quarta-feira, 21 de janeiro de 2015


“O grande caminho não é difícil para aquele que não têm preferências; quando ambos, ódio e amor estão ausentes tudo se torna claro e transparente. Se queres ver a verdade, então não tenhas opiniões a favor ou contra coisa alguma. A luta entre o correto e o falso é uma doença para a mente.”

Pentagrama Publicações No 31 n4
Poderoso São Miguel Arcanjo, crava tua espada na estrada da minha vida e ilumina meu caminho. Que minha luz ofusque os olhos da inveja e queime a língua das calúnia. Que tua força seja a minha força na hora da batalha. Que meu trabalho renda muitos frutos e eu o faça por merecer. Que tua Glória seja eterna ao lado do Criador e eu nunca esqueça que a minha frente, ao meu lado a tua proteção é infinita. Que eu seja por ti abençoado a ponto de levar a tua graça aos meus familiares e amigos que eu amo. São Miguel Arcanjo defendei-nos no combate. Amém, Amém e Amém!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015


UM PRESENTE DO CÉU? PAPA RECEBE UMA INESPERADA “SAUDAÇÃO” DA SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

Danilo Bueno - 18/01/2015

O Papa Francisco agradeceu emocionado uma imagem de Santa Teresinha do Menino Jesus que recebeu durante o voo papal do Sri Lanka às Filipinas e revelou que em oração “pediu uma rosa” à santa francesa como sinal de ter ouvido sua oração, mas em troca “ela mesma veio me saudar”. 

A jornalista da revista Paris Match, Caroline Pigozzi, deu de presente ao Papa uma imagem da santa em baixo relevo. “Quando não sei como irão as coisas, tenho o costume de pedir a Santa Teresa do Menino Jesus, que tome o problema em suas mãos, algo assim, e que me envie uma rosa”, explicou o Pontífice na coletiva durante o voo que o levou a Manila. 

"Pedi-lhe também por esta viagem, se ela podia toma-la em suas mãos, e se me poderia enviar uma rosa, mas em troca ela mesma veio me saudar”, assinalou. O Pontífice agradeceu à jornalista pelo presente: "Obrigado a Caroline e obrigado à pequena Teresinha e a todos vocês”. 

Nascida em Alençon, França em 1893, a Santa Teresinha ficou conhecida como "A Pequena Flor" ou "Teresa do Menino Jesus". Santa Teresinha, religiosa carmelita, entrou em convento à idade de 15 anos, levando uma vida singela e de santidade, fazendo tudo com amor e com uma confiança filial em Deus. 

A Santa se comprometeu a esforçar-se a praticar a caridade com todos, especialmente com aqueles com quem não simpatizava, realizando pequenas obras de caridade cada dia, e fazia pequenos sacrifícios embora alguns parecessem pouco importantes. Estes atos a ajudavam a ter uma profunda compreensão de sua vocação. 

Morreu de tuberculose à idade de 24 anos e foi proclamada Doutora da Igreja por São João Paulo II em 1997, no centenário de sua morte. Assim se converteu na terceira mulher em receber este título, depois da Santa Catarina de Sena e Santa Teresa de Ávila. Desde sua morte, milhões se inspiraram no “pequeno caminho” de Santa Teresa, que é o de amar a Deus e o próximo. 

Muitos milagres se atribuíram a sua intercessão que coincide com a predição que fez durante sua vida terrena: “passarei meu céu fazendo o bem na terra”. Em um de seus escritos a santa afirma: “você sabe muito bem que o Senhor não vê tanto a grandeza de nossas ações, nem sequer a dificuldade delas, mas vê o amor com o que as fazemos”.

http://www.nossasenhoracuidademim.com/2015/01/um-presente-do-ceu-papa-recebe-uma.html

sábado, 17 de janeiro de 2015

Jesus Dos 12 Aos 30 Anos (Primeira Parte) - Frater Alexander

Pouco encontra-se nos evangelhos sobre a adolescência de Jesus Cristo. Dos 12 aos 30 anos há uma lacuna que tem chamado a atenção dos leitores da Bíblia  e dado vazão a explicações hipotéticas. Dessas explicações algumas são extremamente perigosas por conter em si elementos que afastam o homem dos caminhos da fé. 
A Bíblia (que não contém nos evangelhos uma biografia de Nosso Senhor) tem uma proposição muito simples para responder a essa questão:  Jesus, entre 12 e 30 anos, "crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e diante dos homens" (Lucas II, 52). 
Certamente Jesus passou sua juventude submisso à José e a Maria. Provavelmente em Nazaré. Como era de costume , do pai deve ter aprendido o oficio (carpintaria). Assim deu Jesus o testemunho que na vida cotidiana - sob as leis de Deus - também se alcança a santidade e a salvação. Sobre isso dizia São Luis Maria Grignon de Monfort: 
"... Nosso Senhor deu mais gloria a Deus se submetendo à Nossa Senhora na sua vida oculta, do que deu durante a sua vida pública."
Todavia, as mentes mais inquiridoras (ainda que menos religiosas) já se depararam com as diversas hipóteses que circulam por ai, pois é grande o numero de artigos e de livros que tendem, cada um de sua maneira, a revelar o que teria ocorrido na vida de Jesus durante esses anos.
Analisemos algumas poucas sentenças sobre o assunto:



Fonte Rosacruciana

Como Sociedades "Rosa-Cruz" podemos entender certas organizações que, ou tiveram inicio a partir do século XVII na Alemanha graças a divulgação de três manifestos - entre 1614 e 1616 - de suposta autoria do teólogo protestante Johann Valentin Andreae ou se aproveitaram da fama das que ai tiveram inicio e delas tomaram "emprestado" o titulo.
Tais sociedades professam deter conhecimentos muito antigos e portar as chaves de diversos segredos referentes ao homem e ao universo.

No livro "The Mystical life of Jesus" o auto intitulado doutor Harvey Spencer Lewis sugere no cap, X a seguinte tese:

Jesus seria um Grande Avatar Essênio ( a palavra Avatar vem do sânscrito Aval, que significa "Aquele que descende de Deus", ou simplesmente "Encarnação" e seria qualquer espírito divino que ocupe um corpo de carne, representando assim uma manifestação divina na Terra.)

Jesus teria começado seus estudos junto aos Essênios em Monte Carmelo. Aos quatorze anos de idade teria sido levado a India por dois magos, teria então ficado na cidade de Puri em um mosteiro budista; nesse mosteiro, teve contato com mestres e manuscritos budistas. Dali, teria então partido para Benares onde aprendeu o sistema terapêutico dos hindus  (o que explicaria seu imenso poder como "curandeiro") e teve contato com manuscritos do Tibé.

Teria ido depois para à Pérsia, onde se haviam feito, na cidade de Persépolis, os preparativos convenientes para que prosseguisse em seus estudos. Persépolis era a capital da antiga Pérsia e sede dos magos daquele país.

Grandes homenagens prestaram esses magos a Jesus Cristo. De várias comarcas da Pérsia acudiram outros personagens a Persépolis e ali permaneceram como instrutores durante o período da educação de Jesus Cristo.

Depois de um ano na Pérsia, Jesus Cristo e os magos dirigiram-se para a região do Eufrates, onde entrou em contato com os mais ilustres sábios da Assíria e magos de outros países que foram vê-lo e ouvi-lo.

Longo tempo permaneceu Jesus Cristo nas cidades e povoações da Caldéia e da Mesopotâmia. 

