terça-feira, 29 de janeiro de 2013



Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.

1 Pedro 1:3
Pedro, o apóstolo

(...)

A generosidade impetuosa de Pedro não o protege, sem dúvida, dos perigos relacionados com a debilidade humana. Isto é algo que nós também podemos reconhecer em nossa própria vida. Pedro seguiu Jesus com ímpeto, superou a prova da fé, abandonando-se a Ele. Mas chega o momento em que ele também cede ao medo e cai: trai o Mestre (cf. Mc 14:66-72). A escola da fé não é um caminho triunfal, mas um caminho semeado de sofrimento e de amor, de provas e de fidelidade que deve ser renovada a cada dia. Pedro, que havia prometido fidelidade absoluta,.conhece a amargura e a humilhação da negação: o arrogante experimenta em suas próprias carnes a humildade. Também Pedro deve aprender a ser fraco e necessitado do perdão. Quando por fim cai a sua máscara e compreende a verdade de seu coração fraco de pecador crente, explode num choro libertador de arrependimento. Depois deste pranto já está pronto para a sua missão.



Bento XVI - Os apóstolos e os primeiros discípulos do Cristo (2010), SP: Ed. Planeta do Brasil - pg. 49/50.
SÍNTESE DO ENSINAMENTO DE UM (OU VÁRIOS) MESTRES

As três maiores virtudes 

FÉ - ESPERANÇA - CARIDADE

Os três maiores negatividades 

VAIDADE - ORGULHO - AMBIÇÃO

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Oração encontrada no meio da rua em Botafogo

Harmonização Familiar

Senhor, nós te rogamos, por nossos irmãos para que possam receber com o nosso amor, lenitivo para toda e qualquer desavença familiar, lembrando que a família é o primeiro compromisso fraterno assumido ainda na espiritualidade.

Que possam Senhor, neste momento ainda tentarem uma reconciliação e de alguma forma

- Combater o egoísmo,
- Tenham sempre um diálogo entre si em clima de calma e carinho,
- Possam cultivar a simpatia e o sorriso,
- Saibam respeitar o espaço e a liberdade individuais, desde que não prejudique o código moral da família ou do casal,
- Saibam aceitar as diferenças e os defeitos para que possam estimular o lado bom de cada um
- Cultivem a amabilidade e pratiquem a solidariedade

Senhor, sabemos que muitas vezes, é quase impossível a reconciliação, mas sempre é possível cultivar a amizade lembrando dos tempos pretéritos áureos.

Que os filhos perdoem os erros de seus pais e que estes nunca se omitam quando necessário for para corrigi-los e orientá-los.

Que todos recebam de Ti, Senhor Nosso Pai, bênçãos de luz e de esclarecimento.




quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Atitudes respiratórias dos iogues do Tibete. É preciso levar nossa metodologia positiva para experiências dessa magnitude. Ter "revelações" que não se creia. O que eu gosto: expressar sua lucidez no êxtase ".  Albert  Camus, 1937



terça-feira, 8 de janeiro de 2013


Monges - Tailândia 


BUDA - TAILÂNDIA 

(OUTRA TRADUÇÃO DE PROVÉRBIOS 2)

Benefícios morais da sabedoria


1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos,
2 para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento;
3 sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua voz;
4 se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos;
5 então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
6 Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento;
7 ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham em integridade,
8 guardando-lhes as veredas da justiça, e preservando o caminho dos seus santos.
9 Então entenderás a retidão, a justiça, a eqüidade, e todas as boas veredas.
10 Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma;
11 o bom siso te protegerá, e o discernimento e guardará;
12 para te livrar do mau caminho, e do homem que diz coisas perversas;
13 dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas;
14 que se alegram de fazer o mal, e se deleitam nas perversidades dos maus;
15 dos que são tortuosos nas suas veredas; e iníquos nas suas carreiras;
16 e para te livrar da mulher estranha, da estrangeira que lisonjeia com suas palavras;
17 a qual abandona o companheiro da sua mocidade e se esquece do concerto do seu Deus;
18 pois a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para as sombras.
19 Nenhum dos que se dirigirem a ela, tornara a sair, nem retomará as veredas da vida.
20 Assim andarás pelo caminho dos bons, e guardarás as veredas dos justos.
21 Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.
22 Mas os ímpios serão exterminados da terra, e dela os aleivosos serão desarraigados.

