sexta-feira, 9 de maio de 2014


Os homens vivem pacificamente
e agem em comum acordo,

só quando unidos
na mesma concepção do mundo,

quando concebem da mesma maneira
a finalidade última de sua própria ação.



LEV TOSTOI - 1828-1919


quarta-feira, 7 de maio de 2014



"Toda vida humana não é senão uma comédia, no qual cada um fala com uma máscara diferente, e continua nesse papel, até que o grande diretor de cena faça com que deixe o palco".

ERASMO DE ROTTERDAM, 1466-1536

segunda-feira, 5 de maio de 2014



Oração de São Francisco - Original

O SIGNORE FA DI ME UNO STRUMENTO

O Signore fa di me uno strumento della Tua Pace:
dov'è odio fa che io porti amore,
dov'è offesa che io porti perdono, dov'è discordia che porti unione,
dov'è dubbio che io porti fede
dov'è errore che io porti verità,
dov'è disperazione che io porti la speranza,
dov'è tristezza che io porti gioia,
dove vi sono le tenebre che io porti la luce.

O Maestro, fa che io non cerchi tanto di essere consolato,
ma di consolare,
di essere compreso, ma di comprendere,
di essere amato ma di amare.
Poichè è dando che si riceve,
perdonando che si e' perdonati,
morendo che si resuscita a Vita eterna.

SAN FRANCESCO D'ASSISI











sábado, 3 de maio de 2014





A Dança dos Dervixes e a Transmutação das Forças Cósmicas




O objetivo desta conferência é darnos as ferramentas para que possamos desenvolvernos melhor no Trabalho Esotérico.

A Dança dos Dervixes:

Os Dervixes são Mestres da Turquia que vivem no deserto. Tem Dervixes Cantantes e tem Dervixes Dançantes. Os Dervixes Cantantes ensinam através dos cantos e da música os processos da Consciência. Os Dervixes Dançantes ensinam através das danças como o corpo pode estar em harmonia com o Universo; com determinados movimentos ou Runas, que dentro de nós mobilizan umas forças que são de muita utilidade para poder lograr a Concentração.
Então, estas danças tem por objetivo que possamos lograr a Concentração. Devemos fazê-la antes de qualquer prática para ter êxito. Deste modo, para conseguir qualquer prática, desdobramento, meditação, etc., se queremos obter bons resultados, devemos armonizar o Corpo Fisico com a parte interior. E se logra com estes exercícios. Essas três danças são as seguintes:



Primeira Dança: Abrir os braços, que fiquen retos e perpendiculares ao tronco. Colocar as mãos para cima e começar a girar em sentido das agulhas do relógio.
Esta prática e muito útil, porque descarrega o fígado, o plexo solar e a zona emocional. Além disso, organiza e coloca os sete Chakras a girar.corretamente, no sentido das agulhas do relógio. Lamentavelmente, o mal manejo das energias e o desgaste energético em que vivem todos os seres humanos fazen com que estes Chakras girem em sentido contrário. Este exercício alinha e coordena os três cérebros, e produz um fenômeno vibratório.
Tem que praticá-lo todos os dias. Se executa ,como mínimo, vinte e uma (21) voltas. Quando se conclui os giros avança o pé direito a frente, flexionando um pouco o joelho e põe o braço esquerdo sobre o joelho direito e com a mão direita (dedos) no entrecenho, para que não fique mareado. Se se faz durante oito dias seguidos a pessoa se dará conta de que ja não sente mareio, ou o sente muito pouco. Então, se esta descarregando o figado, o que permite melhor desdobramentos.














A segunda Dança e para aquietar a mente, a maioria das pessoas trabalham, durante todo o dia, e levam muitas preocupações. Essas preocupações são as que não deixam centrarse quando se vai meditar, ou desdobrarse, ou fazer qualquer prática. Se somos intelectuais e estamos em um escritório todo o dia sentados e necessário que nos equilibremos um pouco, para adiantar o trabalho.
Então, é recomendável, durante um espaço de cinco ou dez minutos, fazer a dança que vamos ensinar. E uma dança que coordena os três cérebros: primeiro aquieta o cérebro Intelectual, a melhor maneira de aquietar o intelecto e não pensar, coloca o ânimo adequado que se requer para começar qualquer prática , centro Emocional, e equilibra ao cérebro Motor.
Este exercício e muito fácil e se leva a cabo assim: começamos a trotar no mesmo lugar e ao mesmo tempo, começamos a aplaudir ritmicamente na frente e atrás do corpo, e girar ao mesmo tempo a cabeça de um lado a outro. Esse é o exercício.





Induvitávelmente, enquanto se faz o exercício não se pode pensar, porque nenhum pensamento se sustenta ai, então começa a dar-se o processo de equilíbrio. Se fizermos este exercício durante cinco ou dez minutos antes de qualquer prática, obteremos uma capacidade de concentração muito superior.


Terceira Dança: Começamos a trotar no mesmo lugar. Desta vez começamos a aplaudir ritmicamente do lado esquerdo e girando a cabeça para o lado direito. Logo aplaudimos do lado direito e giramos a cabeça para o lado esquerdo. É muito fácil, e tem que práticá-lo até coordenar muito bem.
Ai esta estes dois exercícios. O importante e coordenar as três coisas, os movimentos de cabeça, os movimentos dos braços na frente e atrás, e os lados, e os movimentos das pernas. Finalmente se coordena também a respiração. Quando já se tem suficientes práticas se fazem com muita facilidade.
A prática faz o mestre.