Daquele país se transportaram Jesus Cristo e os magos para as ruínas da Babilônia e ali estiveram algum tempo a examinar os templos desmoronados, as partes destruídas e os palácios desertos. 

Da Babilônia foram Jesus Cristo e os magos para a Grécia, onde se encontrou com alguns filósofos atenienses e esteve sob a direção pessoal e cuidado de Apoio, que lhe mostrou as antigas crônicas da sabedoria grega e de lá embarcou rumo a Alexandria.

Ali só ficou o tempo suficiente para conversar com os mensageiros especiais que haviam ido saudá-lo e visitar alguns dos mais antigos santuários. De lá passou para Heliópolis e residiu em uma casa particular, especialmente disposta para ele, com vários criados, um lindo jardim e um escriba, cujas funções eram análogas às do que chamamos hoje de secretário particular.

Pouco depois de sua chegada a Heliópolis, Jesus Cristo foi visitado pelos representantes do sacerdócio pagão do Egito. 

Diz o autor que foi naquela ocasião que Jesus Cristo começou a preparar-se para os graus superiores da Grande Fraternidade Branca da qual se tornou mestre. Retornando finalmente para Palestina.

Fonte Esotérica

Por "esoterismo", podemos entender um conjunto de tradições e interpretações filosóficas de doutrinas e religiões que buscam descobrir/preservar o sentido supostamente oculto do universo e da vida. O esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não poderiam ou não deveriam ser "vulgarizados", ficando então restrito à número de discípulos escolhidos.

O autor esotérico William Walker Atkinson  (que assinava sob o pseudónimo de Yogi Ramacharaka) em seu livro "Cristianismo Místico" propõe a seguinte tese:

Entre os 12 e 30 anos Jesus viajou por locais como Índia, Egito e Pérsia (entre outros) , onde recebeu diversas iniciações.

Na Índia, Jesus teria atraído a fúria dos Brâmanes por impor-se contra sua casta a favor de castas menos favorecidas; considerado um agitador e um rebelde Atkinson via em Jesus uma espécie de "socialista".

Jesus porém não encontrou lá objeções que o fizessem partir e foi se desenvolvendo em sabedoria e deixando marcas que mais tarde seriam descobertas por missionários cristãos em peregrinação a Índia. 

Finalmente, voltou a Israel.

Atkinson acreditava que Jesus era como um instrutor mundial. Os "grãos de sua verdade" teriam sido plantados em diversas religiões e não seriam de forma alguma beneficiadores de uma única igreja ou grupo. O Autor de "Cristianismo Místico" acreditava ainda que no ano 2000 toda a humanidade estaria unida como uma grande família destituída de pré-conceitos de raças e de religião.

Fonte Teosófica

Uma das fundadoras da teosofia , a Sra Annie Bessant, escreveu o livro "O Cristianismo Esotérico", onde no cap IV ("O Cristo Histórico") se encontram (deduzidas de "fontes ocultas") as seguintes referências a Jesus:

Jesus teria nascido na palestina. Seus pais embora pobres eram de origem de origem ilustre e o educaram no conhecimento das escrituras hebréias; tendo porém notado que o jovem tinha grande poder de interiorização e grande aptidão para o estudo destinaram-no à vida ascética.  

Jesus teria então sido enviado para um mosteiro de essênios no deserto meridional da Judéia. O local onde ele se instalou seria muito visitado por sábios da Pérsia e da Índia que rumavam ao Egito; lá existiria uma biblioteca extremamente vasta e continha muitas obras ocultas, mutas das quais provenientes de regiões além do Himalaia.
Posteriormente Jesus teria ido ao Egito, tendo então sido iniciado nos mistérios nas doutrinas que se imbuem os fundadores de todas as religiões, pois - segundo a Sra Bessant - o Egito era o grande depositário dos verdadeiros mistérios do universo. 

Então, já aos 29 anos, ultrapassava em pureza e graça a todos os seus companheiros. Regressou pois a sua terra, Israel; e - após ser batizado por João - passou a ser tabernáculo da Divindade , o novo Avatar.

Aliás a Sra Bessant era uma fabrica de avatares... além de Jesus como avatar ela elevou também ao titulo seu filho adotivo  o jovem indiano Krisnamurti. 

Os Documentos do Mar Morto

Em 1947, a N. O. do Mar Morto , na região de Qumran foram encontrados preciosos manuscritos escondidos em grutas locais; tais manuscritos apresentavam além de textos bíblicos documentos da espiritualidade de uma comunidade de monges israelitas, que são geralmente identificados com os essênios.
Tais documentos fazem referencia a um "Mestre da Justiça", este praticou a pobreza, a penitencia , a humildade , o amor ao próximo, etc; era tido como o "Ungido" ou o "Messias"; foi alvo do ódio dos sacerdotes saduceus ; finalmente foi supliciado e depois subiu aos céus para junto de Deus.

Diante desses dados há quem considere que Jesus era o Mestre da Justiça. Seria a lenda que teria situado Jesus nos tempos de Cesar Augusto, cerca de um século e meio depois do "Mestre da Justiça".


Fontes Espíritas

Alguns espíritas crêem que Jesus aprendeu tudo o que sabia dos essênios. Em "O Sublime Peregrino"psicografada pelo médium Hercilio Maes e ditada pelo espírito Ramatís, Jesus é situado como  um Espírito angélico , informação essa contida nos "registros etéricos"  e por revelações feitas pelos próprios discípulos do Mestre em serviço no Espaço. 
Revelou Ramatís:
"Jesus esteve realmente em contato com os Essênios durante algum tempo e conheceu-lhes os costumes, as austeras virtudes, assim como teve oportunidade de apreciar-lhes as cerimonias singelas dos santuários menores, externos, e os ritos mais sugestivos do "Circuito Interno". Muitos dos seus gestos, práticas e atos do mundo profano deixavam perceber as características essenicas de elevado teor espiritual, pois eles guardavam muita semelhança com os primeiros cristãos."
"Aliás, Jesus, como entidade de elevada estirpe sideral e insaciàvel na pesquisa do espírito imortal, ou da verdadeira vida do homem, jamais deixaria de procurar os Essênios  e conhecer-lhes as idéias, pois os mesmos já ensinavam o amor a Deus, ao proximo e criam na imortalidade da alma e na reencarnação..."
" ... O Mestre não pertenceu, não se filiou propriamente a confraria dos Essênios, mas manteve com eles amistosas relações; essas relações incluíam a participação do mestre nos ritos internos que os próprios mentores Essênios achavam indispensável para uma entidade de seu quilate..."
Ramatis revelou ainda ao vidente outras coisas referentes a Jesus: segundo Ramatis Jesus é o Governador Espiritual do Planeta Terra e , enquanto vivo, era um médium que incorporava o Cristo Planetário - O que haveria de ser assim entendido:
"O Logos, o Verbo ou o Cristo do planeta terra em determinado momento passou a atuar diretamente pelo seu intermediário Jesus, anjo corporificado na figura humana, transmitindo à humanidade a luz redentora do Evangelho"
Conclusão

Em conclusão desse percurso de sentenças sobre os anos obscuros de Jesus , verifica-se que autores que propõem a estada de Nosso Senhor no oriente ou no Egito, são geralmente filiados a sociedades ocultistas, teosóficas ou espíritas. Propõem suas hipóteses em virtude de concepções filosófico religiosas e não em consequência de estudos exegético bíblicos. Em outras palavras: Não é o exame das escrituras que os faz afirmar que Jesus tenha feito viagens de aprendizagem em direção ao Oriente e também não há fontes históricas que levem alguém a crer nisso.