PROVÉRBIOS 2


1. Meu filho, se acolheres minhas palavras e guardares com carinho meus preceitos,
2. ouvindo com atenção a sabedoria e inclinando teu coração para o entendimento;
3. se tu apelares à penetração, se invocares a inteligência,
4. buscando-a como se procura a prata; se a pesquisares como um tesouro,
5. então compreenderás o temor do Senhor, e descobrirás o conhecimento de Deus,
6. porque o Senhor é quem dá a sabedoria, e de sua boca é que procedem a ciência e a prudência.
7. Ele reserva para os retos a salvação e é um escudo para os que caminham com integridade;
8. protege as sendas da retidão e guarda o caminho de seus fiéis.
9. Então compreenderás a justiça e a eqüidade, a retidão e todos os caminhos que conduzem ao bem.
10. Quando a sabedoria penetrar em teu coração e o saber deleitar a tua alma,
11. a reflexão velará sobre ti, amparar-te-á a razão,
12. para preservar-te do mau caminho, do homem de conversas tortuosas
13. que abandona o caminho reto para percorrer caminhos tenebrosos;
14. que se compraz em praticar o mal e se alegra com a maldade;
15. do homem cujos caminhos são tortuosos e os trilhos sinuosos.
16. Ela te preservará da mulher alheia, da estranha que emprega palavras lisonjeiras,
17. que abandona o esposo de sua juventude e se esquece da aliança de seu Deus.
18. Sua casa declina para a morte, seu caminho leva aos lugares sombrios;
19. não retornam os que a buscam, nem encontram as veredas da vida.
20. Assim tu caminharás pela estrada dos bons e seguirás as pegadas dos justos,
21. porque os homens retos habitarão a terra, e os homens íntegros nela permanecerão,
22. enquanto os maus serão arrancados da terra e os pérfidos dela serão exterminados.


Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/01/24/2.php#ixzz2HOAdnhoM

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Versões do provérbio 29:11

1 - Bíblia Católica Online

11. O insensato desafoga toda sua ira, mas o sábio a domina e a recalca.

Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/01/24/29.php#ixzz2HJXGsU76


2 - Bíblia Online - Almeida corrigida e fiel

O tolo revela todo o seu pensamento, mas o sábio o guarda até o fim. 
Provérbios 29:11

3 - Sociedade Bíblica Britânica

O tolo derrama toda a sua ira, Mas o sábio a reprime e aplaca.
Provérbios 29:11


4 - Nova Versão Internacional

O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se.   Provérbios 29:11

5 - Nova Vulgata

Totum spiritum suum profert stultus; sapiens mitigat eum in posterum. 
Provérbios 29:11

sábado, 5 de janeiro de 2013


Ele viveu entre nós
Frei Betto
Salão do Sindicato dos Cozinheiros de Paris, início da década de 40. 0 presidente indaga quantos trabalhadores tem um mes de férias por ano. Uns tantos se levantam. Quem tem apenas uma semana de descanso. Uns poucos ficam de pé. Quem só obtém licença do patrão para descansar apenas no fim de semana. Outro punhado de pé. Quem nunca descansa? Um rapaz suíço, com pouco mais de um metro e meio de altura, levanta-se ao fundo. Era Alfredo Kunz, um militante cristão.
Meses depois, Alfredinho, como era conhecido, foi mobilizado pelo Exército francês para lutar contra o avanço das tropas de Hitler. Aprisionado, passou a guerra num campo de concentração na Áustria, ao lado de prisioneiros soviéticos. Aprendeu russo para pregar o Evangelho a seus companheiros de infortúnio. Em 1945, logrou fugir do campo, onde morreram cerca de 40 mil pessoas. Estranhou a indiferença dos soldados nazistas que cruzavam com ele, um notório evadido, com uniforme azul e cabeça raspada. Naquele dia, a guerra terminara.
Alfredinho tomou três decisões: tornar-se padre, trabalhar com os mais pobres entre os pobres e jamais vestir outra roupa que não reproduzisse o modelo do uniforme do campo, em memória de seus companheiros mortos.
Ingressou na congregação dos Filhos da Caridade e, a convite de dom Antônio Fragoso, em 1968 veio para a Diocese de Crateús (CE). Perguntou ao bispo qual era a paróquia mais miserável da diocese. Dom Fragoso apontou Tauá, região de seca e flagelo. Alfredinho instalou-se na capela local. Desprovida de casa paroquial, ele dormia no colchão estendido junto ao altar e cozinhava num fogareiro.
Certa noite, foi chamado para atender uma prostituta que, cancerosa, agonizava em seu barraco de taipa, na zona boêmia. Antonieta queria confessar-se. Padre Alfredinho disse a ela: "Somos nós que devemos pedir perdão a você. Perdão pelos pecados de uma sociedade que não Ihe ofereceu outra alternativa de vida. Como Jesus prometeu, Antonieta, você nos precederá no Reino de Deus. Interceda por nós."
Após receber a absolvição e a unção dos enfermos, a mulher faleceu. Não havia dinheiro para o caixão. As prostitutas enrolaram a companheira num lençol e arrancaram a porta de madeira do barraco para levar o corpo a vala comum do cemitério. Ao retornar para colocar a porta no lugar, Alfredinho teve uma inspiração. Durante anos, o vigário de Tauá habitou aquele casebre em plena zona boêmia da cidade.
Num tempo de seca, os flagelados invadiam as cidades do Ceará. Temerosos, muitos fechavam as portas. Alfredinho criou a campanha da Porta Aberta ao Faminto (PAF), cartaz que cerca de 2 mil fami1ias ostentaram em suas casas, acolhendo as vítimas do descaso do poder público.
Fomos amigos e bebi de sua espiritualidade. Barbado, vestido com a roupa azul que lembrava um macacão, sandálias nos pés e mochila nas costas, o aspecto de Alfredinho não diferia do de um mendigo. Convidado a pregar o retiro dos franciscanos, em Campina Grande, chegou de madrugada e dormiu na escada da igreja do convento. Ao acordar, catou as moedas que encontrou em volta e bateu a porta. "Quero falar com o superior", disse ao porteiro. "O superior não pode atender. Está em retiro." Alfredinho tentou esclarecer: "Sim, eu sei, pois vim pregar oretiro." O porteiro já ia expulsá-lo quando Alfredinho foi reconhecido por um frade que passava.
Testemunhei fato idêntico em Vitória, nos anos 70. A cozinheira interrompeu meu jantar com dom João Batista da Motta Albuquerque para comunicar: "Um mendigo insiste em falar com o senhor." O arcebispo reagiu: "Diga a ele que espere, minha filha. Vou atende-lo após o jantar." Era o padre Alfredinho, que viera pregar o retiro do clero local.
Em 1988, Alfredinho mudou-se para a Favela Lamartine, em Santo André (SP). Passou a viver entre o povo da rua e a dedicar-se a confraria que fundou, a Irmandade do Servo Sofredor (Isso), hoje congregando pessoas consagradas aos mais pobres em dez Estados do Brasil e vários países. Sua trajetória espiritual entre os excluídos está narrada em seus livros, muitos traduzidos no exterior: A sombra do Nabucodonosor, A Ovelha de Urias, A Burrinha de Balaão, A Espada de Gedeão e O Cobrador.
No domingo, 13 de agosto, Alfredinho transvivenciou, acolhido por Aquele que era o seu caso de Amor. Deixou como herança o testemunho de que uma Igreja afastada do pobre é uma Igreja de costas para Jesus..
Frei Betto, escritor, é autor do romance sobre exclusão social Hotel Brasil (Ática), entre outros livros
http://www.youtube.com/watch?v=17XkZWn6yFI

