Glossário de Termos sânscritos, por Raul Xavier
ADIAIA - Capítulo de livro.
ADITI - Sem limite. O céu ilimitado, o infinito personificado sob a denominação de Deva-matri, a mãe dos deuses. No Iajurveda, Aditi é invocada como "sustentáculo do firmamento, apoio da Terra, soberana deste mundo, esposa de Visnú".
ADITIAS - Os sete deuses, filhos de Aditi. Eram figurados por Varuna, o firmamento, correspondente ao Urano latino, Mitra, Ariaman, Baga, Indra, Savitri, Dakscha.
ADVARIU - Sacerdote que recita as preces do Iajurveda.
AGNI - Uma das maiores divindades do culto védico. Deificação do fogo celeste - do sol, da chama na fogueira, na lâmpada. Além de Abhimani, há outros epítetos de Agni: Vahni (mensageiro); Pavaka (brilhante), Vaiswanara (Fogo vital), Abja-hasta (loto na mão), Dhuma-ketu (aquele cujo sinal é a fumaça), Huta-bhuj (devorador de ofertas), Suchi (o resplandecente), Rohitaswa (dono de cavalos vermelhos), Jata- vedas (com os seguintes significados: conhecedor de todos os seres criados; dono de todas as criaturas e coisas existentes; conhecido de todos os seres; possuidor de riquezas; possuidor de sabedoria. Agni era também a divindade mensageira dos pedidos dos homens aos deuses).
AGNIDH ou AGNIDRRA - Palavra que significa "acendedor do fogo". Designa o auxiliar do oficiante e cuja função é manter o acesso o fogo do sacrifício.
AGNIHOTRA - Oblação ao fogo, sacrifício de que é oficiante um brâmane, logo ao amanhecer.
ARI - Demônio com a forma de serpente. Um dos nomes do cíclope Vrita.
ANANDA - Palavra que significa felicidade. É um dos epítetos de Siva.
ANGA - Suplemento dos Vedas. ANGIRAS - Richí a quem se atribui a autoria de muitos hinos do Rigveda. Um dos sete Maharichis ou Grandes Richís. Um dos dez Prajapatis ou progenitores da humanidade. Legislador. Astrônomo. Re- gente do planeta Júpiter ou o próprio planeta. Denominado também "o sacerdote dos deuses" e "o senhor do sacrifício". O nome é também sinônimo de Agni, podendo além disso significar "pai de Agni", "lido em hinos dirigidos a Agni", Indra e deidades luminosas.
ANVAKA - Recitativo.
ARIAMAN - Um dos Aditias ou deuses filhos de Aditi. Denominação de um dos Viswadevas - Chefe dos Pitris ou Ancestrais da raça humana.
ASTAKA - Livro em oito partes ou capítulos.
ASURA - Nos mais antigos hinos do Rigveda, o vocábulo designa o Espírito Supremo, sendo análogo ao Ahura da religião de Zoroastro. Como sinônimo de "deus", aplicava-se às principais deidades, Agni, Indra, Varuna. O vocábulo depois passou a designar um demônio, espírito maligno, quase sempre de cor escura, e nas últimas seções do Rigveda e do Atarvaveda inimigo dos deuses. Do ponto de vista antropológico, cultural, o nome Asura aplicava-se aos deuses dos primitivos povos da Índia, adversários dos deuses dos Arias invasores. Eram representados com a pele escura ou negra, mal encarados e maléficos.
ASVINS - Dois deuses védicos, irmãos gêmeos do solou do Céu. Sempre jovens e bonitos, de pele dourada e resplandescente, ágeis, rápidos como o falcão e que assumiam muitas formas. Andavam em um carro de ouro, puxado por pássaros ou cavalos rápidos, sendo arautos da Aurora.
BALA - Faculdade mental, desenvolvida pela prática do Raja Ioga. Pode ser a memória, a resistência aos males, físicos e morais, a inteligência, e outras.
BRAHMA - O vocábulo no gênero neutro, a final breve, designa o princípio universal da existência em todo o cosmos, princípio absoluto, eterno, do qual tudo provém e ao qual tudo volta. O mesmo vocábulo com a final longa, Bramã, no gênero masculino, refere-se ao primeiro impulso energético do princípio universal, impulso criador do espírito e da matéria, duas formas complementares no plano fenomênico. Esse primeiro impulso criador é representado como uma das três divindades supremas, que constituem a Trimurti: Brama, Visnú, Siva.
BRAMANAP ASTI - Termo védico, equivalente a Brihaspati.
BRAMANE - Membro da casta sacerdotal na Índia, preeminente sobre as outras três castas: Kchatryias, Vassyús, Párias.
BRAMANACHAMSIN - Sacerdote que está presente ao sacrifício do soma, fiscalizando a execução do ritual. Em caso de erro, ele procede à devida expiação. Sentado no centro da área da cerimônia, ele permanece silencioso. Recebe a metade do total dos honorários pagos aos oficiantes.