Na semana que vem , veremos que a exegese bíblica derruba essas hipóteses fantasistas   e dissuade as concepções heterogêneas e preconcebidas que inspiram essas sentenças. 

Jesus Dos 12 Aos 30 Anos (Segunda Parte)

Na semana passada apresentamos algumas hipóteses sobre a vida de Jesus Cristo entre 12 e 30 anos. Nos comprometemos ainda à apresentar na exegese a autentica solução para o problema. 

Pois bem, procederemos por três etapas:

 Primeira Etapa: A Estrutura dos Evangelhos

 As sentenças que afirmam que Jesus viajou para fora da Palestina supõem que Evangelhos sejam biografias de Nosso Senhor.  A biografia é um gênero literário em que o autor narra a história da vida de uma pessoa ou de várias pessoas. De um modo geral as biografias contam a vida de alguém depois de sua morte. Uma biografia requer que sejam narradas as origens do personagem (nascimento, infância ...) , que suas principais façanhas sejam descritas e, finalmente, se chegue então a narrativa de seu ocaso terrestre.

O esquema abaixo ilustra como se dá uma biografia:
  1. Narrativas do Nascimento;
  2. Narrativas Sobre a Infância;
  3. Narrativas Sobre a Adolescência;
  4. Narrativas Sobre Maturidade;
  5. Narrativas Sobre o Declínio.
Os que pretendem encontrar nos Evangelhos esse tipo de gênero literário admiram-se por haver ali a omissão dos itens 2 e 3. Então, concluem que os biógrafos  nada publicaram porque nada havia de documentado e que nada havia de documentado porque Jesus estaria fora da Palestina (há ainda os que julgam que as omissões são propositais e que pretendem esconder do mundo o fato de que Jesus estaria ligado ao chamado "esoterismo") . Diante desse pensamento , procuram pela fantasia, reconstruir o itinerário e as características das viagens de Jesus.

A suposição de que os Evangelhos pertencem ao gênero literário das biografias é completamente errônea.  Nunca foi do desejo dos evangelistas relatar a vida de Cristo como uma biografia. A função deles foi fazer eco a tradição oral que os apóstolos transmitiram sobre Jesus de Nazaré. As pregação oral anunciava primeiro a Páscoa do Cristo - Sua paixão, morte e ressurreição e seu valor salvífico para o homem; esse era o ponto culminante da pregação oral e mais tarde dos evangelhos: o Plano da Salvação. Na sequência, a pregação oral cuidava de transmitir aos homens o cerne da doutrina transmitida por Nosso Senhor durante os três anos de seu ministério junto aos homens (a cronologia e a topologia do anuncio dessa doutrina, não raro, esta submetida ao intuito catequético dos evangelistas); São Marcos por exemplo situa esse ministério público entre o batismo de Jesus no Rio Jordão ao momento de sua ascensão aos céus (São Pedro refere-se ao mesmo esquema em At 1,22). Qualquer coisa que tenha ocorrido antes desse período não interessava ao plano catequético e pastoral dos Apóstolos por não fazer parte do Plano Salvífico traçado para a humanidade e , logo, não era relevante. Se porém, encontramos em Mt e Lc algo da infância de Jesus, é preciso lembrar que tais textos são adicionados ao esquema de catequese; acham-se em apêndice, embora iniciem os escritos de Mt e Lc; cada um deles houve por bem escolher da tradição anterior esses poucos episódios referentes a Maria, a S. José, Zacarias, Izabel , João Batista e Jesus. Sem necessariamente se julgar obrigado a narrar tudo o que ocorreu antes dos trinta anos de existência de Jesus.  Deve-se perceber que tudo o que há de narrado sobre a infância de Jesus envolve fatos extraordinários e que de forma muito coesa se ligam ao que há de profético e maravilhoso (anunciação, fuga para o Egito, a ligação familiar com João Batista, etc) quanto ao que demais houve na vida de Nosso Senhor antes dos trinta anos isso não era relevante a ponto de ser narrado , mas não podemos dizer que os apóstolos ignoravam tais acontecimentos (vide Mt 13, 53-56; Mc 6,2s que abordaremos mais adiante). Por fim , podemos dizer que se os evangelistas nada tivessem dito sobre a infância de Jesus nos Evangelhos, ainda assim a finalidade dos mesmos estaria preservada.

Em resumo, assim representamos as nossas observações:

Gênero literário "BIOGRAFIA"

  1. Narrativas Sobre Nascimento;
  2. Narrativas Sobre a Infância;
  3. Narrativas Sobre a Adolescência;
  4. Narrativas Sobre Maturidade;
  5. Narrativas Sobre o Declínio.
Gênero literário "EVANGELHO"

  1. Páscoa (Morte e ressurreição);
  2. Vida Pública (Síntese da mensagem);
  3. Infância (Traços esparsos narrados em Mt e Lc de forma "gratuita).
Logo, podemos concluir que a surpresa de alguém perante o fato dos Evangelhos não narrarem a vida de Jesus entre 12 e 30 anos é algo totalmente sem propósito. Procurar explicar tal período da vida de Jesus com viagens para qualquer local que seja indica total falta de conhecimento por parte do "pesquisador"; é questão mal colocada , baseada em pressupostos e concepções errôneas.

Uma vez observada a inconsistência do problema, cabe à nós agora examinarmos o texto do Evangelho e procurar ai os indícios sobre como viveu Jesus durante esse período. 

Jesus Dos 12 Aos 30 Anos (Terceira Parte)

Continuando nossa serie de posts sobre a vida de Nosso Senhor entre 12 e 30 anos nos aproximamos um pouco mais dos textos do evangelho e também da arqueologia.

Segunda Etapa: Evangelhos e Dados Arqueólogicos

Embora os evangelhos sejam bem silentes no que diz respeito a adolescência de Nosso Senhor, ainda assim ele define (embora de forma curta) o que se deu nesse período. Jesus exerceu uma profissão comum na Palestina antes de iniciar Seu ministério: Ele era carpinteiro, conhecido como tal e vinculado à uma família conhecida.


Analisemos por exemplo a passagem abaixo retirada de Mc 6, 2-3:
 E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
A mesma situação é retratada em Mt 13, 53-66:
E aconteceu que Jesus, concluindo estas parábolas, se retirou dali.
E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?
Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?
Esses dizeres são suficientes para mostrar que os conterrâneos de Jesus conheciam sua identidade, a família a qual pertencia e  a profissão a qual se dedicava.
Até mesmo por sarem sabedores que era homem de origem humilde espantaram-se com sua sabedoria.

Olhando um pouco os costumes da época podemos deduzir que José que teria ensinado a Jesus a profissão de carpinteiro. Diziam os rabinos:

Quem não ensina um oficio a seu filho, ensina-lhe a roubar.
Mencionamos também o fato de que entre os israelitas mesmo os que se consagravam aos estudos da Lei  eram obrigados a ter uma profissão. Rabi Hillel , por exemplo, era lenhador, Rabi Shamai era carpinteiro... Jesus não somente aprendeu a arte da carpintaria , mas a exerceu (como citado acima, Mc 6,2-3).

Em aramaico , a palavra naggar e em grego o vocábulo tekton , significava marceneiro e mestre de obras.