Fredy Kunz (Pe. Alfredinho)

Vida Edificante: Fredy Kunz (Pe. Alfredinho) nasceu na Suíça, em 1920. Na Segunda Guerra Mundial passou cinco anos num campo de concentração na Áustria, ao lado de prisioneiros soviéticos.
Após a guerra, tornou-se padre do Instituto dos Filhos da Caridade, um dos ramos da Família Vicentina. Trabalhou no Chile e, em 1988, veio para o Brasil.
No Nordeste, vivia em extrema pobreza e exerceu seu apostolado vivendo pobremente e trabalhando com os mais Pobres, como as prostitutas e os flagelados da seca.
Em Santo André (SP), viveu com os moradores de rua e com os Pobres na favela. Escreveu alguns livros, onde registrou seu amor profundo e comprometido com os Pobres. Faleceu no dia 12 de agosto de 2000.

UMA HISTORIA UMA VOCAÇÃO - FILHOS DA CARIDADE 50 ANOS - APRESENTAÇÃO

Na 2ª metade do século XIX, a industrialização se espalha na Europa: aparecem as primeiras fábricas, os primeiros trens, o início do progresso. Com estas indústrias surge a necessidade de mão de obra. A classe operária está se formando, contudo a exploração dos trabalhadores é muito grande: salários baixos, horas trabalhadas cada vez mais numerosas, saúde dos operários deficiente: tuberculose, anemia, verminoses e outras. O mundo do trabalho parece um imenso rebanho de pobres escravizados. Nasce a Internacional Socialista de pensamento marxista A Igreja nunca se deparou com tal problema e fica sem ação. Qual será o futuro deste povo abandonado? Alguns cristãos começam a perceber a gravidade da situação: Albert de Mum, Frederico Ozanam: porém, são poucos. É neste contexto que um jovem sacerdote, Emílio Anizan nascido em 06 de janeiro de 1.853 numa aldeia a 70 km no sul de Paris, faz a ligação entre esta situação e a atitude de Jesus diante do povo da Galileia quando Ele ficava comovido por tantas “ovelhas sem pastor”. O padre Anizan conhece muitos bairros pobres de Paris e entra em contato com este povo trabalhador: seu coração não pode aceitar tal situação: como Jesus, ele tem “compaixão deste povo” ainda mais porque a maior parte não sabe que é amado por Deus. Conhecendo os pobres de sua época e observando que muitos deles não tinham acesso aos sacramentos, por causa da conjuntura social, com os efeitos da revolução industrial (neste período, os trabalhadores tinham uma jornada diária de 14 a 16 horas de trabalho) Padre Anizan, pede para entrar nos Irmãos de São Vicente de Paulo, devido à proximidade destes religiosos com o povo simples e trabalhador. Primeiramente atuando como missionário, depois será eleito Superior Geral da Congregação dos Irmãos de São Vicente de Paulo. Com o passar dos anos, visitando estas famílias ele reúne grupos de trabalhadores. Estava preocupado com a vida deles. Em 1.891 o papa Leão XIII escreve uma carta ao povo cristão (chamada do título em latim “Rerum Novarum” denunciando a triste situação dos operários. O padre Anizan aproxima-se dos mais sofridos, contudo, ele será duramente criticado pelas elites e inclusive por setores de dentro da Igreja. Padre Anizan é acusado de “modernismo social” (expressão da época que pode corresponder a nossa palavra: ”comunista”). O padre Anizan foi deposto de seu cargo de Superior Geral e proibido de exercer o seu ministério sacerdotal em Paris. Ele se oferece como capelão militar voluntário atuando no meio dos soldados em agosto de 1914 (início da 1ª guerra mundial). Dentro do coração dele surge um grande desejo: “Se tivesse padres totalmente consagrados a este povo, imitando Jesus Bom Pastor”? A idéia torna-se projeto e quando o Papa Bento XV assume a responsabilidade da Igreja Católica, padre Anizan resolve ir à Roma expor o seu sonho. Não somente o Papa aprova, mas incentiva-o e escolhe o nome da futura Congregação: “Filhos da Caridade” –“Filhos do Deus-Amor”. E assim nasce a Congregação “Filhos da Caridade” no dia de Natal de 1.918, logo após o término da guerra. Surge na Igreja uma nova família religiosa consagrada à evangelização do mundo do trabalho. FONTE: LIVRETO COMEMORATIVO DOS 50 ANOS DOS FILHOS DA CARIDADE NO BRASIL CONTINUA.

