se tornar insuportável e ele pretender coçar-se, a nota mental será — “pretendendo” — “pretendendo”, e, em seguida, levantar a mão com a nota “levantando” — “levantando”, e quando a mão tocar o lugar “tocando” — “tocando”, e então, ao se coçar, a nota será “coçando” — “coçando”; ao chegar quase ao fim e pretender terminar de coçar-se, a nota será “pretendendo” — “pretendendo”, em seguida, ao retirar lentamente a sua mão, a nota será — “terminando” — “terminando” e quando ele recolocar a sua mão no seu primitivo lugar a nota será — “tocando” — “tocando”. Finalmente, o praticante voltara ao seu exercício inicial — “subindo” — “descendo”.
Se o praticante sentir outras espécies de sensações dolorosas, ele deverá manter a sua atenção voltada para elas, fazendo as notas — “doendo” — “doendo” — “sofrendo” — “sofrendo”, “picando” — “apertando” — “apertando”, “cansado” — “cansado”, “tonteira” — “tonteira”. Estas notas mentais devem ser feitas de maneira regular e ritmada. O praticante poderá sentir que as sensações desapareceram, ou então ele notará que as sensações dolorosas estarão aumentando, mas ele não deverá ficar impressionado com este fato, e deverá continuar com a contemplação resolutamente. Se o praticante se comportar desta maneira, ele vai verificar que a dor cessará. No caso em que as sensações atinjam a um nível insuportável, ele não deverá prestar atenção a elas e prosseguir com a contemplação do abdômen — “subindo” — “descendo”.
Em alguns casos, o praticante, tão logo se verifiquem alguns progressos na prática da atenção total (Samãdhi), poderá sentir sensações de dor insuportáveis. Algumas vezes aparece uma sensação de estar engasgado ou de sendo asfixiado; noutras, haverá a sensação de estar sendo espetado por uma faca ou por um objeto afiado e pontudo, uma sensação de queimadura em todo o corpo, a sensação de estar sendo picado por agulhas de pontas muito finas, ou ainda, a sensação de ter uma porção de insetos andando por todo o corpo. Também ele poderá sentir sensações de frio intenso, picaduras, mordidas, etc. Assim que o praticante cessar a contemplação, tudo isto desaparece. Logo que ele retoma a contemplação, e fica em atenção total, (Samâdhi) elas podem voltar todas, as sensações desagradáveis. Estas sensações dolorosas não têm caráter sério, nem são qualquer forma de doença; são fatos comuns e estão sempre presentes no corpo mas, como a mente, em condições normais, se acha ocupada com assuntos de maior relevância, estas coisas se passam de uma forma obscura. Com o desenvolver da contemplação, as faculdades mentais se tornam mais profundas, o praticante fica numa posição de ter consciência destas sensações, não havendo, portanto, motivo para preocupação. O praticante deve prosseguir firmemente com a contemplação destas sensações dolorosas até que ele as supere e até que elas cessem. Assim procedendo, nenhum dano ele sofrerá. Se o praticante se intimida e vacila, parando a contemplação, ele vai reencontrá-las tão logo esteja desenvolvida a contemplação. Se, pelo contrário, ele prosseguir com a prática da contemplação, vencerá essas sensações dolorosas para sempre.
Se o praticante desejar balançar o corpo, deverá anotar — “pretendendo” — “pretendendo”, e no ato de balançar — “balançando” — “balançando”. Em certas ocasiões poderá acontecer que o praticante se surpreenda balançando o corpo para direita e esquerda, mas isto não deve ser motivo de preocupação. Entretanto, ele não deve sentir nenhuma satisfação nisso e desejar que esse fato se repita. Ao mesmo tempo, ele deve saber que, se tiver a mente voltada para este balanço, o mesmo cessará automaticamente. Ele poderá anotar — “balançando” — “balançando”, de uma maneira normal e ritmada, até que cesse. Se o balanço continuar com intensidade, a despeito da nota mental, ele deve encostar-se à parede, deitar-se na cama e continuar com a contemplação. Se tiver tremuras, deve proceder da mesma maneira. À medida que se desenvolve a contemplação poderão surgir, de vez em quando, estremecimentos, ou, ainda, pode aparecer um arrepio que passa pelas costas, ou mesmo pelo corpo todo. Isto nada mais é que uma sensação de interesse e de prazer (Piti) e que naturalmente, ocorre durante a contemplação, quando ela é bem feita. Quando a atenção está fixa na contemplação pode-se ser sobressaltado, ao menor som. Isto acontece porque o praticante se acha apegado a impressões sensoriais (Phassa) durante o seu estado de concentração. O praticante deve fazer uma nota mental sobre a sua intenção de mudar a posição de seu corpo, ou das suas pernas e braços, assim procedendo em todas as fases do movimento, vagarosamente. Se aparecer sede a nota mental é “sedento” — “sedento”; se tiver a intenção de levantar-se, a nota é “pretendendo” — “pretendendo”; e até completar o ato de levantar-se, todos os movimentos nos menores detalhes devem ser acompanhados da nota — “levantando” — “levantando” até completar o movimento e poder fazer a nota — “de pé”, quando olhar para frente — “olhando” — “olhando”; quando decidir continuar a andar — “pretendendo” — “pretendendo”; quando começar a andar, a nota é ” — “andando” — “andando”, ou então “esquerda” — “direita”. Durante a caminhada é muito importante ter consciência de todos os momentos em cada passo, do princípio ao fim.