BRlHASPATI - Termo védico, análogo a Bra-manapasti. São ambos nomes de uma deidade na qual se personifica a ação do adorador sobre os deuses. É o suplicante, o sacrificador, o sacerdote que intercede, junto aos deuses, em favor dos homens e protege a humanidade da ação dos maus. Ora designa o protótipo dos sacerdotes, ora uma família sacerdotal. Chamam-no "pai dos deuses" e atribuem-lhe extenso poder de criação. Aplicam-lhe os epítetos de "brilhante", "pele dourada", que tem "o trovão na voz". Supõem-no filho de Angiras e dão-lhe o patronímico Angirasa. Do ponto de vista astronômico, é regente do planeta Júpiter ou o próprio planeta.
DADHI - Leite coalhado, misturado com leite cozido, uma das oblações nos sacrifícios.
DADHICHA - Nome de um richí, compositor de hinos védicos.
DAKSCHA - Deus nascido do polegar direito de Bramã. Um dos Prajapatis.
DAKSCHINA - Recompensa aos oficiantes no sacrifício.
DASAS - Tribo de indígenas da Índia, que resistiram à invasão dos Arias.
DASAPAVITRA - Peneira de linho para a filtragem do soma.
DASIÜS - Seres maus, inimigos dos deuses e dos homens, denominação dada pelos Arias aos deuses dos Dasas como também de outras tribos nativas da Índia. Tinham a pele negra, como os Asuras, e outras entidades demoníacas.
DEVA - Deus, divindade. Vocábulo derivado da raiz div, brilhante.
DEVI - Feminino de Deva. Deusa. Denominação abreviada de Mahadevi, a grande deusa.
GANDARA - Região à margem do rio Indo.
GANDARVA - Divindade védica, que conhecia e revelava os segredos do Céu e as verdades divinas.
GANDARVAS - Deuses que habitavam a atmosfera e cuja função na Terra estava no preparo do soma, para ser servido aos deuses no Céu. Segundo o Atarva- veda, havia 6.333 Gandarvas. Eram deidades hábeis em medicina e gostavam de mulheres, exercendo influência sobre as criaturas do sexo feminino.
GAIATRI - Um tipo de verso dos hinos védicos, que o brâmane deve recitar todos os dias, juntamente com as orações da manhã e da noite. Nesse verso há uma prece dirigida ao Sol, personificado em Savitri. Está também o verso personificado na deusa Savitri, esposa de Bramã, mãe dos quatro Vedas, como também daqueles que são "duas vezes nascidos", ou sejam, os que estão nas três castas superiores.
HOTRI - O oficiante que recita as estrofes do Rigveda, durante um sacrifício.
IAJAMANA - Pessoa que encomenda e custeia um sacrifício, pagando todas as despesas, inclusive honorários dos oficiantes.
IAMA - Deus filho de Vivasvat (o Sol), governante da região subterrânea onde estão as almas dos mortos. Em Mitologia, corresponde ao Plutão greco-romano. Tinha uma irmã Iami ou Iamuni, com a qual formava o par que teria sido o primeiro a viver na Terra e do qual descende a humanidade. São vários os seus epítetos: Kritanta (o matador); Pitripati (Senhor dos Manes); Preta-raja (rei dos fantasmas); Darma-raja (rei da Justiça).
INDRA - No panteão védico, lndra é um dos deuses maiores, o regente do mundo atmosférico. Tem por função primacial fazer caírem as chuvas - fendendo as nuvens com o seu raio e os relâmpagos - armas de que se utiliza para vencer os inimigos. Denominado Dyaus Pitar (Pai do Céu), Indra apresenta características análogas às do Júpiter Tonante dos romanos ou Zeus Olímpico dos gregos.
ISTI - Sacrifício cuja oferta é de vegetais.
KACSIVAN - Richí compositor de vários hinos do Rigveda.
MAGHADA - Região do sul da lndia onde se falava o pali.
MAGHAVAN - Epíteto de Indra.
MAHADEVA - Um dos epítetos de Siva, significando "grande deus”. Nome de Rudra, uma das hipóstases de Siva.
MAHADEVI - A grande deusa. Epíteto da esposa de Siva.
MAHARICHI - Vide MANU
MANTRA - Denominação das fórmulas recitadas, murmuradas ou cantadas durante o sacrifício védicos, coligidas em livros ou coleções de textos religiosos.
MANO - Nome relativo a 14 progenitores mitológicos da raça humana, regentes da evolução do planeta Terra, durante um manvantara ou "período de Manú", cuja duração é de 4.320.000.000 de anos.
São várias as lendas relativas à origem do primeiro Manú, chamado Swayam-bhuva. Bramã o Criador, dividiu-se em duas pessoas macho e fêmea, de ambas nascendo o macho Viraj do qual se originou o primeiro Manú. Este produziu os dez Prajapatis ou pais da humanidade, r também chamados Maharichís. Segundo outra lenda, Manú é o fruto do incesto de Bramã e sua filha a deusa Satarupa (cem formas). Outra lenda narra que Bramã transformou-se em Manu e criou Satarupa, mulher de Manu. O atual Manú, que é o sétimo, chama-se Vaivasvat (nascido do sol) e no seu período ocorreu o dilúvio universal.
MARA - Personificação das energias naturais, manifestas no homem como instintos egoísticos inferiores, egoísticos e agressivos. O termo significa "maldito" e corresponde a "Satã".