A Transmutação das Forças Cósmicas:

A Transmutação das Forças Cósmicas:é um trabalho que devemos fazer conscientemente. Este trabalho se faz entre o Planeta Terra, o microcosmos Homem e o Sol Sírio.
Antes de inicia-la, devemos fazer a dança dos derviches para poder ter suficiente concentração.
Quando fazemos este trabalho ganhamos Dharma pela ajuda cosnciente ao planeta. Esse Dharma se vê refletido na força que nos fica pela participação deste trabalho.
O planeta Terra necessita nossa colaboração consciente. O planeta Terra tem também seu Sol Central, este Sol se chama Melquisedeck, o Sol Interior.
No Sol Sírio encontramos o Exército da Voz. Dele vem toda a energia que sustenta a Criação. Se a pessoa imagina o Sol Espiritual de Sírio, verá uma espiral de luzes formadas por milhões de anjos que movem o Exército da Voz, de um brilho espectacular. Dependendo do grau de concentração, que se tenha, se pode ver isto.
Uma pessoa fazendo a Transmutação das Forças Cósmicas durante uma hora ou duas, pode chegar a ver estas coisas, a oportunidade de vé-lo se logra con uma boa concentração.
Nos fazemos este trabalho invocando a nosso Ser, por que para o nosso Ser não tem espaço, nem tempo. Ou seja, a distância que tem a Sírio não importa, a distância que tem de onde estamos ao centro da Terra, os 6.240 kilómetros que tem mais ou menos ao centro da terra, para o Ser não existe. Ele em um segundo pode estar ai.
Nos sentamos com as palmas das mãos para cima. Vamos imaginar os vórtices de recepção e transmisão de energia cósmica que tem nos dedos dos pés.
Então, o trabalho consiste em transladar energia do planeta terra até o coração, logo translada até o Sol Sírio, logo volta a baixá-la até o nosso coração e finalmente entregar a Energia Cósmica ao planeta terra.
Se faz a volta completa. Levamos uma energia a Sírio e trazemos uma energia de Sírio ao planeta terra, a depositamos no planeta terra expulsando todo o ar dos pulmões.
Pode ser sentado ou de pé, não importa, inalo fazendo o primeiro oito no centro do planeta terra e o levo a altura do coração, se faz outro oito, sai até o Sol Sírio pelo Cocuruto, porque o cocuruto e o ponto de saida do planeta, do microcosmos; Então chegamos ao Sol Sírio, imaginamos a Sírio, fazemos o oito ai e retornamos novamente ao coração, fazemos um oito, na saida do coração, exalamos e expulsamos toda a descarga ao centro do planeta, fazendo o oito ai no centro.
Uma respiração completa -inalação e exalação- durará de trinta segundos a um minuto, de acordo com a capacidade pulmonar que se tenha. Não tem que preocuparse por fazer rápido, não tem que ter pressa.
Ao terminar a Transmutação, estaremos carregados com uma energia inimaginável para praticar desdobramentos, meditações etc... É uma energia muito especial, quanto mais se tem, transmutado, melhor se sente, e melhor pode a pessoa concentrarse para fazer as práticas.
A energia a podemos imaginar cinza prateado, e quando menos se espera, se começa a visualizar. Se verá um fluxo de energia que está circulando através da pessoa, porém isso e durante a prática.



As condições para fazer este exercício de transmutação são:


• Estar descalço
• Um lugar tranquilo
• Se é posivel em contato com a terra, se não se pode, então, não estar sobre materiais que nos isolem como os pisos de lajotas, ou tapete, etc.



Para fazer o trabalho de Transmutação das Forças Cósmicas tem que fazer cinco oitos horizontais, iguais ao símbolo do infinito (∞):


• Primeiro oito em baixo, no centro da Terra
• Segundo oito na altura do Coração
• Terceiro oito no Sol Sírio
• Quarto oito na altura do Coração novamente
• Quinto oito finalmente outra vez no centro da Terra

Prática:


1 - Começamos com a inalação. Com a imaginação recolhemos a energia do centro do planeta Terra, fazendo o primeiro oito. Logo ascendemos até o Coração.
2 - Fazemos o segundo oito na altura do Coração.
3 - Retendo o ar, saimos pelo Cocuruto e vamos até Sirio, nos imaginamos o Sirio.
4 - Fazemos o terceiro oito em Sírio.
5 - Descemos até o nosso coração, penetrando pelo cocuruto.
6 - Fazemos o quarto oito no coração.
7 - Saimos do Coração, exalamos enviando para a Terra toda a energia que trazemos, imaginando que descarregamos essa energia no centro do planeta; e fazemos o quinto oito.


Fonte: http://www.conhecimentodesimesmo.com.br/conferencia41.html









quinta-feira, 1 de maio de 2014


De cómo los hispanos se convirtieron en árabes

Por: Eduardo Manzano Moreno | 01 de mayo de 2014


Vista del mihrab en la Alhambra en una imagen del siglo XIX. / J. LAURENT (BIBLIOTECA NACIONAL)


Uno de los temas que más difícil nos resulta explicar a los historiadores es el significado que tienen los pueblos en la Historia. Hablamos de romanos, visigodos o árabes, pero pocas veces explicamos lo que queremos decir con esos apelativos. No es, pues, de extrañar que sigan muy presentes aquellas tediosas enseñanzas escolares que dibujaban a los romanos trayéndonos acueductos; a los visigodos, escudos y espadas; o a los árabes, en fin, regadíos y la Alhambra. Detrás de esta visión latía la idea de que "nuestros ancestros" habían sido dominados por estos pueblos en distintos momentos, mientras el "pueblo originario" -o los diversos "pueblos originarios", dependiendo del prisma nacionalista que se elija- continuaban su larga andadura histórica. Fruto de esta visión, forjada en púpitres de madera con tintero, es que un antiguo presidente del Gobierno de España tuviera la peregrina ocurrencia de declarar que los árabes tenían que pedir perdón a los españoles por haberles conquistado.



Las cosas afortunadamente son algo más complejas y también bastante más interesantes. Me centraré en el caso de los árabes, que es el que mayores confusiones genera, pues no en vano los nacionalismos ibéricos han hecho de la idea de Reconquista su santo y seña particular.