FIHOS DA CARIDADE 50 ANOS - PARTE 2


INTRODUÇÃO

            Os primeiros Filhos da Caridade fazem o noviciado e começam o seu apostolado na região de Paris. Aos poucos aparecem jovens interessados em viver este carisma e, com o passar dos anos, os Filhos da Caridade passam a assumir outras paróquias em Paris e no interior. O mundo operário começa a se organizar: sindicatos, Juventude Operária Cristã,e outros movimentos.

            Em 1.936, na França, a Frente Popular consegue várias vantagens: o salário mínimo, 15 dias de férias pagas por ano, mas a exploração ainda continua forte. Presentes nas lutas operárias, mas ainda mais preocupados em evangelizar, os Filhos da Caridade já passam o número de 100. A segunda guerra Mundial traz grandes dificuldades, mas também novas esperanças porque os padres, ao voltarem da guerra, percebem que a evangelização não pode continuar com o sistema antigo: os padres devem viver mais perto do povo. Assim nascem os padres-operários por volta de 1.947 (a guerra terminou em 1.945)

            As vocações tornam-se mais numerosas: com mais de cento e cinqüenta filhos da Caridade novas paróquias estão sendo assumidas em várias regiões da França, do norte ao sul. Os anos passam e a evangelização dos pobres e trabalhadores empolga cada vez mais um bom número de jovens.

A INTERNACIONALIZAÇÃO.

            O mundo estava mudando e ficava cada vez mais claro que a classe operária crescia em todas as grandes cidades do mundo. Alguns se perguntam: ”Por que não atender os apelos da classe operária fora da França?” Com esta indagação, as bases da internacionalização de nossa congregação religiosa surgem. Os responsáveis de nosso Governo Geral estudam as possibilidades: na América do Norte, em terras canadenses já existem Filhos da Caridade. Então, por que não enviar religiosos em terras africanas e no contexto sul-americano? Estas argumentações ganharam força e em 1.961, decide-se o envio dos primeiros religiosos ao Brasil: “Era hora de atravessarmos o oceano”, não apenas fisicamente, mas também espiritualmente.

            Era o Gênese (origem) da grande aventura da “internacionalização” do Instituto. Atualmente estamos no Brasil, Colômbia, México, Cuba, Canadá, Costa de Marfim, República Popular do Congo, República Democrática do Congo, Filipinas, Espanha, Portugal e França.

            Estamos presentes em doze países, cada qual com suas particularidades e nestas páginas desejamos partilhar a realidade brasileira, “O Florão da América” que nos acolhe há 50 anos.  São muitas histórias, riquíssimas experiências e tudo isto aconteceu, porque dissemos sim à “Evangelização dos Pobres e Trabalhadores”.

            1.961-2011: 50 anos da presença dos Filhos da Caridade no Brasil: meio século, com muitas histórias: é um pouco uma “História Santa” embora teve sempre altos e baixos pois tudo o que é humano tem falhas.

TERRA DE SANTA CRUZ ESCOLHIDO POR DEUS - PARTE 3


POR QUE O BRASIL FOI ESCOLHIDO?

            Em 1.961, um dos responsáveis da Congregação: o padre Joseph Bouchaudresolveu vir ao Brasil para estudar as possibilidades da implantação de nossa congregação religiosa. Ele chegou à Manaus no dia 29 de junho na festa de São Pedro e prosseguiu viagem: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador e, em cada lugar os padres  respondiam a Joseph Bouchaud: “A sua missão só pode ser em São Paulo: é a região de grande crescimento industrial”.