MARUTS - Deidades que personificam os ventos. Suas armas são o relâmpago e o raio. Atribuem-se-lhes várias origens: são filhos de Rudra, de Indra, irmãos de Indra, filhos do oceano, filhos do céu, filhos da terra. Quanto ao seu número, são ou 180 ou 27. No "Ramaiana" conta-se que a deusa Diti abortou e que Indra com seu raio cortou o feto em 49 pedaços. Penalizado ante a tristeza da mãe, Indra deu vida a esses restos do feto, dizendo-lhes mã-rodih = não chorem.
MEDATITI - Richí autor de hinos do Rigveda. Segundo uma lenda, Medatiti teria sido levado para o céu, sob a forma de um carneiro, pelo deus Indra, a quem tinham agradado as austeridades do richí.
MITRA - Um dos nomes do Sol. De acordo com os Vedas, Mitra compartilha com Varuna da regência do mundo. Mitra está encarregado do dia e Varuna da noite.
NIRRITI - Deusa que personifica a morte.
PAÇU - Sacrifício em que é imolado um animal.
PARJANIA - Divindade regente das chuvas ou que é também a personificação da chuva. O nome aplica-se também a um dos Aditias.
PAURNAMASA - Sacrifício realizado na noite de lua nova.
PAVAKA - Um dos epítetos de Agni e significa "brilhante".
PAVITRA - Peneira feita de lã branca para a filtragem do soma.
POTRI - Um dos oficiantes no sacrifício, encarregados do preparo do soma.
PRAJAPATI - Termo que significa "senhor das criaturas", sendo epíteto de Bramã, de Indra, Savitri, Soma, e outras deidades. Denominam-se também prajapatis, os 10 richís "filhos da mente" de Bramã e cuja descendência seriam as criaturas humanas.
PRANA - Energia cósmica vital absorvida pelos seres animais mediante a função respiratória.
PURODASA - Bolo de farinha fina cozida, que é uma das ofertas sacrificiais.
PUROHITA - Oficiante no sacrifício do fogo, também conselheiro dos rajás e dos chefes militares.
PUSCHAN - Divindade à qual se dirigem vários hinos do Rigveda e cujo nome significa "aquele que dá o alimento". Puschan protege o gado e faz que este aumente, assim como também a riqueza. É um guia dos viajantes, neste mundo, e das almas no além túmulo. Participa com o deus Soma da proteção às criaturas humanas. É o patrono daqueles que descobrem objetos perdidos ou escondidos e está presente à cerimônia nupcial. Acreditam os hindus que ele pegue nas mãos da noiva, abençoando-as.
RAKCHASAS - Espíritos inferiores aos deuses, correspondentes aos djins dos árabes, daimones dos gregos, sacis dos tupis. Havia três categorias de rakchasas: espíritos que residem nas florestas e prestam serviços aos homens: cíclopes ou gigantes, inimigos dos deuses; espíritos que estão nos cemitérios, perturbam as cerimônia do sacrifícios, animam cadáveres, devoram criaturas vivas, homens ou animais, praticando toda sorte de atos maléficos. Esta última categoria está sob a direção de Ravana.
RAVANA - Demônio, rei lendário de Ceilão, morto pelo herói do "Ramaiana", poema épico de autoria atribuída a Valmiqui. Ravana governava os Rakchasas.
RITA - Ordem que prevalece na constituição e no funcionamento dos elementos e corpos existentes no Universo. Segundo o Rita, tudo tem sua causa, produz seu efeito e visa a uma finalidade.
RUDRA - Epíteto de um dos membros da Trimurti - Siva -, princípio da destruição das formas e seres existentes no Universo. Denominam-se Rudras as entidades ou espíritos destruidores, às ordens de Siva.
SAMAN - Aria cantada durante um sacrifício e cuja coleção denomina-se Samaveda.
SARAVASTI - Rio mencionado nos Vedas, ora como um curso de água, ora como deidade dotada do poder de fertilizar os campos, possibilitando boas colheitas. O rio denomina-se atualmente Sarsuti. Nos "Bramanas" e no "Maha-Bharata", Saravasti é a deusa sob cujo patrocínio está a linguagem. Atribuiu-se-Ihe, posteriormente, a invenção do sânscrito e do alfabeto devanagari, transformando-se em padroeira das Letras, das Ciências e das Artes.
SATACRATA - Epíteto de Indra, significando "o deus dos cem ritos".
SAVITRI - A estrofe de hino dos Vedas, com- posta de três versos octossilábicos e dedicada a Savitar.
Savitar é um dos nomes da deusa Sata-rupa - filha e esposa de Bramã, às vezes considerada personificação dessa estrofe.
SIVA - Um dos três princípios que constituem a Trimurti. Siva é a personificação do princípio de destruição das formas e neste caso recebe a denominação de Rudra ou de Maha-Kala. Mas estando a destruição na base da substituição da forma destruída por outra nova forma, Siva também simboliza a energia reprodutiva de formas, estando o seu culto relacionado com ritos simbólicos da função e do ato sexual. Denominam-no Sankara, o auspicioso - e é também tido como o próprio Isvara, o Maha-Deva, o grande deus. O símbolo material de Siva é o lingam - o pênis - ou isolado ou formando par com o yoni, o órgão genital feminino. Mil e oito epítetos referem-se a Siva e representam-no com 5 faces e 4 braços. Siva, Senhor do lingam, esposo de Sakti-Davi, é também Nata-raja, o "Rei da Dança". A dança simboliza o ato de criação e nela se acham significadas as energias que dão forma a um mundo. A imagem de Siva dançarino mostra o deus a dançar sobre o corpo prostrado de um demônio anão, figura da ignorância humana. O anel luminoso e flamejante em torno da imagem do deus, dentro do qual ele está dançando, indica os processos vitais em ação no Universo, ou seja, a dança da Natureza movida pelo deus.