Quando o praticante está dando um passeio ou fazendo exercícios andando deve executar duas notas mentais, alternadas “levantando - baixando” — “levantando - baixando”. A medida que ele adquirir prática suficiente deste método, uma nota mental em três partes poderá ser feita para cada passo, assim: “para cima” — “para frente” — “para baixo”.
Quando ele depara com o depósito de água, ao chegar perto, a nota é: “vendo” — “vendo”; quando parar — “parando”; quando estender a mão “estendendo”; quando tocar o copo — “tocando”; quando pegar o copo — “pegando” quando a mão mergulha o copo na água — “mergulhando”; quando a mão traz o copo à boca — “trazendo”; quando o copo toca os lábios — “tocando”; quando ele sente o frio, ao tocar a água a sua boca, — “frio”; ao engolir, “engolindo” — “engolindo”; quando devolver o copo — “devolvendo” — “devolvendo”; quando retirar a mão — “retirando” — “retirando”; quando deixar cair a mão “caindo” — “caindo”; quando a sua mão, ao cair, tocar o lado do corpo — “tocando” — “tocando”; quando pretende voltar “pretendendo” — “pretendendo”; quando dá a volta — “voltando” — “voltando”; quando começa a caminhar — “caminhando” — “caminhando”; chegando ao lugar onde tem a intenção de parar — “pretendendo” — “pretendendo”; quando pára — “parando” — “parando”. Se ele ficar de pé por alguns instantes, deverá continuar com a contemplação — “subindo” — “descendo”. Se tiver a intenção de sentar-se — “pretendendo”; quando se dirige para o lugar onde deve sentar-se — “andando” — “andando”; quando chega ao lugar — “chegando”; quando se volta para sentar-se — “virando” — “virando”. Ele deve sentar-se lentamente com toda a sua atenção voltada ao movimento para baixo. Ao colocar pés e mãos na posição devem ser feitas notas mentais. Deverá continuar com a contemplação — “subindo” — “descendo”.
Quando ele tem a intenção de deitar-se a nota é — “pretendendo”; todas as ações ligadas ao movimento de deitar-se devem ser contempladas com as notas: “levantando - levantando”, “distendendo - distendendo”; “recostando - recostando”; quando estiver já deitado “repousando - repousando” quando o corpo tocar o travesseiro — “tocando - tocando”. A contemplação dos movi mentos de todas as ações para colocar as mãos, as pernas e todo corpo em posição deve continuar. Todos os movimentos relativos a estas posições devem ser executados vagarosamente. Voltará, então, a contemplação do abdômen — “subindo - descendo”. Se sentir qualquer sensação, deverá fazer a nota mental correspondente, como já foi explicado anteriormente. A contemplação de todas as ações já descritas, ou de quaisquer outras, poderá ser feita da mesma maneira que se faz na postura sentada. No caso em que não haja nenhuma nota mental a fazer, o praticante deve voltar a contemplação “subindo” — “descendo”; se sentir sono a nota é “sonolento” — “sonolento”. Quando o praticante adquire a concentração suficiente na contemplação, verificará que a sonolência desaparece e ele vai sentirse bem. Deve, então voltar a contemplação — “subindo” — “descendo”. Se acontecer que ele não possa vencer a sonolência, deverá continuar com a sua contemplação até adormecer.
O sono nada mais e do que a continuação do estado de subconsciência (Bhavanga). É semelhante ao primeiro estado de renascimento da consciência e ao último estado de consciência no momento da morte. Este estado de consciência é fraco e não tem capacidade para reconhecer qualquer objeto. Durante o estado de vigília, este estado de subconsciência (Bhavanga) ocorre, regularmente, nos espaços de tempo entre: ver, ouvir, pensar, etc. Como estes estados de subconsciência (Bhavanga) têm breve duração, não são claros e geralmente passam despercebidos. Este estado de subconsciência (Bhavanga) se prolonga durante o sono; eis por que, durante o sono, não se pode praticar a contemplação.