Giovanni Papini observou sabiamente:

O lavrador, o ferreiro, o pedreiro e o carpinteiro são os operários cujas artes manuais são as mais ligadas à vida humana, as mais inocentes e as mais religiosas.
 Visto que habitava a pequena Nazaré na Galileia não seria de se estranhar se tivesse lavrado a terra, uma tradição antiga também sugere (não vou cita-la por não ser totalmente confiável) que poderia ter apascentado ovelhas enquanto era criança. Essa configuração (cidade pequena, trabalho no campo, contato com criação de animais) explicaria sua tendência ao recolhimento (pastores trabalham sós).
De modo geral, podemos deduzir que:

  1. Jesus teria tido infância pobre (carpintaria não era algo rentável);
  2. Teria habitado casa muito modesta (visitando a parte antiga da cidade de Nazaré observa-se que era esse tipo de casa que predominava);
  3. Sua alimentação - como a dos concidadãos de sua época - teria sido algo a base de pão de cevada, leite coalhado, ovos, hortaliças, pouca carne e, nos dias de festa, peixe-grelhado.
  4. Seu meio social era composto por vinhateiros, lavradores, artistas, pescadores ... enfim, gente modesta e pobre que ajudou a compor sua formação humana;
  5. Os galileus eram gente bondosa e de coração simples embora um tanto quanto rudes; 
  6. A linguagem simples dos antigos galileus bem como sua forma figurativa de expressar-se por meio de pequenas histórias teve forte influência na forma que Jesus usava para se expressar.
Terceira Etapa: Conclusão

Como vimos no primeiro post sobre o assunto, as hipóteses de que Jesus teria estudado em escolas de sabedoria no Tibé, Egito, India, Monte Carmelo, Qumran (esse merecerá um post a parte) ... são geralmente de fontes ocultistas, teosóficas ou espíritas; falam muito mais na base de preconceitos ou premissas de seu esoterismo do que em consequência de estudos exegéticos documentados.
Explicar a origem de tais hipóteses só se pode diante da fantasia e não de qualquer raciocínio cientifico. 
Tais teorias só puderam surgir graças ao silêncio dos evangelhos sobre o período de vida de Jesus entre 12 e 30 anos. Ora, levando-se em conta que  o gênero literário a qual os Evangelhos pertencem não é o biografico, que os próprios evangelhos elucidam o fato que os conterrâneos de Jesus o conheciam ... Bem, a ciência exegética e  as pesquisas históricas demonstram que o problema relativo a esse período da vida de Nosso Senhor, simplesmente inexiste. Ou é mal colocado ou não tem razão para ser colocado.
A única coisa que poderia justificar tal questionamento por parte desses grupos é a imperícia biblica.

Por fim - e de não menor importância -  a mesma capacidade de fantasiar respostas sobre algo que se desconhece origina não apenas essas hipóteses "esotéricas" sobre a adolescência de Jesus. Alguns "Evangelhos Apócrifos" , que até possuem certa autoridade, também se revestem de caráter romancista e narram façanhas portentosas de Nosso Senhor enquanto ainda exercia a profissão de carpinteiro. Mas mesmo esses escritos situam a existência entre 12 e 30 anos em Nazaré.

http://frateralexander.blogspot.com.br/2011_02_01_archive.html

A Cruz Ortodoxa





A Cruz Ortodoxa ou Cruz Eslava é uma versão bizantina do crucifixo, contendo oito braços, ou seja, três travessões horizontais. É evidente que não foi numa cruz assim que Jesus Cristo foi crucificado. Esta não é a cruz do Império Romano de crucificação dos condenados. A Cruz Ortodoxa é apenas um ícone, ou seja, uma representação visual com detalhamento rigorosamente fiel com objetivo de ensinar uma cena ou um fato bíblico/teológico.

É através do sacrifício cristão na Santa Cruz que veio a salvação. Foi na cruz que tudo aconteceu. Na cruz Deus deu a vida de Seu Filho amado por nós.

No topo da cruz, acima da barra superior, encontra-se um ícone do rosto de Jesus, com sua auréola divina que contém três letras gregas que significam EU SOU. Isso identifica Jesus Cristo como o mesmo Deus que se revelou a Moisés.
A barra superior, a primeira, no seu topo, está a inscrição da culpa de Cristo dada pelos Romanos: “Jesus Nazareno, rei dos Judeus”, escrito em grego, hebraico e latim. Há também dois anjos adorando o Senhor e entre elas a inscrição “Anjos do Senhor” (em língua eslava: Ангели Господни). Estes seguram toalhas, representando que eles são mensageiros que servem ao Senhor. Sob seus joelhos estão a inscrição que substitui a culpa: “Rei da Glória” (eslavo: Царь славы). Logo abaixo, na tábua, está escrito “IC XC” que são a primeira e última letra do nome de Jesus Cristo em grego: Jesus – IHCOYC, Cristo – XPICTOC. Também significa o nome majestoso de Jesus Cristo reconhecido como “O Cordeiro de Deus, O Filho Unigênito. O Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. O Pastor e Bispo das Almas. O Filho de Davi, o noivo, a Verdade, a Vida e O Caminho. Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

Na barra do meio, onde estão pregados os braços de Cristo, é possível ver a inscrição grega “NIKA” sobre seus braços que significa: “Ele conquista” ou “Ele é vitorioso”. Não há coroa de espinhos, há apenas sua auréola divina, indicando que ali foi crucificado não qualquer homem, mas o próprio Deus Encarnado. Em cada lado dessa barra encontram-se o sol (à esquerda, em eslavo: солнца) e a lua (à direita, em eslavo: луна) que representa o versículo II:31 do livro de Joel: “O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR”. Isto representa o momento da crucificação quando o dia virou noite, a luz foi coberta pelas trevas. Em ambos os lados da cabeça de Cristo está inscrição em eslavo “Filho de Deus”(eslavo: Сынъ Божіи) e abaixo de seus braços a inscrição “Nos curvamos diante de Tua Cruz, ó Mestre, e adoramos a Tua Santa Ressurreição” (em língua eslava: Кресту Твоему покломняемся Владыко, и святое воскресение Твое славимъ).

Atrás do corpo de Jesus Cristo, no lado esquerdo está a lança que o transpassou, marcada com a letra “К” em eslavo. No lado direito está a esponja, marcada com a letra “T” em eslavo, que estava encharcada com o vinagre que ofereceram a Jesus Cristo. No corpo de Jesus está o sangue e a água fluindo a partir do lado esquerdo do seu corpo.

A última barra, a inclinada, que serviu como base para os pés do Cristo (em latim, suppedaneum), representa os dois ladrões. Dessa forma um extremo está levantado, apontando para o paraíso, para onde foi enviado o “bom ladrão” – “Dimas”, e o outro extremo aponta para baixo, para o inferno, lugar destinado ao ladrão que não se arrependeu – “Gestas”. Observe também que seus pés estão pregados com dois pregos, 0 que é confirmado pelas investigações sobre o santo Sudário de Turim. Ao fundo, temos a representação da cidade de Jerusalém, porque Cristo foi crucificado fora dos muros da cidade.