SOMA - Líquido obtido por maceração das fibras de uma planta que seria ou um gênero de asclepíade - "asclepias acida", ou cânhamo, ou ruibarbo selvagem. O soma foi deificado como deus onipotente, médico de todas as doenças, doador de riquezas, senhor dos outros deuses, e até identificado ao Ser Supremo. Personificado, Soma era também o deus que representava e vivificava o suco. Nos Puranas, o deus Soma é a Lua, dizendo-se ser filho do richí Atri com sua mulher Anasuya.
STOTRA - Canto em três vozes.
SUNAS SERAS - Vide nota "Anuvaca 6, suta 1”.
SURA - Licor feito com o suco de várias plantas, raramente utilizado no culto.
SURAS - Deidades relacionadas com Suria (o sol) .
SURIA - Deus que é a personificação do astro solar, uma das maiores divindades do culto védico, algumas vezes idêntico a Savitri e Aditia, outras vezes distinto.
SUSNA - Demônio morto por Indra.
SUTA - Hino.
TRIMURTI - Termo que significa "Forma tríplice" e designa a Tríada composta de Bramã, Visnú e Siva. Bramã é o princípio do desejo mediante o qual o Universo veio a existir. Siva simboliza o fogo da destruição das formas que hão de voltar à treva do não-ser. Visnú o princípio da conservação da vida através da destruição das formas. Os três princípios coexistem em um e um coexiste nos três. Segundo os sábios hindus, o Espírito Supremo, Sem Nome, tirou do seu lado direito Bramã, do esquerdo Visnú, para a conservação, e do meio do seu corpo, Siva, para a destruição. Bramã cria, Siva destrói, Visnú mantém. As três divindades são cultuadas. No entanto, Siva e Visnú têm templos em toda a Índia, ao passo que Bramã é cultuado apenas em dois templos.
TVASTRI - Divindade que forja os raios de lndra, análoga a Vulcano na mitologia greco-romana.
UDGATRI - Denominação de cada um dos quatro principais chantres que durante o sacrifício cantavam ou juntos ou alternadamente cada uma das estrofes dos hinos.
USCHAS - A aurora, personificada em uma deu- sa, filha do Céu e irmã dos Aditias.
USIJA - Aia da esposa do rajá Kalinga. Este desejando um filho, obrigou a esposa a copular com o richí Dirgatamas. A rainha fez-se substituir por sua aia Usija. O richí descobriu depois que fora enganado, mas desse engano resultou a deificação de Usija.
VAIO - Divindade que personifica o vento e está associada com lndra, viajando no mesmo carro deste deus. O seu nome significa "vento", "ar".
VALA - Demônio, chefe dos Asuras, que roubaram aos deuses as suas vacas. lndra tomou-lhes os animais e castigou-os. Narrativa mítica em que se atribui à ação de entidades malfazejas, a retenção das nuvens chuvosas, no alto das montanhas, sob a forma de nuvens, vacas, soltas depois que lndra com seu raio destruiu os demônios que as prendem. Outro carcereiro de nuvens é Vrita, morto por lndra.
VARASANA - Epíteto de lndra.
VARUNA - Deus do céu noturno, zelador da execução do Rita. É uma divindade correspondente ao Urano dos gregos e romanos. Uma das mais antigas deidades védicas, Varuna personifica o céu infinito, tendo sido o criador e continuando a ser o mantenedor do firmamento e da terra. Consideram-no rei do Universo, rei dos deuses e dos homens, onisciente. Cumpre-lhe a fiscalização dos processos da vida humana, dando importância aos fatos morais, sendo assim uma espécie de juiz que pune as transgressões às leis estabelecidas para a paz e a tranqüilidade da coletividade.
VASUS - Oito deidades, que acompanham Indra. Personificação de fenômenos naturais chamam-se: AnaIa (fogo) - Anila (vento) Apa ( água) - Dhara (terra) - Dhruva (estrela polar) - Prabhasa (aurora) - Pratyuscha (luz) - Soma (lua).
VEDI - Altar do sacrifício. VISNÚ - Uma das três divindades supremas componentes da Trimurti. No Universo, Visnú, exerce a função de mantenedor dos princípios da existência, cujas formas efêmeras são distribuídas por Siva.
VISVADEVAS - Divindades interessadas em exéquias; também protetoras dos entes humanos e distribuidoras de recompensas. Denominação que também se aplica. a deidades inferiores.
VRITRA - Cíclope ou demônio causador das longas estiagens, pois aprisionava as nuvens no alto das montanhas. Foi morto por um raio de Indra.
YAJAMANA - Príncipe ou ricaço que financia a execução de um sacrifício, custeando a aquisição do que for necessário e recompensando aos oficiantes.