Ao acordar, o praticante deve iniciar, imediatamente, a contemplação com a nota mental — “despertando” — “despertando”. Para o principiante, talvez não seja possível começar no primeiro momento após o despertar, contudo ele deve dar início tão logo lhe venha à lembrança a prática da contemplação. Por exemplo, se ele começar a refletir sobre qualquer assunto, dará início à contemplação, com a nota — “refletindo” — “refletindo”. Em seguida, dará continuidade a contemplação — “subindo” — “descendo”. Todos os movimentos do corpo, ou seja, virar-se, inclinar-se, espreguiçar-se, etc. devem ser contemplados. Se o pensamento a respeito da hora vier à mente, a nota será — “pensando” — “pensando”; se tiver a intenção de levantar-se, a nota será — “pretendendo” — “pretendendo”; quando se preparar para levantar — “preparando” — “preparando”; quando começar lentamente o movimento de levantar — “levantando” — “levantando”; quando voltar a posição sentada — “sentando” — “sentando”; se permanecer na posição sentada deverá continuar a contemplação — “subindo” — “descendo”.
Quando o praticante estiver lavando o rosto ou tomando banho deve praticar a contemplação de todos os movimentos correspondentes a todas as ações na sua ordem, tais como: “olhando” — “pegando” — “mergulhando” — “derramando água” — “sentindo frio” — “esfregando”, etc. Enquanto estiver se vestindo, ou arrumando a cama, fechando ou abrindo a porta, pegando ou largando qualquer coisa, deve estar completamente empenhado na contemplação de todos os pormenores destas ações. Também deve estar muito atento na contemplação na hora da refeição, começando com a nota — “vendo”; ao arrumar a refeição no prato — “arrumando” — “arrumando”; quando traz o alimento à boca — “trazendo”; quando inclina a cabeça — “inclinando”; quando o alimento toca os lábios — “tocando”; quando coloca o alimento na boca — “colocando”; quando fecha a boca — “fechando”; quando retira suas mãos — “retirando”; quando as suas mãos tocam o prato — “tocando”; quando estica o pescoço — “esticando” — “esticando”; quando mastiga — “mastigando” — “mastigando”; quando sente o gosto do alimento — “provando” — “provando”; quando engole o alimento ” — “engolindo” — “engolindo”; quando o alimento toca os lados da garganta — “tocando” — “tocando”. Assim, deverá continuar a contemplação durante a refeição, até o seu final. No começo da prática haverá muitas omissões mas o praticante deve continuar sem desânimo. A medida que a prática se desenvolve haverá um menor número de omissões. Com a continuação da prática o praticante ficará capacitado a perceber ainda maiores detalhes do que foi aqui mencionado.
PROGRESSOS NA CONTEMPLAÇÃO
Depois de um dia e uma noite de prática, o discípulo verificará que um considerável progresso foi feito; assim, poderá prosseguir com a observação dos movimentos do abdômen — “subindo” — “descendo”. Ele irá observar que há uma lacuna entre os movimentos — “subindo” e “descendo”. Se se achar na postura sentada poderá preencher a lacuna com a nota mental — “sentindo” — “descendo” — “sentindo” — “sentindo” — “subindo” — “sentindo”... Enquanto for feita a nota mental “sentindo” deve manter a sua mente na posição ereta de seu corpo. Se se encontrar na postura deitada, deverá proceder assim — “deitado” — “subindo” — “descendo” — “deitado” — “subindo” — “descendo” — “deitado”. Se ainda houver facilidade de fazer uma nota mental em três etapas e, se se verificar uma lacuna no fim da nota “levantando”, bem como no fim da nota “descendo”, poderão ser feitas as seguintes notas: “levantando” — “sentindo” (ou deitado) , — “descendo” — “sentindo” (ou deitado). Tão logo apareça alguma dificuldade em fazer uma nota em três ou quatro etapas, o praticante deve voltar a nota em duas etapas — “subindo” — “descendo”.