Es un error muy común creer que los árabes eran un pueblo de camelleros nómadas en estado semi-salvaje antes de la aparición del islam. Lo que se sabe de la Arabia preislámica, por el contrario, es que albergaba poblaciones muy diversas, algunas de ellas instaladas en ciudades con larga tradición comercial y una cultura nada rústica. Las miles de inscripciones encontradas allí hablan en distintos dialectos y caracteres de una sociedad estrechamente relacionada con los grandes imperios antiguos, y en la que existían también pujantes reinos e incluso una literatura muy interesante, que ha dejado restos de una excepcional poesía.


Las grandes conquistas producidas tras la aparición del islam no fueron provocadas por un alocado movimiento de tribus montadas en camellos, sino que estuvieron dirigidas por la élite árabe nacida al amparo de la nueva religión predicada por el profeta Mahoma. Lo que sabemos sobre esas conquistas apunta hacia un patrón casi siempre muy similar: la gran debilidad de los estados de la época hacía que dependieran mucho de la suerte del ejército de su rey o de su emperador, de tal manera que su derrota en una o dos batallas campales dejaba sin defensa a unas poblaciones que quedaban abandonadas a su propia suerte. Los ejércitos árabes podían tomar entonces las principales ciudades -Damasco, Jerusalén, Ctesifón, Alejandría, Cartago, Córdoba o Toledo- sin encontrar mucha oposición. Tras hacerse con los resortes de la administración conseguían que la posible resistencia en otras zonas no pudiera reorganizarse y que fueran muchos quienes optaran entonces por pactar con los invasores. Ello permitió conquistas fulminantes de las que se benefició inmensamente la nueva élite, que se hizo construir grandes y hermosos palacios en lugares de la actual Siria y Jordania. En uno de ellos, Qusayr Amra, unas pinturas realizadas para el califa omeya en la primera mitad del siglo VIII muestran al rey visigodoRodrigo -con una inscripción que le identifica- junto a los emperadores bizantino y sasánida: los grandes derrotados por los ejércitos de los califas.


Precinto de plomo a nombre del gobernador árabe de al-Andalus Anbasa ibn Suhaym (721-726). Colección Tonegawa.


Se dice a veces que la conquista de Hispania del año 711 fue llevada cabo por tropas mayoritariamente bereberes -es decir, gentes procedentes del norte de África- lo cual significaría que de árabe no habría tenido mucho. Sin embargo, esa idea no es correcta, dado que tanto la dirección de la misma, como su orientación ideológica eran árabes, como también lo fue su resultado: la integración de Hispania -ahora llamada al-Andalus- en el imperio de los califas árabes de Damasco. De la misma manera que a nadie se le ocurre dudar del carácter de las conquistas de Roma por la variada procedencia de los legionarios que las realizaban, es erróneo poner en duda el carácter árabe e islámico de la conquista por el hecho de que muchas de sus tropas procedieran del norte de África. Además, en torno al año 741 un nuevo ejército árabe llegó a al-Andalus, y sus numerosas tropas se diseminaron por buena parte de este territorio, contribuyendo así a reforzar el carácter árabe e islámico de la ocupación. Quienes organizaron, dirigieron y administraron la conquista fueron, pues, los árabes, y los testimonios contemporáneos en papiros procedentes de latitudes como Egipto demuestran que, como todos los conquistadores, se tomaron muy en serio su papel de dominio sobre las poblaciones sometidas.


La consolidación de este dominio comenzó a cambiar las cosas. De hecho, es llamativo el destino de los bereberes llegados a la península. Perdieron rápidamente su propia lengua -que nada tenía que ver con el árabe- hasta el punto de que el castellano apenas incorporó palabras procedentes del bereber, al contrario de lo que haría con el árabe, del que proceden entre 4000 y 5000 vocablos. Estos bereberes, por lo tanto, se arabizaron muy rápidamente tanto en su lengua, como en sus nombres y usos culturales. Un sabio andalusí muy conocido, debido a que fue uno de los introductores del rito jurídico malikí, llamado Yahya b. Yahya (m en 848), tenía un nombre indistinguible de cualquier árabe, pero descendía de un ancestro bereber llegado con la conquista cien años antes.


También la población indígena comenzó a adoptar la lengua árabe de forma muy rápida. Hay muchas pruebas de ello. En un célebre texto, el escritor cristano Álvaro de Córdoba se quejaba en pleno siglo IX de que sus correligionarios más jóvenes apenas se interesaban por el latín y los escritos eclesiásticos, prefiriendo la lectura de los poetas árabes. Por la misma época, un gobernador árabe de Mérida, prendado de las antiguas inscripciones que todavía abundaban en la ciudad, quiso saber lo que decían, pero no encontró entre todos los cristianos a nadie que supiera descifrarlas, excepto un clérigo viejo y decrépito. Un siglo más tarde, libros sagrados como los Salmos o incluso el Evangelio tenían que ser traducidos al árabe, como también lo fueron los propios concilios de la iglesia hispana en pleno siglo XI. Todo ello demuestra que los cristianos que todavía quedaban en al-Andalus tenían que traducir sus textos religiosos al árabe para poder entenderlos.


Este proceso de cambio es conocido como arabización. A él contribuyeron también los matrimonios mixtos producidos después del año 711 entre mujeres indígenas y conquistadores. Fueron muy numerosos, -el más conocido el de Sara, la nieta del rey visigodo Witiza- aunque no eran muy bien vistos por las jerarquías eclesiásticas, tal y como demuestra una carta del papa Adriano, quien a finales del siglo VIII, se lamentaba de que en Hispania las gentes daban a sus hijas en matrimonio a los paganos. Estas quejas, sin embargo, poco podían hacer para detener unos procesos sociales imparables, que acabaron suponiendo la fusión de conquistadores y conquistados y la arabización completa de estos últimos. El resultado fue que varias generaciones después de la conquista mucha gente había perdido la conciencia de sus ancestros indígenas.