             Após conhecer o Rio de Janeiro, Joseph Bouchaud chega a São Paulo e marca uma entrevista em Santo André com Dom Jorge Marcos de Oliveira (primeiro bispo diocesano de Santo André). O Superior dos Filhos da Caridade explicou o motivo da visita e Dom Jorge exclamou: ”É Deus que te envia: minha diocese cresce muito, tem cada vez mais fábricas, mais famílias que vem de todo lugar: Nordeste, Bahia, Minas e não tenho padres para atender o povo nosso que é muito religioso: venham na minha diocese que os acolherei de braços abertos: precisávamos de padres com este carisma: servir os trabalhadores”.

            Ao final de julho, o padre José Bouchaud volta à França e pede a um padre que acabava de mudar de paróquia para que ele viesse ao Brasil para estudar as possibilidades e foi assim que o padre João Le Berre veio morar em Santo André, ajudando Monsenhor Cavalcante na paróquia de São Judas Tadeu. Em conversa com Dom Jorge, foi decidido que os primeiros padres que chegassem, atuariam  na paróquia de Santa Terezinha no bairro de Utinga, porque o padre que atendia nesta paróquia iria voltar à Itália.

E foi assim que a Congregação mandou os dois primeiros padres: Pedro Jourdanne e José Mahon, que desembarcaram em São Paulo no dia 1º de dezembro de 1.961.

            Os religiosos foram acolhidos por um frei dominicano “João Batista” que tinha montado uma fábrica comunitária de móveis no bairro de Ipiranga, situada à Rua Vergueiro. Com a chegada dos religiosos franceses surge a primeira necessidade: aprender a falar português, tarefa nada fácil, mas uma religiosa idosa do colégio de Sião em São Paulo (irmã Nímia) se prontificou em ensinar a língua portuguesa aos 2 padres que chegavam.

OS PADRES NO MEIO DOS TRABALHADORES - PARTE 4


PADRES-OPERÁRIOS

             Era década de 60 e estávamos em três padres. Fato marcante em nossa Igreja Católica deve-se à capacidade de pensar e ser criativos na evangelização, e com este dom os três religiosos tentaram realizar um sonho: um dos três sacerdotes iria trabalhar na fábrica, e conhecendo a realidade da massa trabalhadora, partilharia entre os Filhos da Caridade no Brasil, a vida e o suor dos que lutam para sustentar a família. Guiado por este desejo e convicção, o padre José Mahon foi contratado em 1.964 (época da revolução de 31 de março) pelas “Indústrias Villares” em São Bernardo do Campo. Depois foi a vez de Pedro Jordanne trabalhar na “Nordon”(fábrica metalúrgica em Utinga – Santo André) em 1.965 e 1966,  e Roberto Du Lattay em 1.967 era admitido na empresa “Irmãos Vassoler”  na Avenida Industrial em Santo André, contudo, percebemos que era quase impossível atender bem os paroquianos, formar militantes  e trabalhar em fábrica.

            Em nossa equipe de religiosos chegaram os Filhos de Caridade, Bernardo Hervy e Carlos Tosar, este ordenado sacerdote em julho de 1.969 e trabalhador na“ZF” (São Caetano) e “Firestone” (Santo André) por vários anos. Bernard Hervy, também padre-operário, trabalhou como torneiro mecânico, na “Vidrobras”, na“União dos refinadores”, e depois, em Santo André, passando por diversas fábricas, e ligado mais intensamente a um trabalho sindical, na época em que a classe operária do ABC sofria com a ditadura militar.

            Na década de 70, chega o padre Ivo Rannou, Filho da Caridade, trabalhador da construção civil no ABC, como pedreiro, e durante vários anos acompanhou a JOC do ABC, como assistente. Outro FC que veio viver conosco era um padre que esperava o visto para entrar em Cuba, mas, sem resposta, passou alguns anos conosco. Seu nome era João Pedro Borderon e trabalhou como eletricista na Philips, até receber o visto esperado.

PADRE ALFREDINHO SINAL DA CARIDADE DE DEUS - PARTE 5


O PADRE ALFREDINHO         


                Em 1.968 chegou  do Canadá o padre  Alfredinho, religioso Filho da Caridade e trazia em sua bagagem a vontade de viver no meio dos mais pobres. Ele pensava em residir na favela dos alagados em Salvador (Bahia), mas o arcebispo não concordou, e mudando de ares, ele foi aprender a língua portuguesa em Crateús onde dom Fragoso, bispo diocesano, o acolheu. Passado alguns meses,  a amizade com Dom Fragoso se intensificou, a ponto do padre Alfredinho resolver ficar em Crateús.