Enquanto o praticante se acha empenha do no seu modo usual de contemplação, qualquer movimento do seu corpo ou qualquer objeto que ele veja, ou qualquer som que ele ouça, não devem preocupá-lo de modo algum. Desde que a mente fique atenta aos movimentos — “subindo” — “descendo”, fica bem claro que ela também está atenta para ver e ouvir, mas se o praticante olhar deliberadamente para um objeto deverá fazer, duas ou três vezes, a nota — “vendo”, e logo em seguida, continuar com a contemplação “subindo” — “descendo”. Se qualquer pessoa, do sexo feminino ou masculino, aparecer, a nota será — “vendo”, duas ou três vezes. Em seguida, voltar à contemplação — “subindo” — “descendo”. Se ouvir alguma voz a nota será, duas ou três vezes — “ouvindo’’ e voltar a primitiva contemplação — “subindo” — “descendo”. Se ocorrer barulho de vozes muito altas, latidos de cão, cantos, etc., a nota mental a ser feita duas ou três vezes e — “ouvindo”. Logo após, voltar a contemplação do abdômen — “subindo” — “descendo”. Se não for possível contemplar visões ou vozes, poderá acontecer que o praticante se perca em reflexões a respeito dessas coisas, ao invés de continuar com a contemplação — “subindo” — “descendo” intensamente e, nessas condições, a contemplação se tornará menos distinta e menos clara. Desta maneira, os vícios da mente (Kilesas) são estimulados e difundidos. Se reflexões desta natureza ocorrem, a meta mental será — “refletindo”, duas ou três vezes e voltar a contemplação. Se ocorrer alguma omissão da nota mental em relação a qualquer movimento a nota será — “esquecendo”, e, em seguida voltar à contemplação usual. Algumas vezes poderá parecer que a respiração enfraqueceu e que os movimentos — “subindo” — “descendo” são fracos e não bem definidos. Nestes casos, na postura deitada, a nota será — “jazendo” — “tocando” e, na postura sentada, a nota será ” — “sentando” — “tocando”. Durante a contemplação — “tocando” — a mente não deve ficar presa a um só lugar, mas em diferentes lugares, pelo menos em seis ou sete, sucessivamente.
LIÇÃO IV
Depois de algum tempo de treinamento, o praticante poderá sentir preguiça por não sentir nenhum progresso real no seu trabalho então a nota será: — “preguiçoso” — “preguiçoso”. Antes que o praticante adquira a capacidade na atenção total (Sati), a agudeza da mente (Samãdhi) e a introspeção (Nãna) poderá cair em dúvida sobre o acerto do método de treinamento e sua utilidade. Nestes casos, a nota mental será — “duvidando” — “duvidando”. Nas ocasiões em que o praticante espera bons resultados, deve prosseguir com a contemplação e a nota será ” — “esperando” — “desejando”. Algumas vezes ocorrera o pensamento de como o praticante vem desenvolvendo o seu treinamento e nestes casos a nota será — “lembrando” — “pensando”. De vez em quando, ele se empenhará examinando qual é o objeto da contemplação,
se a matéria (Rupa) ou a mente (Nãna), e então a nota mental será “examinando” — “examinando”. Haverá momentos em que o praticante se sentirá triste porque não vê nenhum progresso em sua contemplação, então, a nota mental será “triste” — “triste”. De outra feita, sentir-se-á feliz, porque pensa que está fazendo progressos na sua contemplação, e, neste caso, a nota mental será “feliz”. Desta maneira, deverá ser feita uma nota mental para cada momento que ocorra e voltar sempre para a contemplação habitual — “subindo” — “descendo”.
O período da contemplação transcorre do mo mento em que o praticante acorda até ao momento que adormece. Desta forma, o praticante se mantém incessantemente ocupado com a contemplação, através do dia e da noite. Não deve haver a perda de um segundo sequer. Com o decorrer da prática o discípulo não se sentirá sonolento e será capaz de praticar a contemplação dia e noite.
SUMÁRIO DAS LIÇÕES
O praticante deve contemplar todos os momentos mentais tão logo ocorram, sejam eles bons ou maus. Todos os movimentos do corpo, mesmo os menores, devem ser contemplados. Todas as sensações, agradáveis e desagradáveis, devem ser contempladas. Todos os objetos mentais ou impressões devem ser contemplados. Se não surgir nenhum motivo especial o discípulo deve prosseguir com a contemplação — “subindo” — “descendo”. Se houver necessidade de executar qualquer tarefa, o praticante deve contemplar cada passo com a nota — “caminhando” — “caminhando” — ou então, “esquerda” — “direita”. Quando se achar em exercício, o praticante deve contemplar cada passo com urna nota mental em três etapas — “para cima” — “para frente” — “para baixo”. O praticante que se empenhar na contemplação dia e noite, ficará habilitado a desenvolver a sua concentração para alcançar o ambicionado estado inicial dos quatro estágios da introspecção (UDAYABAYA NÃNA) dentro de um tempo relativamente curto.
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Ao longo desses anos pude estar em contato com várias literaturas, umas de auto-ajuda, outras mais científicas.
Vi em muitos casos que pessoas que possuíam certo padrão de sentimentos (pensamento) ou estavam dentro de alguma situação conflitante, acabavam por desenvolver doenças.
Busquei saber mais em psicossomática, e autoras memoráveis com Louise Hay, com obras fantásticas sobre sentimentos e doenças.