Un caso muy evidente -y siempre citado- es el del gran escritor Ibn Hazm [en la imagen], autor de un magnífico tratado sobre el amor, El Collar de la Paloma (Tawq al-hamama), quien con toda probabilidad descendía de indígenas, pero para el cual las principales referencias culturales eran árabes y, por supuesto, islámicas. Los casos más extremos de arabización eran los de personajes que, a pesar de que descendían de bereberes o indígenas, pretendían tener ancestros en la Arabia preislámica, lo que da buena muestra del prestigio que esta noción tenía en la sociedad andalusí. La arabización lingüística, por lo demás, ha sido brillantemente demostrada por arabistas españoles como Federico Corriente, que han sido capaces de establecer los peculiares rasgos morfológicos, fonéticos y léxicos que tenía el árabe hablado por la inmensa mayoría de las gentes en al-Andalus.


Siempre que se habla de estas cosas, sin embargo, uno debe temerse lo peor. Es inevitable que surja el Unamuno de turno, que se tome todo esto a la tremenda y nos regale atormentadas disquisiciones, que insisten en ver en lo ocurrido hace mil y pico años los gérmenes de nuestra contemporánea aflicción. Tampoco suele faltar una visión nacionalista árabe que intente demostrar la superioridad de esta cultura a lo largo de los siglos. Las gentes aquejadas por estas visiones tan trascendentalistas del pasado -a pesar de que éste insiste en ser miserablemente materialista- suelen discutir entre sí con gran pasión y con información no muy veraz, lo que provoca embrollos sin cuento, que mezclan lo ocurrido en los siglos medievales con situaciones contemporáneas para perplejidad de los más sensatos.


Me consta que a muchos de mis colegas estos embrollos les provocan cierto tedio y una comprensible desgana por embarcarse en la divulgación de los conocimientos que atesoran. Pero me temo que nuestro compromiso social de historiadores no nos deja elección, y que, a despecho de malentendidos y tergiversaciones, debemos explicar lo que la investigación ha venido sacando pacientemente a la luz y que, en muchos casos, no son meras opiniones, sino hechos plenamente verificados. Y uno de esos hechos es que, tiempo después de la conquista militar, los descendientes de los hispanos sometidos comenzaron a convertirse en árabes desde el punto de vista cultural y lingüístico: algunos siguieron manteniendo su religión cristiana -los llamados mozárabes-, mientras que otros muchos se convirtieron al islam. Queda para otra ocasión este tema, el de la islamización religiosa, del que apenas hemos podido hablar aquí y que merece también una larga explicación.


Mientras tanto quédense con esta idea. Contrariamente a lo que pretende el pensamiento histórico más conservador (que anda últimamente muy desbocado), la Historia es un proceso continuo de cambio y transformación.


Sânscrito: Uma Introdução à Sua História e Grandiosidade




Sri Nandanandana Dasa
Além de ser a língua do yoga, dos sábios da Índia antiga e quiçá dos deuses, o sânscrito é tido por muitos estudiosos como a mãe de todas as línguas do mundo.


Escrita


Sempre houve questionamentos sobre de onde vem a escrita original indiana e como se originou. Contudo, os famosos arqueólogos e especialistas em escrita A. B. Walawalkar e L. S. Wakankar provaram através de sua pesquisa que a escrita indiana originou-se na própria Índia e disseram que, com base na fonética, a tradição da escrita estava presente até mesmo nos tempos védicos.1


A palavra “sânscrito”, na verdade, refere-se a uma língua levada à perfeição formal, em contraste com as línguas comuns da época, chamadas de prakrit. A forma do sânscrito que foi usada pelos últimos 2500 anos ou mais é comumente conhecida como sânscrito clássico, o qual foi estabelecido pelos gramáticos antigos e que, segundo a maioria dos estudiosos, foi finalizada por Panini no século V a.C. Isso se tornou o padrão para o sânscrito correto com autoridade tamanha que pouco mudou desde então até o dia atual.


Kamlesh Kapur provê uma imagem interessante da escrita sânscrita em seu livro Portraits of a Nation: History of India: “A língua sânscrita é composta de 50 sons e letras em seu alfabeto. Tem 11.000 raízes para a formação de palavras e 500.000 palavras. A língua sânscrita tem 1700 dhatu(raízes verbais), 80 upasargas (sufixos, prefixos) e 20 pratyaya (declinações). Acredita-se que o sânscrito tenha 74.000.000 palavras. Com efeito, usando essas regras e adicionando prefixos e sufixos, o sânscrito pode fornecer um infinito número de palavras cujos significados são completamente determinados pelo processo gramatical. Muitas línguas faladas e escritas hoje na Índia derivam do sânscrito. Bengali, gurumukhi, guzerate, marati, oriá e híndi derivam do sânscrito. As línguas do sul foram influenciadas pelo sânscrito. Recentemente, o Condado de Washoe, Nevada (EUA), proclamou 12 de janeiro de 2008 como o Dia do Sânscrito. A proclamação diz que ‘conforme o hinduísmo se expande no ocidente, é importante compreender o hinduísmo, para o que se deve ter conhecimento prático do sânscrito’”.2


Todavia, a Índia também tem uma forte tradição em sua cultura védica para possíveis origens de sua escrita. Há alguns exemplos disso. Um deles é que o texto conhecido como Yaju Taittariya Samhita conta a história de como os devas lidaram com o problema de ter de encontrar um método que pudesse ser aplicado de modo a dar forma ao som, uma vez que o som desaparece tão logo as palavras são faladas. Então, eles foram até Indra e disseram: “vachanvya kurvit”, que significa “confira uma forma ao som”. Indra, então, disse que ele teria de solicitar a ajuda de Vayu, o deus do vento. Os outros deuses concordaram, e Indra deu uma forma ao som através do conhecimento da escrita. Isso é famoso como indra vayavya vyakaran, ou “a gramática pertinente ao aéreo Indra”.3