            Fredy Kunz (padre Alfredinho) realizou um trabalho apostólico muito profundo nos bairros mais pobres, no meio da prostituição, nas frentes de trabalho, e enfrentou as críticas dos militares naquela época de repressão. O religioso conseguiu que o povo de Crateús fosse acolher com carinho os grupos de camponeses que, deixando as suas terras por causa da seca, vinham à cidade com a intenção de saquear os supermercados: estas pessoas necessitadas foram acolhidas nas casas do povoado como verdadeiros irmãos. As famílias abriam as suas portas aos famintos e surgia o PAF (Porta Aberta aos Famintos). Padre Alfredinho criou na Barra do Vento um centro de retiros, foi chamado para animar retiros de sacerdotes e religiosas, tinha um jeito de viver tão simples e evangélico que se tornou uma figura muito conhecida no Brasil. Fundou a Irmandade do Servo Sofredor (ISSO) que se espalhou em muitos estados do Brasil e muitos países do mundo. Em 1.989 veio para Santo André, viveu no meio dos pobres embaixo de viadutos e na favela Lamartine, situada na região da paróquia São Geraldo.  Nesta favela, ele animou a comunidade Nossa Senhora Aparecida, no coração da favela. Como todo ser humano, a idade comprometia a sua saúde, mesmo alimentando-se bem (arroz, feijão, sopa, legumes, chá, café, suco natural). A sua saúde estava muito precária e, após uma longa doença, faleceu em Santo André no dia 11 de agosto de 2.000. Padre Alfredinho escreveu vários livros, entre eles o mais conhecido: “A burrinha de Balaão” e a vida dele foi biografada por Michel Bavarel, e dentre muitos testemunhos de vida não podemos esquecer a sua resistência contra grupos capitalistas que se enriquecem, vendendo produtos nocivos à saúde de nossa população (por exemplo, padre Alfredinho não tomava qualquer refrigerante fabricado pela multinacional Coca Cola).

            Padre Alfredinho e todos que estiveram e atuam na Irmandade do Servo sofredor escreveram e escrevem uma bonita história, marcada pela espiritualidade do Servo Sofredor (Is. 42ss), o grupo dos sete, os encontros e retiros, e como diz a dona Ricarda “Eu quero ser o que sou, nada mais daquilo que sou”.  Nós continuamos seguindo com nosso carisma, mas que fique registrado: “Os exemplos de santidade acontecem em nossas periferias”.