Somos responsáveis por nossos corpo em por tudo que ocorre nele (em geral temos a idéia disso, mas não a certeza), nossos pensamentos, principalmente os mais negativos, como tristeza, raiva. medo, ódio, baixa auto-estima, desvalor próprio, rejeição, vontade de fugir (dentre outros), em geral originam um estado de falta de perdão, consigo ou o outro.
Esse estado desencadeia em nosso cérebro uma série de substâncias que acabam desestabilizando alguma parte do nosso corpo, gerando doenças, por vezes algumas bem graves.
O segredo para uma vida com melhor saúde é sempre, perdoar e saber que ninguém é perfeito, e valorizar-se muito, afinal se você não der valor a você, ninguém te valorizá-la. Ame seus defeitos, suas qualidades pensando sempre em melhorar seus pontos a desenvolver.
Cuidado com os sentimentos que vê que não são bons para você, perceba e veja o que pode mudar para não lhe fazer mal.
Segue uma tabela com algumas doenças e os sentimentos que as desencadeiam.
- Amigdalite : Emoções reprimidas, criatividade sufocada.
- Anorexia: Ódio ao extremo de si mesmo.
- Apendicite: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.
- Arteriosclerose: Resistência. Recusa em ver o bem.
- Asma: Sentimento contido, choro reprimido.
- Bronquite: Ambiente familiar “inflamado”, Gritos e discussões.
- Câncer: Mágoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.
- Colesterol: medo de aceitar alegria.
- Derrame: Resistência. Rejeição a vida.
- Diabetes: Tristeza profunda ( vida sem docura).
- Diarréia: Medo, rejeição, fuga (eliminar de dentro o que está ruim).
- Dor de cabeça: Autocrítica, falta de auto valorização.
- Enxaqueca: Medos sexuais. Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
- Fibromas: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro.
- Frigidez: Medo. Negação do prazer.
- Gastrite: Incerteza profunda. Sensação de condenação, idéias mal digeridas.
- Hemorróidas: Medo de prazos determinados. Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
- Hepatite: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.
- Insônia: Medo, culpa.
- Labirintite: Medo de não estar no controle.
- Meningite: Tumulto interior. Falta de apoio.
- Nódulo: Ressentimento, frustração. Ego ferido.
- Pele (acne): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.
- Pneumonia: Desespero. Cansaço da vida.
- Pressão Alta: Problema emocionalmente duradouro e não resolvido.
- Prisão de Ventre: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.
- Pulmões: Medo de absorver a vida.
- Quistos: Alimentar mágoa. Falsa evolução.
- Resfriados: Confusão mental, desordem, mágoas.
- Reumatismo: Sentir-se vítima. Falta de amor. Amargura.
- Rinite Alérgica: Congestão emocional. Culpa. Crença em perseguissão.
- Rins: Crítica, desapontamento, fracasso.
- Ronco: Teimosia, apego ao passado.
- Sinusite: Irritação com pessoas próximas.
- Tireóide: Humilhação.
- Úlceras: Medo. Crença de não ser bom o bastante.
- Varizes: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.
Interessante?
Atenção com seus sentimentos, principalmente o que esconde dentro de você mesmo.
Boa sorte sempre!!!
Fonte:
http://
terça-feira, 14 de abril de 2015
EL PRANA, LOS TATTWAS Y EL PRANAYAMA
Publicado 16/10/2013
"conforme el hombre va naciendo dentro del animal intelectual, se provocan cambios extraordinarios: se despiertan ciertos poderes, ciertas facultades magníficas. El hombre íntegro, el hombre unitotal, llega hasta el punto de tener perfecto dominio sobre los tattwas ¿Y que son los tattwas? Son vibraciones del éter universal". Prana es la energía cósmica, prana es vibración, movimiento eléctrico, luz y calor, magnetismo universal, vida. Prana es la vida que palpita en cada átomo y en cada sol. Prana es la vida del éter. La gran vida, es decir prana, se transforma en una sustancia, en akash.
Una visión Gnóstica y antropológica del ser humano
P R A N A
Prana es la energía cósmica, prana es vibración, movimiento eléctrico, luz y calor, magnetismo universal, vida. Prana es la vida que palpita en cada átomo y en cada sol. Prana es la vida del éter. La gran vida, es decir prana, se transforma en una sustancia, en akash.
El akash es una substancia maravillosa que llena todo el espacio infinito, y que cuando se modifica se convierte en éter. Resulta interesante saber que el éter, modificándose, se convierte, a su vez, en eso que llamamos tattwas.