ADITI - Sem limite. O céu ilimitado, o infinito personificado sob a denominação de Deva-matri, a mãe dos deuses. No Iajurveda, Aditi é invocada como "sustentáculo do firmamento, apoio da Terra, soberana deste mundo, esposa de Visnú".
ADITIAS - Os sete deuses, filhos de Aditi. Eram figurados por Varuna, o firmamento, correspondente ao Urano latino, Mitra, Ariaman, Baga, Indra, Savitri, Dakscha.
ADVARIU - Sacerdote que recita as preces do Iajurveda.
AGNI - Uma das maiores divindades do culto védico. Deificação do fogo celeste - do sol, da chama na fogueira, na lâmpada. Além de Abhimani, há outros epítetos de Agni: Vahni (mensageiro); Pavaka (brilhante), Vaiswanara (Fogo vital), Abja-hasta (loto na mão), Dhuma-ketu (aquele cujo sinal é a fumaça), Huta-bhuj (devorador de ofertas), Suchi (o resplandecente), Rohitaswa (dono de cavalos vermelhos), Jata- vedas (com os seguintes significados: conhecedor de todos os seres criados; dono de todas as criaturas e coisas existentes; conhecido de todos os seres; possuidor de riquezas; possuidor de sabedoria. Agni era também a divindade mensageira dos pedidos dos homens aos deuses).
AGNIDH ou AGNIDRRA - Palavra que significa "acendedor do fogo". Designa o auxiliar do oficiante e cuja função é manter o acesso o fogo do sacrifício.
AGNIHOTRA - Oblação ao fogo, sacrifício de que é oficiante um brâmane, logo ao amanhecer.
ARI - Demônio com a forma de serpente. Um dos nomes do cíclope Vrita.
ANANDA - Palavra que significa felicidade. É um dos epítetos de Siva.
ANGA - Suplemento dos Vedas. ANGIRAS - Richí a quem se atribui a autoria de muitos hinos do Rigveda. Um dos sete Maharichis ou Grandes Richís. Um dos dez Prajapatis ou progenitores da humanidade. Legislador. Astrônomo. Re- gente do planeta Júpiter ou o próprio planeta. Denominado também "o sacerdote dos deuses" e "o senhor do sacrifício". O nome é também sinônimo de Agni, podendo além disso significar "pai de Agni", "lido em hinos dirigidos a Agni", Indra e deidades luminosas.
ANVAKA - Recitativo.
ARIAMAN - Um dos Aditias ou deuses filhos de Aditi. Denominação de um dos Viswadevas - Chefe dos Pitris ou Ancestrais da raça humana.
ASTAKA - Livro em oito partes ou capítulos.
ASURA - Nos mais antigos hinos do Rigveda, o vocábulo designa o Espírito Supremo, sendo análogo ao Ahura da religião de Zoroastro. Como sinônimo de "deus", aplicava-se às principais deidades, Agni, Indra, Varuna. O vocábulo depois passou a designar um demônio, espírito maligno, quase sempre de cor escura, e nas últimas seções do Rigveda e do Atarvaveda inimigo dos deuses. Do ponto de vista antropológico, cultural, o nome Asura aplicava-se aos deuses dos primitivos povos da Índia, adversários dos deuses dos Arias invasores. Eram representados com a pele escura ou negra, mal encarados e maléficos.
ASVINS - Dois deuses védicos, irmãos gêmeos do solou do Céu. Sempre jovens e bonitos, de pele dourada e resplandescente, ágeis, rápidos como o falcão e que assumiam muitas formas. Andavam em um carro de ouro, puxado por pássaros ou cavalos rápidos, sendo arautos da Aurora.
BALA - Faculdade mental, desenvolvida pela prática do Raja Ioga. Pode ser a memória, a resistência aos males, físicos e morais, a inteligência, e outras.
BRAHMA - O vocábulo no gênero neutro, a final breve, designa o princípio universal da existência em todo o cosmos, princípio absoluto, eterno, do qual tudo provém e ao qual tudo volta. O mesmo vocábulo com a final longa, Bramã, no gênero masculino, refere-se ao primeiro impulso energético do princípio universal, impulso criador do espírito e da matéria, duas formas complementares no plano fenomênico. Esse primeiro impulso criador é representado como uma das três divindades supremas, que constituem a Trimurti: Brama, Visnú, Siva.
BRAMANAP ASTI - Termo védico, equivalente a Brihaspati.
BRAMANE - Membro da casta sacerdotal na Índia, preeminente sobre as outras três castas: Kchatryias, Vassyús, Párias.
BRAMANACHAMSIN - Sacerdote que está presente ao sacrifício do soma, fiscalizando a execução do ritual. Em caso de erro, ele procede à devida expiação. Sentado no centro da área da cerimônia, ele permanece silencioso. Recebe a metade do total dos honorários pagos aos oficiantes.