Outro exemplo dá os créditos ao Senhor Shiva. Esse descreve que, com a morte de vários sábios, alguns ramos específicos do conhecimento védico começaram a desaparecer. Então, com uma oração para salvá-los, grandes sábios como Sanaka foram até Shiva em Chidambaram, um local no sul da Índia. Ouvindo suas orações, o Senhor Shiva golpeou seu instrumento damru nove vezes e, em seguida, outras cinco vezes durante o intervalo de sua dança cósmica. Assim, quatorze fontes de som nasceram, as quais vieram a ser conhecidas como maheshwar-sutra.4


Outra história da tradição védica é que, quando o grande Vedavyasa estava pensando em escrever o Mahabharata, deparou-se com o problema de quem o poderia escrever. Para solucionar esse problema, ele pensou em Ganesha. Quando Ganesha chegou, Vedavyasa disse: “Sê o escritor do Bharata Grantha”. Ganesha disse que o faria apenas se Vedavyasa não pausasse ou parasse, e Vedavyasa concordou, contanto que Ganesha não escrevesse nada a menos que houvesse compreendido o significado de tudo ditado por Vedavyasa. Considera-se que isso ocorreu pouco depois do começo da era de Kali-yuga, cujo início é aceito como sendo o ano de 3102 a.C. Diante disso, faz-se compulsório o entendimento de que o conhecimento da escrita sânscrita já existia desde então.


Não obstante, o arqueólogo Balawalkarji estudou a escrita das moedas antigas e provou que foi principalmente a escrita maheshwari que foi a escrita védica. De acordo com ele, foi apenas posteriormente que as escritas brami e nagari desenvolveram-se a partir da maheshwari.


A Língua Sânscrita


Não há dúvidas de que as maiores contribuições da cultura védica são a escrita e a língua sânscrita. O sânscrito é a língua da Índia antiga e da filosofia védica e de sua civilização. Trata-se de uma língua perfeita, que também invoca a vibração espiritual da qual fala. É uma língua refinada, mas também absolutamente autoprotetora na maneira como faz para manter o significado original que apresenta, contanto que a pessoa compreenda devidamente a gramática e a sintaxe sânscritas. Em outras palavras, quando traduz de acordo com as regras da língua sânscrita, você não pode levar a interpretação muito além de sua intenção primária sem abandonar todas as regras de sânscrito.


A. L. Basham, ex-professor de Civilização Asiática na Universidade Nacional Australiana, Canberra, escreve em seu livro The Wonder That Was India (página 390): “Uma das maiores conquistas da Índia antiga é seu notável alfabeto, que começa com as vogais e, então, apresenta as consoantes, todas classificadas muito cientificamente de acordo com seu modo de pronúncia, em grande contraste com o acidental e inadequado alfabeto romano, que foi desenvolvido organicamente ao longo de três milênios. Foi apenas com a descoberta do sânscrito por parte do Ocidente que uma ciência fonética nasceu na Europa”.


Basham diz ainda (página 509): “Vê-se que esse alfabeto é metódico e científico, com seus elementos classificados primeiro em vogais e consoantes e, em seguida, dentro de cada seção, de acordo com a maneira como o som é formado. As guturais são formadas pela constrição da garganta com a parte de trás da língua; as palatais, mediante o toque da língua contra o palato; as retroflexas, mediante o curvamento da ponta da língua para tocar o palato duro; as dentais, mediante o toque dos dentes superiores com a língua, e as labiais, pelo contato entre os dois lábios”.


Ademais, o sânscrito, ou remanentes do mesmo, podem ser encontrados em tantas outras línguas ao redor do mundo que é possível hipotetizar que tenha sido a língua original, a primeira língua conhecida no mundo. Em quase todas as línguas, como grego, francês, inglês, árabe, urdu, persa, mayan, eslavo, russo e os derivativos sânscritos, como híndi, tamil, telegu ou malayalam, encontramos palavras sânscritas por toda parte. Ou pessoas falantes de sânscrito levaram-nas por todo o mundo, ou o sânscrito foi a única língua do mundo ou sua principal – são essas as duas possíveis explicações para que traços do sânscrito estejam em todas as línguas ao redor do planeta.


Leia aqui sobre vestígios da civilização védica presentes em narrativas do mundo.


Um dos muitos indivíduos que acreditaram que o sânscrito tenha sido o ancestral comum de muitas línguas foi o poeta inglês, jurista e acadêmico Sir William Jones, que, em 1783, foi apontado juiz da Suprema Corte da Bengala. Ele começou a estudar sânscrito e escreveu e publicou suas impressões sobre a língua: “A língua sânscrita, independente de qual seja sua antiguidade, é de uma estrutura magnífica – mais perfeita do que o grego, mais prolixa do que o latim e mais refinada do que ambos. Ao mesmo tempo, tem afinidade grande demais tanto com o grego quanto com o latim, tanto nas raízes verbais quanto nas formas gramaticais para ser algo possivelmente produzido por acidente – tão forte afinidade, com efeito, que nenhum filósofo poderia examinar todas as três sem acreditar que tenham se originado de uma fonte comum talvez não mais existente. Há uma razão similar, embora não tão compulsória, para supor que tanto o gótico quanto o celta, embora misturados a um idioma diferente, tenham a mesma origem dentro do sânscrito”.


Sir William Jones em Asiatic Researches, Vol. I (p. 423), também apresentou os meios pelos quais as similaridades de muitas línguas, sobretudo do grupo indo-europeu, são fornecidas pelo sânscrito: “Deonagri [devanagari] é a fonte original a partir da qual os alfabetos da Ásia Ocidental se originaram”.