Es necesario que Ud. conozca la ley de la vibración universal. El estudio de los tattwas es importantísimo. Tattwa (este término es indostánico) es vibración del éter. Ahora los científicos dicen que no existe el éter y que lo único real es el campo magnético. También podríamos decir que no existe la materia que lo único real es la energía. Estas son palabras, cuestión de términos. El campo magnético es el éter. "Todo viene del éter: todo vuelve al éter Sri Olivar Lodge, el gran científico británico, dice: "es el éter el que da lugar, por las diversas modificaciones de su equilibrio, a todos los fenómenos del universo, desde la impalpable luz hasta las masas formidables de los mundos" recuerde: Tattwa es vibración del éter.
En esta época de la radio, la televisión y los cohetes teledirigidos, resultaría absurdo negar la vibración del éter.
Un gran sabio dijo: "la vida ha nacido de la radiación, subsiste por la radiación y se suprime por cualquier desequilibrio oscilatorio".
EL FONDO VITAL
Los científicos que ponen en duda la existencia del éter, no tienen bases científicas para sus teorías. Realmente ellos están jugando con palabras, con términos. Decir que él éter es radioactividad, o campo magnético, etc. ni quita ni pone a la realidad del éter. En todo caso sus dudas, análisis y cambio de términos sólo servirán para estudiar eso que se llama éter. Las más de las veces, los hombres peleamos únicamente por cuestión de términos de palabras, etc., etc., pero en el fondo los hechos son hechos.
Los sabios rusos han descubierto con sus poderosos telescopios, mundos en estado protoplasmático. Esos mundos protoplasmáticos han salido del éter. Podemos aceptar por simple inducción lógica mundos etéricos. Tal vez no les guste este término a algunos científicos e1 término importa poco. Lo importante son las realidades.
Todo mundo antes de ser protoplasmático existe en estado etéreo. El gran científico Indostán Rama prasá, dice: todo sale del éter, todo vuelve al éter.
Si del éter sale el protoplasma, tenemos que el éter está en el fondo vital de todo lo que existe.
Los Místicos orientales consideran que el cuerpo etérico del hombre tiene cuatro clases de éteres. Esto no le gusta a los científicos del occidente. Empero cuando los científicos occidentales estudien el éter, (no importa el nombre que le den) entonces tendrán que aceptar por simple análisis y experiencia propia los cuatro éteres orientales.
Así pues el cuerpo etérico del hombre tiene cuatro éteres. éter químico, éter de vida, éter luminoso, éter reflector. Cada uno de estos cuatro éteres, tiene sus funciones en relación íntima con toda la economía orgánica.
E1 éter químico está relacionado con todos los procesos de asimilación y eliminación orgánica e1 éter de vida se halla relacionado con los procesos de la reproducción de la raza.
El éter luminoso se relaciona con todos los procesos de percepción sensorial el éter reflector está íntimamente relacionado con las facultades de la memoria, imaginación, voluntad, etc., etc.
E1 cuerpo vital controla todo el sistema nervioso vaso motor, es el asiento de la vida. Cada átomo etérico penetra dentro de cada átomo físico y lo hace vibrar. Si le extraemos definitivamente el cuerpo vital a una persona, esa persona muere inevitablemente. Es el colmo del absurdo suponer siquiera por un momento, que un organismo químico físico, pueda vivir sin el cuerpo vital. Los mismos ateos materialistas rusos, después de haber estudiado profundamente la materia, comienzan a volverse muy prudentes en esto de dar conceptos sobre el fondo vital de la materia viva. El hombre de ciencia explorando el organismo humano se ésta acercando al cuerpo etérico. Allá llegará inevitablemente, y pronto podrá condensarlo con algún ectoplasma para estudiarlo en el laboratorio.
Todas las funciones de nuestro organismo, todas las actividades de las calorías, de la reproducción, de la combustión, del metabolismo, etc., etc., tienen su base en el fondo vital.
“Cuando el cuerpo vital se debilita, viene la enfermedad del cuerpo físico.”
TATTWAS Y HORMONAS
Existe el éter en estado ígneo (Tejas). Existe el éter en estado gaseoso o fluídico, como principio del aire (Vayu). Existe el éter en estado acuoso como principio del agua (apas). Existe el éter en estado pétreo como principio mineral (prithvi).
Estos son los tattwas de los indostanes. Cuando estos tattwas cristalizan, o se condensan, tenemos entonces los elementos físicos, fuego, aire, agua y tierra.
Nuestro cuerpo etéreo está formado de tattwas. Los tattwas, y los chacras están íntimamente relacionados. Los tattwas entran a los chacras y luego pasan al interior de las glándulas de secreción interna. Dentro de las glándulas los tattwas intensifican el trabajo de esos minúsculos laboratorios endocrinos transformándose en hormonas.
Los tattwas en los tattwas se transforman también en genes y más tarde vienen a transformarse en espermatozoos.
Todo sale del éter, todo vuelve al éter. El éter es la condensación de una substancia llamada akash. Esta substancia es la primera radiación de la raíz Mulaprakriti, o materia primordial insípida e indiferenciada, conocida entre los Alquimistas como el Ens-Séminis (La entidad del semen).