BRlHASPATI - Termo védico, análogo a Bra-manapasti. São ambos nomes de uma deidade na qual se personifica a ação do adorador sobre os deuses. É o suplicante, o sacrificador, o sacerdote que intercede, junto aos deuses, em favor dos homens e protege a humanidade da ação dos maus. Ora designa o protótipo dos sacerdotes, ora uma família sacerdotal. Chamam-no "pai dos deuses" e atribuem-lhe extenso poder de criação. Aplicam-lhe os epítetos de "brilhante", "pele dourada", que tem "o trovão na voz". Supõem-no filho de Angiras e dão-lhe o patronímico Angirasa. Do ponto de vista astronômico, é regente do planeta Júpiter ou o próprio planeta.
DADHI - Leite coalhado, misturado com leite cozido, uma das oblações nos sacrifícios.
DADHICHA - Nome de um richí, compositor de hinos védicos.
DAKSCHA - Deus nascido do polegar direito de Bramã. Um dos Prajapatis.
DAKSCHINA - Recompensa aos oficiantes no sacrifício.
DASAS - Tribo de indígenas da Índia, que resistiram à invasão dos Arias.
DASAPAVITRA - Peneira de linho para a filtragem do soma.
DASIÜS - Seres maus, inimigos dos deuses e dos homens, denominação dada pelos Arias aos deuses dos Dasas como também de outras tribos nativas da Índia. Tinham a pele negra, como os Asuras, e outras entidades demoníacas.
DEVA - Deus, divindade. Vocábulo derivado da raiz div, brilhante.
DEVI - Feminino de Deva. Deusa. Denominação abreviada de Mahadevi, a grande deusa.
GANDARA - Região à margem do rio Indo.
GANDARVA - Divindade védica, que conhecia e revelava os segredos do Céu e as verdades divinas.
GANDARVAS - Deuses que habitavam a atmosfera e cuja função na Terra estava no preparo do soma, para ser servido aos deuses no Céu. Segundo o Atarva- veda, havia 6.333 Gandarvas. Eram deidades hábeis em medicina e gostavam de mulheres, exercendo influência sobre as criaturas do sexo feminino.
GAIATRI - Um tipo de verso dos hinos védicos, que o brâmane deve recitar todos os dias, juntamente com as orações da manhã e da noite. Nesse verso há uma prece dirigida ao Sol, personificado em Savitri. Está também o verso personificado na deusa Savitri, esposa de Bramã, mãe dos quatro Vedas, como também daqueles que são "duas vezes nascidos", ou sejam, os que estão nas três castas superiores.
HOTRI - O oficiante que recita as estrofes do Rigveda, durante um sacrifício.
IAJAMANA - Pessoa que encomenda e custeia um sacrifício, pagando todas as despesas, inclusive honorários dos oficiantes.
IAMA - Deus filho de Vivasvat (o Sol), governante da região subterrânea onde estão as almas dos mortos. Em Mitologia, corresponde ao Plutão greco-romano. Tinha uma irmã Iami ou Iamuni, com a qual formava o par que teria sido o primeiro a viver na Terra e do qual descende a humanidade. São vários os seus epítetos: Kritanta (o matador); Pitripati (Senhor dos Manes); Preta-raja (rei dos fantasmas); Darma-raja (rei da Justiça).
INDRA - No panteão védico, lndra é um dos deuses maiores, o regente do mundo atmosférico. Tem por função primacial fazer caírem as chuvas - fendendo as nuvens com o seu raio e os relâmpagos - armas de que se utiliza para vencer os inimigos. Denominado Dyaus Pitar (Pai do Céu), Indra apresenta características análogas às do Júpiter Tonante dos romanos ou Zeus Olímpico dos gregos.
ISTI - Sacrifício cuja oferta é de vegetais.
KACSIVAN - Richí compositor de vários hinos do Rigveda.
MAGHADA - Região do sul da lndia onde se falava o pali.
MAGHAVAN - Epíteto de Indra.
MAHADEVA - Um dos epítetos de Siva, significando "grande deus”. Nome de Rudra, uma das hipóstases de Siva.
MAHADEVI - A grande deusa. Epíteto da esposa de Siva.
MAHARICHI - Vide MANU
MANTRA - Denominação das fórmulas recitadas, murmuradas ou cantadas durante o sacrifício védicos, coligidas em livros ou coleções de textos religiosos.
MANO - Nome relativo a 14 progenitores mitológicos da raça humana, regentes da evolução do planeta Terra, durante um manvantara ou "período de Manú", cuja duração é de 4.320.000.000 de anos.
São várias as lendas relativas à origem do primeiro Manú, chamado Swayam-bhuva. Bramã o Criador, dividiu-se em duas pessoas macho e fêmea, de ambas nascendo o macho Viraj do qual se originou o primeiro Manú. Este produziu os dez Prajapatis ou pais da humanidade, r também chamados Maharichís. Segundo outra lenda, Manú é o fruto do incesto de Bramã e sua filha a deusa Satarupa (cem formas). Outra lenda narra que Bramã transformou-se em Manu e criou Satarupa, mulher de Manu. O atual Manú, que é o sétimo, chama-se Vaivasvat (nascido do sol) e no seu período ocorreu o dilúvio universal.
MARA - Personificação das energias naturais, manifestas no homem como instintos egoísticos inferiores, egoísticos e agressivos. O termo significa "maldito" e corresponde a "Satã".