Abaixo dos pés de Jesus Cristo estão quatro letras eslavas com as marcas “М.Л.Р.Б.“ da abreviação de “Место лобное рай бысть” que significa em língua eslava “Lugar da caveira onde esteve o paraíso”. Isso representa o lugar da caveira de Adão, o homem caído, que é salvo aos pés de Jesus Cristo crucificado que salvou os homens. Cristo é o novo Adão, o Adão que Salva. Ao pé da cruz estão as letras “Г Г” que significa Monte Gólgota (em língua eslava: Гора Голгофы), o Lugar da Caveira ou Calvário, que é o monte onde Cristo foi crucificado. A caveira no chão é a caveira de Adão, que representa o homem morto que só pode ser salvo por Cristo. Cristo devolve a vida aos mortos. As letras que o indicam são “Г А” (em língua eslava: глава Адамла) que significam exatamente “Caveira de Adão”.


Fontes:
http://get.jezao.com/a-cruz-ortodoxa/
http://www.historicimpressions.com/Byzantine.htm
http://www.pravmir.com/article_426.html
http://www.synaxis.info/old-rite/0_oldbelief/instructional_eng/cross_symbolism.html

http://frateralexander.blogspot.com.br/2011/03/cruz-ortodoxa.html
A Casa de Hóspedes

O ser humano é uma casa de hóspedes.
Toda manhã uma nova chegada:
A alegria, a depressão, a falta de sentido, como visitantes inesperados.


Receba e entretenha a todos
Mesmo que seja uma multidão de dores
Que violentamente varrem sua casa e tira seus móveis.

Ainda assim trate seus hóspedes honradamente.
Eles podem estar te limpando
para um novo prazer.

O pensamento escuro, a vergonha, a malícia,
encontre-os à porta rindo.
Agradeça a quem vem,
porque cada um foi enviado
como um guardião do muito distante.

Jalaluddin Rumi (1202-1273) apud Rosacruz Áurea
ESFORÇO INFATIGÁVEL

Duas coisas, monges, bem sei: não estar contente dos estados bons (da mente que se tenha obtido) e ser infatigável na luta (pela meta). Assim, lutei infatigavelmente (e tomei a resolução): "Ainda que nada mais reste da pele, tendões e ossos! Ainda que se sequem a carne e o sangue do corpo! Não cessarei o empenho até que não obtenha o que se pode conseguir com força férrea, energia férrea, esforço férreo!"

Esforçando-me com diligência consegui a iluminação; com o esforço me coloquei a salvo da forma intransponível da carga (samsárica).

Monges, se também lutarem infatigavelmente (e tomares a resolução): "Ainda que nada mais reste da pele, tendões e ossos! Ainda que se sequem a carne e o sangue do corpo! Não cessarei o empenho até que não obtenha o que se pode conseguir com força férrea, energia férrea, esforço férreo!", também vós, Monges, conseguireis em pouco tempo, aqui e agora, e por vosso próprio esforço, a meta da vida santa pela qual os filhos de boa família saem de casa para levar uma vida sem morada e entrando nela, nela morareis. 

Portanto, Monges, deveis adestrar-vos assim: "Lutaremos infatigavelmente (e tomaremos a resolução). Ainda que mais da pele, tendões e ossos! Ainda que se sequem a carne e o sangue do corpo! Não cessarei o empenho até que não obtenha o que se pode conseguir com força férrea, energia férrea, esforço férreo". Assim deveis adestrar-vos.

Livro dos Dois - Anguttara Nikaya -  Siddartha Gautama  - O Buda 
Se um homem te insultar por uma coisa que ele sabe de ti, não o insulte por algo que saibas dele. Sejais a única vítima de seu mal e tuas recompensas virão. E jamais ofenda a ninguém. 

Maomé 
Al - Maymûnî disse :

"Constatei que a solidão é o que há de mais repousante para o coração." 

[As - Siyar - 11/226]

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

POTÊNCIA DO HOMEM 

        Monges, abandonem o mal! O mal, monges, se pode abandonar. Se fosse impossível abandonar o mal, não pediria que o fizessem. Mas como pode ser feito, por isso lhes digo: "abandonai o mal!"

         Se abandonar o mal trouxesse dano e sofrimento, não lhes pediria que o abandonassem. Mas como abandonar o mal traz bem estar e felicidade, por isso digo: "abandonai o mal!"

         Monges, cultivem o bem! O bem, monges, se pode cultivar. Se fosse impossível cultivar o bem, não lhes pediria que o fizessem. Mas como pode ser feito, por isso lhes digo: "Cultivai o bem""

         Se cultivar o bem trouxesse dano e sofrimento, não lhes pediria que o fizessem. Mas como o cultivar o bem traz bem estar e felicidade, por isso lhes digo: "Cultivai o bem!"

O LIVRO DOS DOIS - ANGUTTARA NIKAYA - SIDHARTA GAUTAMA, O BUDA

terça-feira, 13 de janeiro de 2015


A Grande Sabedoria Perfeita - Monja Coen

Chegou o tempo de todos nos comprometermos com a construção de uma cultura de paz e harmonia

Durante os primeiros dias do ano novo e mesmo durante todos os dois primeiros meses do novo ano, nos templos da minha ordem, Soto Shu, realizamos uma cerimônia chamada Dai Hannya, que significa Grande Sabedoria.

Invocamos a Grande Sabedoria, aquela capaz de fazer a rendição completa de todos os grandes demônios.

Exorcismo? Quase isso. Há três venenos principais que nos perturbam, a nós, seres humanos: ganância, raiva, ignorância. A partir destes três básicos, outros se desenvolvem, como ciúmes, inveja, preguiça, gula e assim por diante.

Demônios são estados mentais, estados de separação, de inverdades, de tentações, de traições, de provocações da mente pequena. Essa mente que se imagina separada do todo, que deseja apenas para si, para seus amigos e parentes, que odeia ideias e pareceres diferentes das suas ideias.

Conhecemos demônios assim? Conhecemos pessoas, grupos, países que vivem a ignorância da violência, do abuso, das guerras, dos conflitos armados, da miséria, da fome, da ousadia de ferir, matar, abandonar, castrar, destruir a Terra e seres da Terra?

Como obter a rendição desses demônios?

Definitivamente não é através de ações-espelho, não é através de ações semelhantes.

A rendição dos demônios é realizada quando retornamos à sabedoria, quando temos uma compreensão clara da realidade e somos capazes de uma ação efetiva, adequada, transparente. Uma ação sem ódios, sem rancores, sem mágoas.

Ação sábia não é retaliação. É justa. É correta. É compassiva.

De pé e com fé, na madrugada do dia primeiro de janeiro, o abrir do ano novo, revolvi um dos 600 volumes do Sutra da Sabedoria Perfeita, para que o vento de Prajna Paramita (Sabedoria Completa, que nos leva até a outra margem, nos leva a uma outra óptica da realidade, a óptica Buda) se espalhasse nas dez direções e pudesse atingir todas as pessoas em todos os lugares.

Desde as mais humildes moradoras de rua, andarilhas do mundo, até as mais soberbas pessoas. Todos e todas são capazes de despertar. São seres humanos com a capacidade de compreender claramente a realidade e, de pé e com fé, acessar a sabedoria suprema, a sabedoria das sabedorias, acima da qual nenhuma outra sabedoria existe.

São estas as bênçãos de ano novo. Paciência, como repetiu o Papa Francisco na Missa do Galo. Em pé e com fé, como falou a presidente Dilma ao povo brasileiro no dia primeiro de janeiro, depois de colocar em si mesma a faixa presidencial.

De pé, para mim, significa de prontidão, disponível para fazer, para agir rapidamente. E o que é a fé? Confiança, crença, esperança nas pessoas, na verdade, no caminho de sabedoria.