Akash es la radiación ígnea de la materia primordial, akash está contenido en el semen. Los Alquimistas dicen que el agua es el habitáculo del fuego. akash es el Kundalini de los indostanes.
La materia primordial está representada por las aguas de todos los génesis religiosos. El protoplasma de toda nebulosa ha sido primero etéreo. Si vamos mas lejos tenemos que aceptar que detrás de todo efecto existe una causa. E1 éter mismo tiene, que tener una causa. Nosotros hemos aprehendido de los yoguis del Indostán, que detrás del éter esta el akash. Dicen los sabios orientales que el akash es un mar de fuego. Dicho fuego superastral está contenido en el ens-seminis (el Mulaprakriti de los sabios de la india) e1 Ens-Séminis son los átomos simientes de toda materia conocida. Akash es sonido primordial, akash es fuego superastral, e1 sonido condensa por mediación de akash.
La serpiente del Kundalini es fuego y es sonido. Nadie podría encarnar el verbo, sin levantar la serpiente sagrada. Sin akash es imposible concretar y cristalizar el sonido.
Los vayu pranas son ondas sonoras del akash. Esas ondas sonoras se condensan en los tattwas del éter. Los tattwas se cristalizan en los cuatro elementos de la naturaleza: fuego, aire, agua y tierra. En conclusión el mundo físico químico, resulta una materialización del sonido, e1 mundo físico químico es sonido condensado. No aceptamos un dios antropomórfico y dogmático, pero científicamente aceptamos al sonido como causa causorum del universo.
Tiene que existir también una causa para los sonidos pre-cósmicos. Los grandes sabios orientales nos hablan de Logos Solar. El doctor Krumm Heller decía que el Logos suena. Ciertamente el Logos es unidad múltiple perfecta. El Logos es el ejército de la palabra. El Logos es el verbo. "En el principio era el verbo y el verbo era con dios, y el verbo era dios". "Este era en el principio con Dios". "Todas las cosas por él fueron hechas; y sin él nada de lo que es hecho, fue hecho". "En él estaba la vida, y la vida era la luz de los hombres". "Y la luz en las tinieblas resplandece; mas las tinieblas no la conocieron".
“El Logos no es un individuo. El Logos es un ejercito.”
Nociones fundamentales de endocrinología y criminología
Samael Aun Weor.
NOMBRES DE LOS TATTWAS
Akash es el principio del éter. Vayú es el principio etérico del aire, Tejas es el principio etérico del fuego, Prithvi es el principio etérico del elemento tierra, Apas es el principio del agua. Existen dos tattwas secretos llamados Adi y Shamadhi que vibran durante la aurora y que son excelentes para la meditación interna. (Con ellos se logra el éxtasis o Shamadhi). Sobre estos tattwas no nos extenderemos ahora porque son de utilidad solamente para los estudiantes adelantados.
La vibración de los tattwas comienzan con la salida del sol. Cada Tattwa vibra durante 24 minutos en un período de dos horas. El primer Tattwa que vibra es akash, después le siguen en orden sucesivo; vayú, tejas, prithvi, apas. A las dos horas vuelve a vibrar akash y se repite la sucesión de los tattwas en el mismo orden.
Los tattwas vibran de día y de noche. Es necesario saber la hora de salida del sol, e1 anuario astrológico de Bucheli es uno de los calendarios que marca la hora de salida del sol para cada lugar de la América latina. Algunos diarios especialmente en los estados unidos y revistas indican la hora de salida del sol. Es también útil para este propósito el calendario de Galván. Los que quieran el anuario americano de Bucheli pueden pedirlo a la siguiente dirección: Sra. Elly de Bucheli, casilla l880, Santiago de Chile, S.A.
PROPIEDAD DE LOS TATTWAS
A K A S H
Es bueno para la meditación exclusivamente. A esta hora le aconsejamos orar mucho. No tenga citas de negocios, ni de amor a esta hora porque fracasará inevitablemente. Este tattwas nos hace cometer gravísimos errores. Si Ud. trabaja durante este periodo debe entonces ser muy cuidadoso. (Los artistas deben abstenerse del trabajo en akash). Todo lo que comienza con akash fracasará. akash es el Tattwa de la muerte.
V A Y Ú
Todo lo que sea velocidad y movimiento corresponde vayú, el principio del aire. Los vientos, el aire, la navegación aérea, e tc., se hallan relacionados con vayú. Durante este periodo la gente goza hablando mal del prójimo, engañando, robando, etc. por lo común los accidentes de aviación ocurre en este período. Los suicidas son estimulados por este Tattwa. Le aconsejamos que no se case durante este periodo porque su matrimonio sería de corta duración. Toda clase de negocios complicados y de larga duración resulta un fracaso. Es bueno hacer trabajos intelectuales durante este período. Los grandes yoguis manejan mentalmente este Tattwa y lo utilizan inteligentemente cuando quieren flotar en el aire.