MARUTS - Deidades que personificam os ventos. Suas armas são o relâmpago e o raio. Atribuem-se-lhes várias origens: são filhos de Rudra, de Indra, irmãos de Indra, filhos do oceano, filhos do céu, filhos da terra. Quanto ao seu número, são ou 180 ou 27. No "Ramaiana" conta-se que a deusa Diti abortou e que Indra com seu raio cortou o feto em 49 pedaços. Penalizado ante a tristeza da mãe, Indra deu vida a esses restos do feto, dizendo-lhes mã-rodih = não chorem.
MEDATITI - Richí autor de hinos do Rigveda. Segundo uma lenda, Medatiti teria sido levado para o céu, sob a forma de um carneiro, pelo deus Indra, a quem tinham agradado as austeridades do richí.
MITRA - Um dos nomes do Sol. De acordo com os Vedas, Mitra compartilha com Varuna da regência do mundo. Mitra está encarregado do dia e Varuna da noite.
NIRRITI - Deusa que personifica a morte.
PAÇU - Sacrifício em que é imolado um animal.
PARJANIA - Divindade regente das chuvas ou que é também a personificação da chuva. O nome aplica-se também a um dos Aditias.
PAURNAMASA - Sacrifício realizado na noite de lua nova.
PAVAKA - Um dos epítetos de Agni e significa "brilhante".
PAVITRA - Peneira feita de lã branca para a filtragem do soma.
POTRI - Um dos oficiantes no sacrifício, encarregados do preparo do soma.
PRAJAPATI - Termo que significa "senhor das criaturas", sendo epíteto de Bramã, de Indra, Savitri, Soma, e outras deidades. Denominam-se também prajapatis, os 10 richís "filhos da mente" de Bramã e cuja descendência seriam as criaturas humanas.
PRANA - Energia cósmica vital absorvida pelos seres animais mediante a função respiratória.
PURODASA - Bolo de farinha fina cozida, que é uma das ofertas sacrificiais.
PUROHITA - Oficiante no sacrifício do fogo, também conselheiro dos rajás e dos chefes militares.
PUSCHAN - Divindade à qual se dirigem vários hinos do Rigveda e cujo nome significa "aquele que dá o alimento". Puschan protege o gado e faz que este aumente, assim como também a riqueza. É um guia dos viajantes, neste mundo, e das almas no além túmulo. Participa com o deus Soma da proteção às criaturas humanas. É o patrono daqueles que descobrem objetos perdidos ou escondidos e está presente à cerimônia nupcial. Acreditam os hindus que ele pegue nas mãos da noiva, abençoando-as.
RAKCHASAS - Espíritos inferiores aos deuses, correspondentes aos djins dos árabes, daimones dos gregos, sacis dos tupis. Havia três categorias de rakchasas: espíritos que residem nas florestas e prestam serviços aos homens: cíclopes ou gigantes, inimigos dos deuses; espíritos que estão nos cemitérios, perturbam as cerimônia do sacrifícios, animam cadáveres, devoram criaturas vivas, homens ou animais, praticando toda sorte de atos maléficos. Esta última categoria está sob a direção de Ravana.
RAVANA - Demônio, rei lendário de Ceilão, morto pelo herói do "Ramaiana", poema épico de autoria atribuída a Valmiqui. Ravana governava os Rakchasas.
RITA - Ordem que prevalece na constituição e no funcionamento dos elementos e corpos existentes no Universo. Segundo o Rita, tudo tem sua causa, produz seu efeito e visa a uma finalidade.
RUDRA - Epíteto de um dos membros da Trimurti - Siva -, princípio da destruição das formas e seres existentes no Universo. Denominam-se Rudras as entidades ou espíritos destruidores, às ordens de Siva.
SAMAN - Aria cantada durante um sacrifício e cuja coleção denomina-se Samaveda.
SARAVASTI - Rio mencionado nos Vedas, ora como um curso de água, ora como deidade dotada do poder de fertilizar os campos, possibilitando boas colheitas. O rio denomina-se atualmente Sarsuti. Nos "Bramanas" e no "Maha-Bharata", Saravasti é a deusa sob cujo patrocínio está a linguagem. Atribuiu-se-Ihe, posteriormente, a invenção do sânscrito e do alfabeto devanagari, transformando-se em padroeira das Letras, das Ciências e das Artes.
SATACRATA - Epíteto de Indra, significando "o deus dos cem ritos".
SAVITRI - A estrofe de hino dos Vedas, com- posta de três versos octossilábicos e dedicada a Savitar.
Savitar é um dos nomes da deusa Sata-rupa - filha e esposa de Bramã, às vezes considerada personificação dessa estrofe.
SIVA - Um dos três princípios que constituem a Trimurti. Siva é a personificação do princípio de destruição das formas e neste caso recebe a denominação de Rudra ou de Maha-Kala. Mas estando a destruição na base da substituição da forma destruída por outra nova forma, Siva também simboliza a energia reprodutiva de formas, estando o seu culto relacionado com ritos simbólicos da função e do ato sexual. Denominam-no Sankara, o auspicioso - e é também tido como o próprio Isvara, o Maha-Deva, o grande deus. O símbolo material de Siva é o lingam - o pênis - ou isolado ou formando par com o yoni, o órgão genital feminino. Mil e oito epítetos referem-se a Siva e representam-no com 5 faces e 4 braços. Siva, Senhor do lingam, esposo de Sakti-Davi, é também Nata-raja, o "Rei da Dança". A dança simboliza o ato de criação e nela se acham significadas as energias que dão forma a um mundo. A imagem de Siva dançarino mostra o deus a dançar sobre o corpo prostrado de um demônio anão, figura da ignorância humana. O anel luminoso e flamejante em torno da imagem do deus, dentro do qual ele está dançando, indica os processos vitais em ação no Universo, ou seja, a dança da Natureza movida pelo deus.