Que este ano, chamado pelo horóscopo chinês de Ano do Carneiro, seja um ano de reconciliação, de sabedoria, de harmonia.

Chegou o tempo de todos e todas, juntos, simultaneamente, nos comprometermos com a construção de uma cultura de paz. Cultivar, plantar, semear, cuidar e oferecer um banquete delicioso que satisfaça e faça com que se rendam todos os demônios das dualidades, das discriminações, dos preconceitos, do pensar pequeno e tacanho. Para que possamos viver uma vida digna e grandiosa.

Que a paz prevaleça na Terra. Maha Prajna Paramita. (Grande Sabedoria Perfeita.)

domingo, 11 de janeiro de 2015



Sobre julgamentos...
Hoje no consultório aconteceu um fato muito interessante e quero dividir com vocês. ..
Recebi uma senhora com sua jovem filha que veio acompanhar a mãe na consulta. Era nosso primeiro contato e ao abrir a porta a "jovem" disse "a médica é você? " Sim! Sou eu! Rsss.. 
Sentamos e ela começou a dizer o quanto a mãe era depressiva, o quanto não suportava nada, reclamava de tudo... e falava, falava, falava... Enquanto a mãe ouvia calada e eu também. Até que ela me olhou e disse "bom não sei se você vai entender porque parece tão moderna... " 
Então perguntei de quem era a consulta. Pra minha mãe é claro! Ahhh, não parece! Você não a deixou abrir a boca até agora!!! 
Acho que ela percebeu, pois se calou e deu espaço para a paciente falar...
E entao eu disse " querida estou aqui pra te ajudar no que for possível . Quero saber de você como está se sentindo! E como numa torneira que lentamente vamos abrindo, essa senhora transbordou toda sua dor num choro longo e doloroso... falou da perda do marido e do irmão que tanto amava... no quão difícil era lidar com tudo aquilo com todos dizendo que ela tinha que ser forte e não podia chorar... que ela estava depressiva e precisa se tratar pois não era normal uma pessoa viver sofrendo... e chorou mais... 
A "jovem" em choque, tentou mais de uma vez interromper mas não deixei. 
Depois de quase meia hora, ela me olhou e disse " você é a primeira pessoa que entende a minha dor, acho que até já melhorei"...rsss
Que bom!!! Seguimos a consulta com ela mais falante e confiante, ciente da validade da sua dor e de ser ouvida sem julgamentos 
Quanto a "jovem", não gostou do que viu, do que ouviu, nem do tratamento proposto. 
Apesar de ser mais jovem cronológicamente que eu, me julgou jovem demais e moderna demais - lê - se ( tatuada demais), rsss... Assim como julga a mãe incapaz demais... 
Quando saíram fiquei pensando em quantos julgamentos fazemos o tempo todo... quanto tempo perdemos com idéias erroneas por pré - conceitos de cor, raça, credo, idéias, roupas, estilos... 
Tenho muitas tatuagens... a quem goste... a quem deteste... Mas isso não me define como profissional. ... Minha competência é inquestionável 
Hoje busco não julgar... ouço todas as histórias com carinho... cada um tem o seu lado... a sua verdade... 
E quem somos nós pra dizer quem está com a razão? 
Por Dra Roberta França 
Geriatra


Ps: hj posto minha última tatuagem que orgulhosamente fiz agora em homenagem ao grande ano de crescimento interior que tive em 2014. A frase indígena Aho Mitakuye Oyasin é para mim uma oração. "Que assim seja pois eu te aceito, te respeito e te reconheço como parte de mim "
Por um mundo mais generoso!!!
Um beijo a todos vocês
Satsang, 09.10.14 - Alto Paraíso 2014

Temas: A manipulação da energia sexual para ter poder sobre o outro/ O Tantra como um florescimento que nasce do amadurecimento do casal/ Os poderes espirituais como obstáculos no caminho do buscador/ A autoimposição do celibato.


Prem Baba: Parece que ao entrar na esfera de relacionamento e sexualidade é como abrir a caixa da Pandora. Hoje tem uma chuva de perguntas sobre o assunto. Então, me parece que esse é mesmo um tema urgente para muitos. Temos que partir de algum lugar. Então, vou começar por aqui mesmo e ver o que é possível.

Pergunta: Amado Baba, seria possível o senhor falar um pouco sobre energia sexual e não ejaculação durante o ato sexual?

Prem Baba: Esse é um tema comum no universo dos buscadores espirituais. Tenho visto muitos buscadores comprometidos em aprender técnicas de retenção do orgasmo, retenção da ejaculação, técnicas para fazer a energia subir pela coluna para abrir os chakras, ganhar poderes. Mas aqui cabe uma reflexão: Quem em você é que está querendo controlar a energia? E para quê? É fato que ao trabalhar com a energia dessa maneira, você vai adquirir poderes, mas esses poderes estarão a serviço de quem? Especialmente quando você ainda está na fase da cura da sua repressão e precisa se valer do remédio da variedade.

Compreenda que ao praticar essas técnicas com várias pessoas diferentes, você acaba criando situações muito perigosas para você e para o outro. Para você, primeiramente, porque amplia tremendamente seu magnetismo e acorda aí o poder de dominar o outro. O ego vai se tornando robusto e astuto. Talvez o principal poder que você desenvolve é o da manipulação; você manipula para ter poder sobre o outro para fugir de si mesmo. Para que é que você quer ter poder? Para fugir da angústia? Você quer acreditar que tem domínio sobre o outro para não se sentir carente? Ter domínio sobre uma pessoa não é diferente de você ter um carro novo, de você ter uma casa nova, de você ter dinheiro na sua conta bancária. Tudo que você tem agrega valor à ideia que você tem de ‘eu’. No mais profundo você está em busca de uma identidade, está tentando preencher uma carência. Enquanto tenta preencher uma carência ganhando dinheiro, comendo ou comprando coisa, você prejudica prioritariamente a você mesmo. Machuca o outro também, mas indiretamente. Não é possível fazer mal a si mesmo sem fazer mal para o outro, assim como é impossível fazer mal para o outro sem fazer para si mesmo. Mas enquanto você está tentando fugir da carência através de conquistas materiais, é você quem acaba se machucando mais.

Mas quando você tenta suprir sua carência dominando o outro, aí as coisas se complicam. Porque para isso acontecer, para você ter domínio sobre o outro, você tem que fazer o outro se sentir inferior, tem que fazer o outro se sentir impotente para você se sentir potente, tem que responsabilizar o outro pela sua responsabilidade. E aí machuca de verdade. Ao mesmo tempo, é uma verdade cósmica que, em algum momento, a energia deve ser direcionada para dentro e para cima. Esse estágio poderíamos até chamar de um supra sexo, mas esse supra sexo é um florescimento. Você precisa primeiro passar pelo sexo normal - onde você tem a chance de purificar a sua personalidade, tem a chance de purificar seu coração -, para que, então, haja espaço para o Eu Maior conduzir essa prática.