T E J A S
Caliente porque es el principio etérico del fuego. Durante el período en que esté Tattwa está activo sentimos más calor. Puede Ud. bañarse con agua fría en tejas y no se resfriará jamás. No discuta con nadie en tejas porque las consecuencias pueden ser graves. Ud. debe emplear la hora de tejas para trabajar intensamente. No se case Ud. en tejas porque tendrá constantes rencillas con el cónyuge. Las explosiones y accidentes más terribles ocurren en este período del Tattwa tejas.
A P A S
Es el principio del agua y lo contrario a tejas (fuego). Este Tattwa es maravilloso para la compra de mercancías. Es también maravilloso para los negocios y Ud. puede conseguir mucho dinero si sabe aprovechar este Tattwa. Compre Ud. lotería en apas. Los viajes por agua resultan buenos en apas. Las lluvias que comienzan en apas suelen ser muy largas y fuertes. El Tattwa apas obra concentrado y atrayendo.
P R I T H V I
Es el Tattwa del éxito en la vida. Si Ud. quiere triunfar en los negocios hágalos en prithvi. Si Ud. quiere tener buena salud coma y beba en prithvi. Los matrimonios que se realizan en prithvi se hacen dichosos para toda la vida. Toda fiesta, toda conferencia, todo negocio, toda cita que se realice en prithvi será un éxito completo. prithvi es amor, caridad, benevolencia...Recuerde Ud. que necesita conocer la hora exacta de la salida del sol para guiarse con los tattwas. Tenga Ud. siempre un buen reloj de pulsera o de bolsillo y aproveche los tattwas en la vida práctica.
PRACTICA
Siéntese Ud. ante una mesa con el rostro hacia el oriente, los codos sobre la mesa, y proceda en la siguiente forma: introduzca los dedos pulgares de las manos derecha e izquierda entre los oídos. Con los índices cubra los ojos, con los dedos medios tape las fosas nasales, y con los dedos anular y meñique selle sus labios. Inhale Ud. lentamente contando hasta veinte. Retenga el aliento y cuente de uno a veinte. Exhale lentamente contando de uno a veinte. Es necesario retirar los dedos medios de las fosas nasales para inhalar y exhalar. Pero durante la retención del aliento los dedos medios deben cerrar herméticamente las fosas nasales. Es necesario que durante la retención del aliento trate Ud. de ver los tattwas con el tercer ojo. El tercer ojo reside entre las dos cejas. a1 principio Ud. no verá nada, pero después de algún tiempo podrá verlos y los reconocerá por sus colores:
Akash es negro y su planeta es Saturno.
Vayú es azul verdoso y su planeta es mercurio.
Tejas es rojo como el fuego y su planeta Marte.
Prithvi es amarillo oro y su planeta es el sol, también le influye Júpiter.
Apas es blanco y sus planetas son Venus y la luna
Samael Aun Weor. / Introducción a la gnosis
EJERCICIO DE PRANAYAMA
- Siéntese el discípulo en el suelo con las piernas cruzadas al estilo oriental. Esta posición es llamada padmasana en la india.
- Tape la fosa nasal izquierda con aspire el prana por la fosa nasal derecha.
- Retenga ahora el aliento tapando ambas fosas con los dedos índice y pulgar.
- Exhale el aliento por la fosa nasal izquierda y, tapando la fosa nasal derecha, inhale ahora por la izquierda; retenga el aliento nuevamente y exhale por la derecha.
- Cuando esté inhalando el aliento imagine que la energía sexual asciende por el nadi relacionado con la fosa nasal por la cual estuviere aspirando el prana.
- TOM-SA-HAM son los Mantrams de la inspiración. tom-ra-ham los de la expiración.
- Con la práctica del pranayama se prepara la mente del estudiante para el dharana (concentración), dyana (meditación) y shamadhi (éxtasis).
- Por dos cordones ganglionares llamados ida y Pingalá átomos solares y lunares de nuestra energía seminal.
- La fosa nasal derecha está relacionada con Pingalá, la fosa nasal izquierda está relacionada con ida.
- Se dice que por la fosa nasal derecha penetran los átomos solares y que por la fosa nasal izquierda los átomos lunares.
- En la mujer, ida y Pingalá, se levantan desde los ovarios. La mujer comienza la práctica inhalando por la fosa nasal izquierda y el varón por la fosa nasal derecha.
- El pranayama - sistema de transmutación de energía sexual.
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