SOMA - Líquido obtido por maceração das fibras de uma planta que seria ou um gênero de asclepíade - "asclepias acida", ou cânhamo, ou ruibarbo selvagem. O soma foi deificado como deus onipotente, médico de todas as doenças, doador de riquezas, senhor dos outros deuses, e até identificado ao Ser Supremo. Personificado, Soma era também o deus que representava e vivificava o suco. Nos Puranas, o deus Soma é a Lua, dizendo-se ser filho do richí Atri com sua mulher Anasuya.
STOTRA - Canto em três vozes.
SUNAS SERAS - Vide nota "Anuvaca 6, suta 1”.
SURA - Licor feito com o suco de várias plantas, raramente utilizado no culto.
SURAS - Deidades relacionadas com Suria (o sol) .
SURIA - Deus que é a personificação do astro solar, uma das maiores divindades do culto védico, algumas vezes idêntico a Savitri e Aditia, outras vezes distinto.
SUSNA - Demônio morto por Indra.
SUTA - Hino.
TRIMURTI - Termo que significa "Forma tríplice" e designa a Tríada composta de Bramã, Visnú e Siva. Bramã é o princípio do desejo mediante o qual o Universo veio a existir. Siva simboliza o fogo da destruição das formas que hão de voltar à treva do não-ser. Visnú o princípio da conservação da vida através da destruição das formas. Os três princípios coexistem em um e um coexiste nos três. Segundo os sábios hindus, o Espírito Supremo, Sem Nome, tirou do seu lado direito Bramã, do esquerdo Visnú, para a conservação, e do meio do seu corpo, Siva, para a destruição. Bramã cria, Siva destrói, Visnú mantém. As três divindades são cultuadas. No entanto, Siva e Visnú têm templos em toda a Índia, ao passo que Bramã é cultuado apenas em dois templos.
TVASTRI - Divindade que forja os raios de lndra, análoga a Vulcano na mitologia greco-romana.
UDGATRI - Denominação de cada um dos quatro principais chantres que durante o sacrifício cantavam ou juntos ou alternadamente cada uma das estrofes dos hinos.
USCHAS - A aurora, personificada em uma deu- sa, filha do Céu e irmã dos Aditias.
USIJA - Aia da esposa do rajá Kalinga. Este desejando um filho, obrigou a esposa a copular com o richí Dirgatamas. A rainha fez-se substituir por sua aia Usija. O richí descobriu depois que fora enganado, mas desse engano resultou a deificação de Usija.
VAIO - Divindade que personifica o vento e está associada com lndra, viajando no mesmo carro deste deus. O seu nome significa "vento", "ar".
VALA - Demônio, chefe dos Asuras, que roubaram aos deuses as suas vacas. lndra tomou-lhes os animais e castigou-os. Narrativa mítica em que se atribui à ação de entidades malfazejas, a retenção das nuvens chuvosas, no alto das montanhas, sob a forma de nuvens, vacas, soltas depois que lndra com seu raio destruiu os demônios que as prendem. Outro carcereiro de nuvens é Vrita, morto por lndra.
VARASANA - Epíteto de lndra.
VARUNA - Deus do céu noturno, zelador da execução do Rita. É uma divindade correspondente ao Urano dos gregos e romanos. Uma das mais antigas deidades védicas, Varuna personifica o céu infinito, tendo sido o criador e continuando a ser o mantenedor do firmamento e da terra. Consideram-no rei do Universo, rei dos deuses e dos homens, onisciente. Cumpre-lhe a fiscalização dos processos da vida humana, dando importância aos fatos morais, sendo assim uma espécie de juiz que pune as transgressões às leis estabelecidas para a paz e a tranqüilidade da coletividade.
VASUS - Oito deidades, que acompanham Indra. Personificação de fenômenos naturais chamam-se: AnaIa (fogo) - Anila (vento) Apa ( água) - Dhara (terra) - Dhruva (estrela polar) - Prabhasa (aurora) - Pratyuscha (luz) - Soma (lua).
VEDI - Altar do sacrifício. VISNÚ - Uma das três divindades supremas componentes da Trimurti. No Universo, Visnú, exerce a função de mantenedor dos princípios da existência, cujas formas efêmeras são distribuídas por Siva.
VISVADEVAS - Divindades interessadas em exéquias; também protetoras dos entes humanos e distribuidoras de recompensas. Denominação que também se aplica. a deidades inferiores.
VRITRA - Cíclope ou demônio causador das longas estiagens, pois aprisionava as nuvens no alto das montanhas. Foi morto por um raio de Indra.
YAJAMANA - Príncipe ou ricaço que financia a execução de um sacrifício, custeando a aquisição do que for necessário e recompensando aos oficiantes.
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