Esse aspecto do tantrismo precisa nascer da pureza do coração. À medida que o casal vai amadurecendo enquanto ser humano, como indivíduos que estão vivendo essa experiência de se relacionar - e amadurecer significa transformar o medo, o ódio, significa acordar o respeito pelo outro, significa acordar a gentileza, significa acordar a honestidade -, vagarosamente, começa a vir mesmo uma intimidade mais profunda e mais autêntica. E essa pureza no coração funciona como um ímã que puxa a energia sexual para cima e naturalmente a energia sexual começa a se mover em direção ao coração. Naturalmente, esse movimento mecânico em que a energia se move para baixo e para fora é interrompido, porque tem uma força magnética puxando a energia para cima. Essa força magnética é a pureza do seu coração. Nesse estágio a energia sexual começa a se juntar com o amor, e aí começa a nascer o tantra superior, esse supra sexo. E aí podem surgir rituais, mas sempre espontâneos, que se renovam a cada dia, porque você não se prende a mente condicionada que deve fazer assim e assado.

Todos esses condicionamentos nascem do controle, são formas de se proteger e de dominar. Ao mesmo tempo, eu não posso também eliminar a possibilidade de, vez ou outra, alguém usar uma coisa assim como um remédio. Fique atento para não engessar minhas palavras. Como, por exemplo, ontem eu falava a respeito que a cura da repressão sexual implica na variedade. Mas aí uma pessoa que é bem reprimida, que agora está começando a se envolver com alguém: “Ah o Prem Baba falou que eu tenho que ser livre, que não tenho que me prender a alguém, que eu tenho que variar”. Eu não disse isso, o que eu estou dizendo o tempo todo, repetindo e repetindo é que você precisa ter bom senso, você precisa saber o que é melhor para você.

Então, às vezes, você até contraria uma lei, porque aquilo é o mais importante para você naquele momento. Nesse caso, contrariar a lei significa você se aprofundar nessa relação mesmo sabendo que ainda tem muita lenha para queimar. Porque se você cai no truque da mente de largar essa relação para viver a variedade, você vai viver nada, porque eu te conheço, sei que você vai ter medo de se envolver. Da mesma maneira, às vezes tudo bem você usar um ritual, usar uma técnica de respiração para ajudar a prolongar sua experiência sexual com o parceiro, mas para facilitar a sua aproximação do outro. Mas não se esqueça que o foco está em criar intimidade, o foco está em purificar o coração, e então deixar que naturalmente o tantra possa florescer desse encontro de centro com centro.

Aí, nesse estágio você pode usar uma técnica de respiração, usar os bandhas, usar mantra, usar conhecimento do tantra mágico para sua energia subir; se você quiser você pode. Mas isso deve estar a serviço do amor, você não pode cair na tentação de querer usar isso para fortalecer o seu ego. Um dos maiores obstáculos do buscador espirituais são os siddhis, são os poderes espirituais. Isso só alimenta sua vaidade espiritual, isso só alimenta o falso ‘eu’.

Maior milagre é você estar em harmonia com a natureza. Trabalhe para você desenvolver o siddhi de dormir quando você tem sono, acordar quando você tem que acordar, de comer quando você tem fome e não para saciar um buraco emocional. E aí, se você se harmoniza com a natureza nesse grau, se você pode ser espontâneo nesse grau, aí você vai conhecer o verdadeiro poder.

Outra questão:

Pergunta: O interesse no ato sexual diminui conforme, com os anos, vamos nos conectando mais com o divino?

Prem Baba: Sim. E mesmo se você não se conectar muito com o divino. Com a idade, os hormônios vão se modificando, tem uma tendência natural a diminuir o interesse pelo ato sexual. Mas claro que, quanto mais você direciona a sua energia sexual para Deus, o interesse pela matéria vai caindo, e se você pode curar suas repressões, então quanto mais você direciona a sua energia para Deus, mais rápido você sobe. Porque não tem uma âncora te segurando na Terra; a âncora que te segura na Terra são os desejos reprimidos. Tudo aquilo que é reprimido é desejado, mas se você pode amadurecer nisso, já brincou o suficiente com a bicicleta, se desinteressa dela. Você até vê as outras crianças brincando, mas você nem pensa a respeito, é natural, é da vida humana. É assim, criança gosta de brincar de bicicleta, mas você já brincou o suficiente, não tem mais necessidade, sua mente não está nisso, sua mente está em Deus.

Mais uma questão.

Pergunta: Amado Maharaji, muito grato pelo discurso sobre relacionamento e sexualidade, foi muito esclarecedor, mas surge uma questão: E sobre aqueles que escolheram o celibato, o que você poderia dizer sobre isso?

Prem Baba: Existem muitos caminhos, a questão que se repete: quem é que está escolhendo trilhar esse caminho. É verdade que algumas almas vêm com o propósito de fazer um voto vitalício de celibato. A alma precisa passar por aquela experiência, ele tem que lidar com as tentações de uma forma diferente daquele que não tem esse voto.

A tentação é o convite natural para unir o masculino com o feminino. Mas aquela alma que veio com o propósito, com o contrato assinado de nessa encarnação ter o voto de celibato, ele precisa lidar com os recursos que ele tem disponibilizado pela tradição que inspirou ele a fazer o celibato. Alguns se propõem a fazer um período de celibato a titulo de experiência e aí você precisa estar consciente de quem é que te levou a viver essa experiência.

Me faz lembrar uma história que li certa vez, de um meditador que entendeu que era hora dele se recolher num voto de celibato. Assim como era tempo também dele se recolher do mundo, ele queria se isolar numa caverna num alto de uma montanha. Ele sentia que estava na hora de se distanciar do mundo, que o mundo estava só estimulando os desejos dele; estava na hora de sair do mundo. E aí ele fez um plano, encontrou um lugar num vilarejo bem distante, na montanha bem alta, numa caverna. Não tinha acesso para o ser humano, quase impossível chegar lá, bem difícil, bem íngreme, bem inacessível. Então ele chegou ao vilarejo, fez as compras, teve que alugar um burrinho para levar as coisas. Ia passar uma temporada lá na montanha. Chegando lá ele se entregou para meditação e para suas austeridades. Foi passando o tempo, ele começou a se sentir um pouco incomodado e aí começou a olhar para o burrinho; descobriu que não era burrinho, que era burrinha (risos), começou a olhar para as pernas da burrinha, aí ele pensou: “Está na hora de descer para a cidade”.

Essa é uma questão delicada, quem é em você que está se propondo a fazer voto de celibato? É importante que o celibato nasça da sua consciência, que nasça da sua compreensão, o autênticobrahmacharya - que significa o direcionamento da energia sexual para Deus -, também é um florescimento. E isso acontece na medida em que você purifica seu coração.

Por isso eu estou insistindo que você se dedique para o seu japa, para sua meditação, para a sua oração, para o seu processo de auto investigação, para o seu estudo das sagradas escrituras, cuja principal escritura é o próprio livro da vida, o seu coração. E naturalmente, aquilo que você precisa vai chegando para você. É possível que em um determinado momento o seu guru, o seu mestre espiritual, te dê um comando, porque ele percebe que você está preso em um ciclo vicioso, percebe que a sua mente se apropria da ideia da variedade: “ah, tem que ser um florescimento então vamos continuar”. E aí ele pode dizer: “Agora chega! Agora trate de se entregar completamente para a vida espiritual”. E às vezes a alma está esperando, está clamando para esse comando, às vezes ela não consegue chegar nessa decisão por ela mesma.