Pococke também relata: “A língua grega deriva do sânscrito”.5 O erudito Dr. Pritchard também diz: “A afinidade entre a língua grega e os antigos parse e sânscrito é certa e essencial. O uso de idiomas cognatos prova que as nações que as usaram descendem de uma só fonte. Que a religião dos gregos emanou de uma fonte oriental ninguém negará. Temos, portanto, que supor que tanto a religião quanto a língua da Grécia se originaram em grande parte diretamente do Oriente”.6


Deste modo, começou a ideia de que havia uma língua anterior que era a origem das demais, a saber, sânscrito, grego e latim. Deram a esse ancestral imaginário o nome de língua protoindo-europeia, ou língua protoindo-germânica. Entretanto, não conseguiram encontrar essa língua imaginária nos últimos 150 anos, tampouco encontrarão algum dia, haja vista que tal língua não existe. Não obstante, nem todos concordam com essa ideia de que o sânscrito foi meramente parte da língua protoindo-europeia.


Por exemplo, até mesmo o estudioso britânico Thomas Maurice, editor dos sete volumes de Indian Antiquities, menciona no Volume IV que Halhead, o primeiro sanscritólogo europeu, disse que “parece que [o sânscrito] foi a língua original da Terra. Todo acadêmico ocidental que prontamente aplique sua mente ao problema se verá concordando com Halhead que o sânscrito é a língua mais antiga e que foi falada por todo o mundo. As demais línguas do mundo são pedaços danificados e torcidos de sânscrito”.


O grande sanscritólogo Bopp escreveu em seu Edinborough Review (Volume 33, página 43): “Em um momento, o sânscrito foi a única língua falada em todo o mundo”.


Conforme o estudo do sânscrito e o interesse pelo mesmo crescia, houve muitos estudiosos e pesquisadores que o louvaram. Em 1777, o astrônomo francês Bailly avaliou que os humanos mais antigos tinham de ter vivido às margens do Ganges. Bailly também declarou certa vez: “Osbrahmanas são os professores dos pitágoras, os instrutores da Grécia, e, através dela, de toda a Europa”.7


Voltaire também opinou: “Em suma, Sir, estou convencido de que tudo – astronomia, astrologia, metempsicose etc. – vêm a nós das margens do Ganges”.8


O naturalista francês e viajador Pierre de Sonnerat (1782) também acreditava que todo conhecimento vinha da Índia, que ele considerava o berço da raça humana.9


Então, em 1807, Schelling, um metafísico bem conhecido em seu tempo, disse: “O que é a Europa senão um tronco estéril que deve tudo à enxertadura oriental?”.10


Em 1808, Friedrich von Schlegel argumentou que “o noroeste da Índia tem que ser considerado o ponto central a partir do qual todas as nações tiveram origem”.11 Schlegel, que também ajudou a popularizar o interesse alemão pelo sânscrito, chegou à mesma conclusão em seu estudo comparativo de gramática: “A língua sânscrita é mais antiga; a outra é mais nova e derivada da primeira”.


Em 1845, Eichhoff alegou ousadamente que “todos os europeus vieram do Oriente. Essa verdade, que é confirmada por evidências de fisiologia e linguística, não precisa mais de prova especial”.12 E isso, eu adicionaria, foi antes da genética confirmar o mesmo ponto.


Em 1828, Vans Kennedy relatou: “O sânscrito em si é a língua primitiva da qual o grego, o latim e a mãe dos dialetos teutônicos se derivaram originalmente”.13


Então, em 1855, Lorde A. Curzon, o governador-geral britânico da Índia e, mais tarde, chanceler de Oxford, convenceu-se por completo de que “a raça da Índia ramificou-se e multiplicou-se tornando-se a grande família indo-europeia… Os arianos, em um período ainda indeterminado, avançaram e invadiram os países a oeste e nordeste da Índia, conquistando várias tribos que ocupavam as terras”.14


Michelet foi outrem que teve a opinião de que os Vedas “foram indubitavelmente o primeiro monumento do mundo”,15 e que a Índia emanou uma torrente de luz e o fluxo da razão e do direito”.16


Godfrey Higgins endossa isso em seu livro The Celtic Druids (página 61), onde escreve: “Há muitas objeções quanto ao latim ser oriundo do grego. O latim exibe muitos termos em uma forma mais rude do que o grego. O latim se derivou do sânscrito”.


As raízes de muitas línguas se encontram no sânscrito, que alguns chamam de a mãe de todas as línguas, distinta do resto por sua longevidade, estabilidade de forma por muitos milênios e statusde língua sagrada. O fato é que quanto mais no passado vamos ao tentar traçar a origem das línguas europeias, mais se parecem com o sânscrito. Quanto mais voltamos no tempo, mais vemos que a Europa e a cultura védica misturaram-se.


Sri Aurobindo comentou que o sânscrito é “o instrumento literário mais magnífico, perfeito e maravilhosamente suficiente que a mente humana já desenvolveu… ao mesmo tempo majestoso e doce e flexível, forte e claramente formado e pleno e vibrante e sutil…”.17


Podemos ver muitas palavras sânscritas em outras línguas, ou continuações delas em lituano, russo ou inglês. Com efeito, há muitas palavras em lituano que são ligadas ao sânscrito ou que são parte do mesmo.


Uma das razões para remanentes do sânscrito aparecerem ao redor do mundo, uma vez que sânscrito foi a língua da Índia antiga, ou Bharatvarsha, é que as pessoas da região difundiram-se ou migraram para outras partes do mundo. Então, deram nomes aos oceanos, rios, montanhas e regiões com nomes sânscritos. Qualquer um pode ver isso caso tenha até mesmo apenas um pouco de conhecimento de sânscrito. Por exemplo, podemos ver isso em nomes como indonésia, indochina, Índias ocidentais etc., ou em outros lugares onde temos afeganistão, baluchistão, turquestão, curdistão, cazaquistão e uzbequistão, todos os quais mostram o sufixo sthan e que dão testemunho da influência pretérita da tradição védica global. Estudando mais além, há também muitos nomes sânscritos nos países do Oriente Distante e do Pacífico Sul.