FONTE: http://savfilhosdacaridade.blogspot.com.br
Princípio e fundamento por padre alfredinho sj
  • http://www.slideshare.net/canalfogos/princpio-e-fundamento-por-padre-alfredinho-sj
  • 1. Princípio e Fundamento A visão inaciana de Deus, do homem e do mundo
  • 2. Necessidade de uma preparação Os EE querem levar a uma verdadeira e profunda conversão, mas isso não se faz de repente. Inácio sabia por experiência própria que um fruto tal deveria ser preparado longamente. A experiência da Primeira Semana dos EE supõe um encontro com Deus que a precede e a acompanha. Portanto, uma PREPARAÇÃO
  • 3. O uso que se fazia do Princípio e Fundamento No início, o uso que se fazia deste texto era muito simples. Tendo já peparado o candidato aos EE longamente, Inácio podia simplesmente declarar o fundamento ao início, como uma visão de conjunto Quando a preparação do exercitante não tinha sido tão bem cuidada – pelo crescente número de exercitantes – o Fundamento devia ser mais que uma chamada: um tempo para familiarizar-se com o ideal que fundamenta as disposições requeridas. O Fundamento, de uma simples “declaração” que era no início, viu ser dividido em pontos e transformado em texto de meditação Necessidade de preparar bem o exercitante
  • 4. A visão inaciana de Deus, do homem e do universo “ Uma vez se lhe representou ao intelecto, junto a uma grande alegria espiritual, o modo com o qual Deus tinha criado o mundo. Parecia-lhe ver uma coisa branca, da qual saiam raios e com os quais Deus fazia luz” ( Autobiografia 29).
  • 5. Às margens do rio Cardoner, o peregrino experimentou as criaturas descendo do alto de Deus e o seu necessário retorno e reintegração no seu fim último que é Deus mesmo Nadal: “lhe foi dado não somente um claro entendimento mas também uma compreensão interna de como Deus criou o mundo e ocmo o Verbo se fez carne”
  • 6. À luz desta experiÊncia de Deus criador, princípio ou fonte sempre ativa e fim último da criação, duas verdades se impõem ao espírito de Inácio e comandarão a sua atitude muito positiva para com o mundo: uma com relação à subsistência de todas as coisas criadas em Deus; a outra explica a reordenação de todas as coisas e o dinamismo precioso que daí deriva O homem tem o poder de se elevar das coisas visíveis às invisíveis e a Deus mesmo que por meio delas manifesta a sua potência eterna e a sua divindade O ato criador imprime uma marca a toda a criação que proclama o nome de Deus “Criador e Senhor”. Este ato mesmo, que chama à existência, inculca à criação um movimento e uma reordenação
  • 7. Inácio insistiu muito sobre esta ordenação de todas as coisas a Deus: “O Senhor nosso, na sua infinita bondade, o concede habitualmente às almas que põem nele a sua morada como o princípio, o meio e o fim de todo Bem. O seu nome altíssimo seja sempre louvado e exaltado em todas e por todas as criaturas, ordenadas e criadas para este fim tão justo” (Carta a Francisco de Borja).
  • 8. “ A referência a Deus percorre todos os EE, porque estes tratam de dispor o homem para encontrar a vontade de Deus... Deus é a norma suprema que orienta a vida, e a felicidade suprema do homem se encontra somente Nele Nos EE, Deus aparece desde o início como Deus vivente, infinita Bondade, nosso Criador e Senhor, única norma absoluta da vida do homem, e tudo deve ser ordenado a Ele, à sua glória e ao seu serviço na realização do seu desígnio de amor
  • 9. Interpretação global do texto Duas partes ligadas: Na primeira parte o acento cai não sobre o fato da criação nem sobre o homem, mas sobre o fim ao qual ele é destinado; Na segunda parte o movimento de todo o conjunto, por via de dedução, se move do fim às consequências práticas : sobre estas vai cair o acento complexivo do texto O vigor do texto se concentra sobre a parte final: a norma do “tanto-quanto”, a necessidade da “indiferença” e o impulso para o “magis”
  • 10. Articulação e estrutura do Fundamento Primeira parte: “ O homem é criado: Para louvar, reverenciar e servir a Deus N.S. e para salvar, deste modo, a própria alma; e as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem, para ajudá-lo a alcançar o fim para o qual foi criado Segunda parte: “ Daí segue que o homem deve: Servir-se das coisas tanto quanto o ajudem a conseguir alcançar o fim para o qual foi criado e tanto deve desembaraçar-se delas quanto elas o impeçam disso. Por essa razão É necessário tornar-nos indiferentes a todas as coisas criadas (em tudo o que é permitido ao nosso livre-arbítrio e não lhe é proibido), De modo a não desejar da nossa parte Mais saúde que doença, Mais a riqueza que a pobreza, Mais a honra que a desonra, Mais a vida longa que a breve, e assim em todo o resto, Desejando e escolhendo somente o que MAIS nos conduz ao fim para o qual fomos criados”
  • 11. O Título: Princípio e fundamento “ Chama-se princípio porque ali estão incluídas as conclusões que depois se irão especificando e declarando. E se chama Fundamento porque sustenta sobre si todo o edifício da vida espiritual” (La Palma)
  • 12. Primeira Parte “ O homem é criado : Para louvar , reverenciar e servir a Deus N.S. e para salvar, deste modo, a própria alma; e as outras coisas criadas sobre a face da terra são criadas para o homem, Para ajudá-lo a alcançar o fim para o qual foi criado
  • 13. “ O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus N.S.” Acento do texto: aspecto finalistico: “Criado PARA ” O homem se define pela sua FINALIDADE: Toda a existência humana se joga neste campo de Deus-Criador. “ O homem e Deus, eis os polos extremos do movimento que é definido por duas relações recíprocas: criação e finalidade. Relações que formam um círculo, uma expressando a origem do homem a partir de Deus, a outra o movimento inverso de retorno a Deus... Todo o ser de Deus enfim se apresenta a nós primeiro como Princípio e fim de todas as coisas asim como também do seu devirdivenire, a fine di essere riconosciuto e voluto come tale dall’uomo” (Fessard)
  • 14. Louvar Israel agradece os benefícios do Senhor, louvando-o Expressa a idéia de um reconhecimento não somente exaltante daquele que é louvado, mas também exultante para aquele que louva O louvor manifesta um amor apaixonado, de admiração, entusiasmo, provocado pelo amor total de Deus amigo
  • 15. Reverenciar A reverência, que na sua origem latina recobre os significados de temor, respeito, nos conduz ao “temor de Deus” da Bíblia, indica portanto um amor respeitoso, que teme não o outro, mas teme de trair e de se esquecer do amor