Existe um ditado popular na Índia que diz que quando o discípulo está pronto, o mestre aparece. Quando você está suficientemente maduro, o comando espiritual chega para você. O que eu sei que você pode fazer nesse momento é romper, definitivamente, renunciar com a acusação, com o julgamento, com a comparação; é romper com esse ciclo vicioso que te leva para fora com a intenção de dominar o outro, voltar a atenção para si. Dirija a sua atenção para Deus, converse com Deus, dialogue com Deus, se aproxime de Deus; Deus é seu coração, converse com ele. Tratando de pouco a pouco abrir mão de todos esses jogos destrutivos, vagarosamente, você vai ser visitado pela sagrada compreensão. Clareza vai chegar, discernimento vai chegar.

Em todas essas perguntas, o que eu vejo é você ainda tentando controlar a vida, vejo você morrendo de medo de se entregar para o fluxo. Essas coisas você não domina; quando tenta dominar, só arranja problema para você. O que você pode fazer é tratar de abrir seu coração; esse deve ser o seu foco. Controle é o ‘eu’ do medo. Se tem medo, tem obstinação, tem orgulho, ou seja, tem ódio; eles não andam separados, sempre estão juntos. Então, é uma forma de sustentar o seu falso ‘eu’.

Quando eu canto Prabhu aap jago /Parmatma jago /Mere sarve jago /Sarvatra jago, é para que possa acordar em você a inspiração de também cantar esse mantra. Para que possa, cada vez mais, se comprometer em acordar a divindade em você. Mas você não acordar a divindade através do controle, através desses jogos de domínio. A palavra chave é aceitação e entrega, e assim você vai subindo. Mas para isso você tem que achar a tal da confiança. E é incrível como Deus desenhou o jogo nesse plano. Porque você aprende a se entregar para Deus e confiar em Deus confiando em um ser humano assim como você. Você tem que aprender a ver Deus no outro. Tem que aprender a olhar para o outro e ver que, independentemente de todas as mazelas e misérias, tem um princípio divino ali em que você pode confiar. É para esse Ser que você reza, é para esse ser que você falanamaste.

Eu ensino o caminho do coração, o caminho da espontaneidade, o caminho da aceitação. Eu compreendo que esse é o caminho natural. Todo meu esforço é para que você se harmonize com a vida, se harmonize com a natureza, com a natureza que pulsa no seu coração. Aí você ouve a vida falar dentro de você. A vida te guia através da intuição, através das sincronicidades, através dos sonhos, através dos sinais. Mas é verdade que você precisa passar pelas alegrias e misérias do amor humano, para viver a plenitude do amor divino.

Não queira pular etapas. Quem quer pular etapas é o ego que está arrumando um jeitinho de escapar de alguma coisa. A pergunta que nunca deve te abandonar é: “O que Deus quer de mim?” Não importa em que estágio você esteja na sua jornada evolutiva nessa terra, se você está encarnado aqui, de tempos em tempos você deve se perguntar: “O que Deus quer de mim?” E se renda para esse comando. Peça força para poder cumprir aquilo que o comando divino determina, porque às vezes ele pede coisas difíceis, que você rompa com seus apegos, com seu controle, e apego e controle são mecanismos de defesa, você se sente seguro e protegido. Você aprendeu a apreciar um cinzento, porque se sente seguro ali dentro; aprendeu a viver dentro de uma gaiola. Às vezes é difícil abrir mão do controle, do apego; significa abrir mão de tudo que você acredita ser importante para você. Mas às vezes chega esse comando: “Larga esse apego, larga esse controle, vamos nos entregar para o fluxo!”.

Em síntese, você precisa se entregar para o amor. Se o amor é a seiva da vida, é o amor que está te conduzindo, é ele que está te dando o comando. É ele que está quebrando seus apegos, seus controles, para que você possa voltar para ele. Ele está acordando o amor que pulsa em você para que esse amor retorne para ele. Mas há que se ter certa coragem para amar, há que se ter certa coragem para essa entrega. Reze por ela, peça por ela, peça ao princípio universal do amor que te dê essa força, essa firmeza para você seguir esses comandos que vêm dele.

Chega um determinado estágio da jornada em que você não consegue sozinho, você não consegue continuar subindo sem coração, sem, realmente, a intervenção do plano da hierarquia superior. Mas essa intervenção acontece quando você usa seu livre arbítrio para isso, quando você pede através da oração.

Então, o que você quer de verdade? Você quer ser livre mesmo? Você quer mesmo viver de amor? Ou você quer continuar controlando? Apegado? E usando conhecimento espiritual para se defender, para fingir que você está caminhando? Chega esse momento em que a gente tem que se questionar: “quem em mim quer realmente essas práticas espirituais? Para quê?” Tudo é possível, tudo! Esse universo é tão permissivo! É impressionante como é permissivo esse universo. A verdade é que tudo pode, mas você tem que dar conta dos seus pensamentos, palavras e ações; esse é o seu principal instrumento de aprendizado, é assim que você aprende: errando, acertando, caindo, levantando; até que você possa se distanciar dessas subidas e decidas, e só assistir, só assistir, até se tornar uma testemunha de tudo que se passa. Aí você está livre de verdade.

(Músicos cantam bajhans)

Impressionante a capacidade dessa sangha de dar passagem para a beleza, especialmente na forma da música. Para completar o discurso, eu quero dizer que eu obviamente vejo que essa sangha é formada por muita gente jovem, muita gente matriculada na universidade dos relacionamentos. Eu tenho uma sugestão: medite junto com o seu parceiro, sente junto para fazer sua prática espiritual e logo você vai poder compreender muita coisa.

Abençoado seja cada um de vocês. Que possamos ser canais de união.

Até nosso próximo encontro.

Namaste.

http://www.sriprembaba.org/pt-br/satsang/091014
Durante a semana por conta de um incidente e de um acidente perguntei para mim mesmo sobre as razões da radicalidade dos fundamentalismos. Brigadas, Patrulhas, Milícias não existem só de uma tendência. Por conta do que vivi essa semana fiquei profundamente abatido quanto a irmãos espirituais que usam do pouco (ou nulo) conhecimento esotérico que possuem para humilhar quem trabalha espiritualmente ao seu lado. Observei a diferença entre o que diz um Guru e a interpretação posterior de seus Chelas e notadamente a interpretação que passa a existir com os Chelas que nunca conheceram o Guru e reproduzem seus ensinamento a partir da leitura dos discípulos originais. O conhecimento original se distorce e acaba se tornando algo completamente diverso daquilo que o Guru transmitiu. Essa contradição talvez motive a sucessão de Avatares e Mestres na história da Humanidade. Por isso Sri Pram Baba foi preciso em afirmar: "fique atento para não engessar minhas palavras". Discípulos engessam as palavras de seus Mestres porque ainda não alcançaram a mesma serenidade e equilíbrio daqueles que lhe trazem alguma luz e nesse processo no afã de alcançarem a iluminação, em lugar de fazerem Justiça, praticam Opressão.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Normalmente as feridas criadas na infância são reeditadas na adolescência, que é justamente um período no qual temos a chance de tratá-las. Mas, se não conseguimos fazer isso, elas permanecem na vida adulta, o que torna a cura muito mais desafiadora. Isso porque o ser humano tem a tendência de se esquecer; e o tamanho do esquecimento é proporcional ao tamanho da dor que ele sente - quanto maior a dor, maior o amortecimento. Alguns se esquecem completamente da infância e até mesmo da adolescência. E é por isso que eu tenho insistido tanto no tema da responsabilidade em relação as nossas crianças: se pudermos diminuir ao máximo o número de episódios traumáticos na infância, estaremos facilitando o processo de cura coletivo.

Flor do Dia - 08/01/2015 - Sri Prem Baba