Infelizmente, as similaridades nas línguas foram usadas para apoiar a teoria da invasão ariana, a ideia de que o sânscrito e a cultura védica foram à antiga Índia vindos de fora. Contudo, mais do que qualquer outra coisa, não foi para a Índia que o sânscrito viajou, senão que viajou para o oeste e foi então adotado em diferentes graus pelos outros, dando assim origem para o que se chamou de língua protoindo-europeia, supostamente anterior ao sânscrito. É claro que isso ainda tem que ser provado, e a ideia veio principalmente pela maneira eurocêntrica de ver o mundo. Com as novas evidências que surgem, podemos concluir que houve um movimento em direção ao Ocidente ou migração de pessoas para fora da Índia que levou consigo o sânscrito, que, então, foi absorvido pelas línguas existentes de várias regiões da Ásia central e ocidental.


Com a natureza avançada da língua e do alfabeto sânscritos, alguns sentem que, como a fonte tradicional dos Vedas defende, o sânscrito foi dado à humanidade pela Divindade. Ele não poderia ter-se desenvolvido pelo lento processo de uma agência humana. Afinal, no período de tempo em que o sânscrito apareceu, a humanidade era considerada por alguns como constituída de bárbaros. Todavia, como poderia tal povo, se isso era o que eram, desenvolver uma língua tão refinada como o sânscrito? Para tal língua surgir, teria de vir de uma civilização igualmente refinada e avançada. De outro modo, por que, após milhares de anos de nossa civilização avançada e científica, não vimos uma língua melhor ou mais sofisticada?


Para substanciar isso, podemos apresentar a seguinte citação que apareceu na edição da primavera de 1985 da revista AI (Artificial Intelligence), escrita pelo pesquisador da NASA Rick Briggs: “Nos últimos vinte anos, muito tempo, esforço e dinheiro foi gasto no desenvolvimento de representações livres de ambiguidade de línguas naturais para torná-las acessíveis ao processamento de computadores. Esses esforços foram centrados em criar um esquema projetado para ser paralelo às relações lógicas expressas pela sintaxe e pela semântica das línguas naturais, que são claramente imprecisas e ambíguas em sua função como veículos para a transmissão de informação lógica. Compreensivelmente, há uma crença amplamente difundida de que línguas naturais são inapropriadas para a transmissão de muitas ideias que as línguas artificiais podem transmitir com grande precisão e rigor matemático. Contudo, essa dicotomia, que serviu como uma premissa por trás de muito trabalho nas áreas de linguística e inteligência artificial, é falsa. Há pelo menos uma língua, o sânscrito, que, pela duração de quase 1000 anos, foi uma amável língua falada com uma considerável literatura própria. Além de obras de valor literário, há uma longa tradição filosófica e gramatical que se estende até os dias atuais sem perda de vigor. Entre os feitos dos gramáticos, há um método que possibilita parafrasear o sânscrito de uma maneira que é idêntica não apenas em essência mas em forma com o atual trabalho em inteligência artificial”.


Em outro nível, os antigos e rishis chamavam o sânscrito de “a língua dos deuses”, ou devevani oudevabhasha. A escrita se chamou devanagari, “a escrita dos deuses”. E outro fato é que a maioria das composições védicas mais espirituais é em sânscrito. No Rig Veda, o sânscrito foi chamado devacho aggram, ou “a língua mais antiga”. Não há dúvidas de que foi a principal língua utilizada pelos grandes rishis ou sábios para disseminar o conhecimento de iluminação que receberam desde os tempos da criação universal. O sânscrito foi capaz de invocar a energia espiritual da qual fala, bem como a vibração para elevar a consciência aos reinos superiores que descreve. Os grandes épicos e sistemas de conhecimento estão todos em sânscrito. Mesmo os grandesacharyas, como Shankara, Ramanuja, Madhva, Nimbarka, Vallabha e outros poetas e filósofos, escreveram em sânscrito. O sânscrito permaneceu por pelo menos três milênios, se não muito mais, como o veiculador do pensamento védico antes que seu domínio gradualmente cedesse aos dialetos vernaculares que, por fim, evoluíram a partir dele, como o híndi, o guzerate, o bengali, o tamil, o telegu, canará etc.


Há oficialmente 25 línguas na Índia, junto de 33 diferentes línguas e 2000 dialetos, que se sabe serem utilizados. Em relação a isso, Will Durant descreve em Our Oriental Heritage (p. 406): “O sânscrito dos Vedas e os épicos já têm sinais de identificação de uma língua clássica e literária, usada apenas por eruditos e sacerdotes; a própria palavra ‘sânscrito’ significa ‘preparada, pura, perfeita, sagrada’. A língua do povo do tempo védico não foi uma, mas muitas; cada tribo tinha seu próprio dialeto ariano. A Índia nunca teve uma língua”.


Gramática Sânscrita


Embora demos grande crédito a Panini por ser um dos primeiros gramáticos do sânscrito, se não o primeiro, devemos nos lembrar de que, em seus escritos, o próprio Panini menciona pelo menos dez gramáticos que o precederam.18


Ademais, sabe-se que o sânscrito foi uma tradição vocal muito antes de ser colocado na forma escrita. Isso tende a mostrar que o sânscrito existe muitos anos antes de Panini, e que Panini também existiu muito tempo antes do período que se supõe.


O fato de Panini ter listado filólogos anteriores indica que tem de ter existido uma língua completamente existente de sânscrito na Índia antiga muito antes de ele ter formado seu livro sobre gramática sânscrita. Do contrário, a complexa literatura não poderia ter sido passada para as gerações futuras e continuado de tal maneira imaculada em uma tradição oral. Panini não desenvolveu o sânscrito, mas apenas compilou as regras de sânscrito.