  • 16. Servir A fim de que o amor seja perfeito, além de ser sensato e humilde, precisa ser estável. A isso conduz o serviço: servir é o mesmo que amar sempre Servir é aceitar a tarefa que Deus confiou ao homem, é colaborar para o cumprimento da sua obra gloriosa. Colaboração que quer ser um serviço humilde e uma homenagem sem trégua rendida à Majestade
  • 17. “ Deus Nosso Senhor” Jesus Cristo é o “Criador e Senhor”, o “Criador e redentor” (EE 229) No Exame Geral encontramos três trechos onde a expressão é claramente aplicada a Jesus. Uma é: “Quando fosse sem ofensa alguma de sua divina Majestade, e sem pecado do próximo, deveriam desejar sofrer injúrias, falsos testemunhos, afrontas, e ser tidos e julgados por doidos, porque desejam parecer-se de algum modo com nosso Criador e Senhor Jesus Cristo, e imitá-lo vestindo-se de seu traje e usando as suas insígnias, como Ele as usou para nosso maior proveito espiritual” (Const. 101) Vita Christi de Ludolfo de Saxônia: na introdução este livro traz uma longa meditação sobre o Prólogo do Evangelho de S. João. Nesta meditação Cristo é chamado de “ salutis fundamentum”, único fundamento da salvação.
  • 18. Segunda parte “ Daí segue que o homem deve: Servir-se delas tanto quanto o ajudem a conseguir o fim para o qual foi criado e tanto deve libertar-se delas quanto o impeçam disso
  • 19. Depois de ter definido os polos do ato livre – o homem e Deus – Inácio precisa que o movimento que deve unir os dois passa necessariamente pelo mundo Por meio do homem, “todas as coisas criadas” se convertem em louvor, reverência e serviço. Fazer-se indiferente não é portanto negar nada, mas sim “ abrir-se a todas as coisas criadas ” A lei do “tanto-quanto” comanda o movimento do ato livre em meio ao mundo rumo ao seu Fim. O uso das criaturas dever ser um uso ordenado
  • 20. Por esta razão: É necessário tornar-nos indiferentes com relação a todas as coisas criadas (em tudo o que é permitido à liberdade do nosso livre-arbítrio e não lhe é proibido), De modo a não desejar da nossa parte Mais saúde que enfermidade , Mais a riqueza que pobreza , Mais honra que desonra , Mais a vida longa que a breve , e assim em tudo o mais,
  • 21. Inácio considera sempre ao mesmo tempo a grandeza do homem – que expressa a sua responsabilidade no seio da criação – e a sua profunda miséria e fragilidade. Assim que o homem é considerado sempre em dificuldade e como alguém que é necessitado de Deus. Deverá continuamente ordenar-se, com a ajuda de Deus, para poder responder aos homens e a Deus Falar dos fins e dos meios é recordar o sentido do universo e da existência criada. Mas relevar a dificuldade é chamar a atenção sobre a divisão interior do homem entre a sua miséria e a sua grandeza. Esta consideração leva a cabo a passagem da situação ideal do homem à atual e concreta
  • 22. Indiferença inaciana O que não é: Não significa uma insensibilidade ou frieza afetiva Não se identifica com a ataraxia estóica ou com o ideal do herói grego Não é nem mesmo somente um renunciar a si mesmo
  • 23. O que é a indiferença : A suspensão provisória do querer Sentimento extremamente vivo e acurado do caráter provisório, passageiro e polivalente de todas as coisas que não são Deus Uma preferência, para além dos apegos naturais e íntimos, dada à ordem divina da criação que abraça todas as coisas em um movimento de amor e serviço Desejo de querer somente o que o Senhor quer.
  • 24. Liberdade de espírito Encontrar-me como a agulha de uma balança para seguir o que me pareça melhor para a glória de Deus N.S. e para a salvação da minha alma Expressa portanto uma espera paciente e repeitosa da vontade de Deus Uma graça que se deve desejar e pedir com insistência Disponibilidade em cumprir a vontade de Deus
  • 25. “ Devemos tornar-nos indiferentes …” A indiferença é um caminho: não é algo que existe ou não existe totalmente. Pode já existir numa certa medida, seja quanto à intensidade, seja quanto à área das coisas diante das quais se exerce. No início, em todo caso, é sempre imperfeita. O caminho a ser percorrido para promover a indiferença é duplo: a via ascética (empenho sério da nossa vontade) e a via do amor, sobretudo do amor pessoal a Jesus Cristo “ Nós não acabaremos nunca de nos tornarmos indiferentes, mas a repetição do ato inicial gerará pouco a pouco um habitus caracterizado por um estado de disponibilidade” (Fessard)
  • 26. A finalidade do PF não é alcançar com uma única meditação a indiferença: quem acreditasse ser capaz disso poderia interromper já os EE, porque não teria necessidade deles. Trata-se muito mais de: Fazer compreender e sentir a necessidade da indiferença Fazer tomar consciência, sem desencorajar-se, das próprias faltas nesta matéria e da dificuldade de sermos indiferentes Suscitar o vivo desejo de tornar-se indiferente Fazer desejar vivamente os EE, sabendo que o itinerário destes visa precisamente alcançar este estado espiritual
  • 27. “ De modo a não desejar da nossa parte mais saúde que enfermidade , mais riqueza que pobreza , mais honra que desonra , mais vida longa que breve , e assim em todo o restante...”
  • 28. “ Desejando e escolhendo somente o que mais nos conduz ao fim para o qual fomos criados” Esta última frase expressa o objetivo primordial dos EE: estes se propõem a criar no exercitante uma atitude permanente de decisão pelo amor, por um amor apaixonado que leva a desejar entregar-se mais e melhor Ao final do texto, o pensamento inaciano toma uma direção inesperada e magnífica: a indiferença com relação a toda a criação chega imediatamente a significar, de fato, que se deve proceder “somente desejando e escolhendo o que mais nos conduz a este fim. É o famoso “magis” inaciano. Portanto se passa de repente da indiferença a uma PREFERÊNCIA, da uma disponibilidade na espera a uma ESCOLHA
  • 29. Papel do PF no itinerário dos EE A sua função principal é de introduzir aos EE, concentrando desde o início a atenção e o empenho do exercitante sobre a necessidade de certas disposições, que devem ser adquiridas ou ao menos desejadas vivamente antes de iniciar o processo. A função do PF é também ser uma sondagem preparatória , como um apelo – ao qual o exercitante não poderá se negar – a examinar a si mesmo sob o fio do desejo. Sendo uma síntese antecipada de todos os EE, o PF não pretende ser assimilado imediatamente em toda a sua integridade mas sim ao longo de todo o retiro
  • 30. Perguntas Qual é a visão inaciana de Deus e do homem segundo o PF? Como Deus e o homem são colocados em relação um com o outro por Inácio Como se poderia hoje falar de “indiferença inaciana”? Que palavras poderíamos usar?