Dra. Cardona, uma professora de linguística na Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, uma renomada estudiosa da gramática de Panini, coloca Panini no século VI a.C., mas acredita que possa ter vivido muito antes dessa data. Em relação a isso, conde Bjornstjerna, mesmo com as evidências mais antigas que pôde acessar, escreveu em seu Theogony of Hindoos que os hindus possuíam textos escritos de religião antes de 2800 a.C. É provável, portanto, que Panini tenha vivido muito antes do apontado século VI a.C.


Os glossários mais antigos de palavras védicas remontam ao Nighantu, escrito pelo remoto etimologista Yaska. Yaska explicou que compilou isso baseado em glossários anteriores, o mais importante dos quais foi o Nighantuka-Padakhyana, que é atribuído a Kashyapa Prajapati. O próprio Yaska descreveu pelo menos doze etimologistas anteriores a ele. Como listado em seu Nirukta, estão inclusos Aupamanyava (Nirukta 1.1), Audambarayana (1.1), Varshayayani (1.2), Gargya (1.3), Shakatayana (1.3), Agrayana (1.9), Shakapuni (2.8), Aurnavabha (2.26), Taitiki (4.3), Sthaulastivi (7.14), Kraustuki (8.2) e Kathakya (8.5). Então, seu comentário pessoal, o Nirukta, é baseado em uma longa tradição de sânscrito védico e foi uma compilação e uma codificação do conhecimento etimológico que remonta até o tempo pré-histórico de Kashyapa Muni.


Obviamente, o sânscrito foi a mais antiga das línguas desenvolvidas, e nenhuma terra senão a Índia antiga e nenhuma língua senão o sânscrito pode se gabar de uma posse tão antiga e venerável. Nenhum povo senão os hindus, os arianos védicos, pode mostrar semelhante herança sagrada em sua história, tão imponente em sua grande glória quando comparada a outras línguas. Os Vedas e a literatura védica, como o Ramayana e o Mahabharata, servem de farol de luz divina para o progresso contínuo da humanidade.


Sir William Wilson Hunter escreveu em The Indian Empire: “A gramática de Panini é suprema entre as gramáticas do mundo, tanto por sua precisão de declaração como por sua meticulosa análise de raízes da língua e dos princípios formadores das palavras. Aplicando uma terminologia algébrica, obtém-se uma forte concisão sem paralelos em brevidade. Essa gramática arranja em harmonia lógica todos os fenômenos que a língua sânscrita apresenta e se mostra um dos feitos mais esplêndidos de invenção e indústria humana. Tão elaborada é a estrutura que dúvidas surgiram em relação a se suas inumeráveis regras de formação e mudança fonética, seus derivativos polissilábicos, suas dez conjugações com seu aoristo poliforme e abundância de tempos poderiam em algum momento ter sido a língua falada de um povo”.19


Manning também relata: “A gramática sânscrita é evidentemente muito superior ao tipo de gramática com que a maior parte dos gramáticos na Europa se contentou”.20


Elphinstone concorda: “Seus [de Panini] trabalhos e aqueles de seus sucessores estabeleceram o sistema de gramática mais completo que já objetivou organizar os elementos da fala humana”.21


Sir Monier Williams diz: “A gramática de Panini é uma das obras literárias mais memoráveis que o mundo já viu, e nenhum outro país pode produzir qualquer sistema gramatical de algum modo comparável, quer pela originalidade, quer pela esquematização, quer pela sutileza de análise… Seus shastras são um milagre perfeito de condensação”.22


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Referência


1. Suresh Soni, India’s Glorious Scientific Tradition, Ocean Books Pvt. Ltd., Nova Delhi, 2010, p. 199.

2. Kamlesh Kapur, Portraits of a Nations: History of India, Sterling Publishers, Private Limited, 2010, p. 401.

3. Suresh Soni, India’s Glorious Scientific Tradition, Ocean Books Pvt. Ltd., Nova Delhi, 2010, p. 199.

4. Ibid., p. 200.

5. Pococke, India in Greece, p. 18.

6. Pritchard, Dr. Pritchard’s Physical History of Man, Vol. I, p. 502.

7. Jean-Sylvan Bailly, Lettres sur l’origine des sciences et sur celle des peuples de l’Asie, Paris, Freres Bebure, 1777, p. 51.

8. Ibid., 1777, p. 4.

9. Pierre Sonnerat, Voyages aux Indes Orientales et la Chine, Paris, 1782.

10. L. Poliakov, The Aryan Myth, Sussex University Press, Londres, 1971, p. 11.

11. Friedrich von Schlegel, Uber die Sprache und die Weisheit der Indier, Amsterdam Studies in the Theory and Hindistory of Linguistic Science, Amsterdã, Benjamins, 1977, p. 505

12. E. W. Eichhoff, Vergleichung der Sprachen von Europa und Indien, Schrey, Leipzig, 1845.

13. Vans Kennedy, Researches into the Origin and Affinity of the Principal Languages of Asia and Europe, Longman, Londres, 1828, p. 196.

14. Journal of the Royal Asiatic Society, 16, 172-173.

15. J. Michelet, Bible de l’humanite, Paris, Chamerot, 1864, p. 26.

16. Ibid., p. 485.

17. Pride of India: A Glimpse into India’s Scientific Heritage, Samskriti Bharati, Nova Delhi, 2006, p. 130.

18. Nicholas Kazanas, Indo-Aryan Origins and Other Vedic Issues, por Aditya Prakashan, Nova Delhi, 2009, p. 199.

19. Imperial Gazetteer of India, Art, “India”, p. 214.

20. Ancient and Medieval India, Vol. I, p. 381.

21. Elphinstone’s History of India, p. 146.

22. Monier Williams, Indian Wisdom, p. 172.


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