quinta-feira, 18 de abril de 2013


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 17 Abril de 2013


Speaker:
Queridos irmãos e irmãs,
A vida terrena de Jesus Culmina na sua Ascensão ao Céu. Na narração que São Lucas faz do acontecimento, dois elementos chamam a atenção: enquanto era elevado, Jesus abençoava os discípulos que se prostraram diante dele; e que em seguida, estes voltaram para Jerusalém cheios de alegria. No primeiro caso, o gesto de abençoar significa que Jesus é o único e eterno Sacerdote; que, sendo Deus e homem verdadeiro, conduziu a nossa humanidade para junto de Deus. O segundo elemento, ou seja, a alegria dos discípulos, nos ensina que eles sabiam – e nós também o sabemos pela fé - que o Senhor, apesar de aparentemente ter-se separado, permanece sempre com os seus discípulos, não os abandona e na glória do Pai os sustenta, guia e intercede por eles. Por isso, ao professar no Credo que Jesus “subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai”, estamos afirmando que Jesus continua no nosso meio, mas de um modo novo. Cristo, junto do Pai, transcende o espaço e o tempo, e por isso pode estar junto de cada um de nós.
* * *
Santo Padre:
Cari pellegrini di lingua portoghese: benvenuti! Saluto i gruppi venuti da Brasilia, Uberlándia e São Paulo. Ricordatevi che non siete mai soli: il Signore crocifisso e risorto vi guida, presso le vostre famiglie e nel lavoro, nelle difficoltà e nelle gioie, perché portiate al mondo il primato dell’amore di Dio. Grazie per la vostra presenza!
* * *
Speaker:
Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem-vindos! Saúdo aos grupos vindos de Brasília, Uberlândia e São Paulo. Lembrai-vos que nunca estais sós: o Senhor crucificado e ressuscitado vos guia, em casa com as vossas famílias e no trabalho, nas dificuldades e nas alegrias, para que leveis ao mundo a primazia do amor de Deus. Obrigado pela vossa presença!

  
© Copyright 2013 - Libreria Editrice Vaticana

AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 10 de Abril de 2013

Estimados irmãos e irmãs
Bom dia!
Na Catequese passada reflectimos sobre o acontecimento da Ressurreição de Jesus, no qual as mulheres desempenharam um papel singular. Hoje, gostaria de meditar acerca do seu alcance salvífico. Que significa a Ressurreição para a nossa vida? E por que motivo, sem ela, a nossa fé é vã? A nossa fé baseia-se na Morte e Ressurreição de Cristo, precisamente como uma casa se apoia sobre os fundamentos: se eles cederem, desaba a casa inteira. Na Cruz, Jesus ofereceu-se a si mesmo carregando sobre si os nossos pecados e descendo até ao abismo da morte, e na Ressurreição derrota-os, elimina-os e abre-nos o caminho a fim de renascermos para uma vida nova. São Pedro expressa-o de maneira sintética no início da sua primeira Carta, como ouvimos: «Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia Ele fez-nos renascer pela Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível» (1, 3-4).
O Apóstolo diz-nos que mediante a Ressurreição de Jesus acontece algo absolutamente novo: somos libertados da escravidão do pecado e tornamo-nos filhos de Deus; ou seja, somos gerados para uma vida nova. Quando se realiza isto para nós? No Sacramento do Baptismo. Antigamente, ele era recebido em geral por imersão. Aquele que devia ser baptizado entrava na grande pia do Baptistério, despojando-se das suas roupas, e o Bispo ou o Presbítero derramava três vezes a água sobre a sua cabeça, baptizando-o em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Depois, o baptizado saía da pia revestindo-se com a nova roupa, que era branca: isto é, nascia para uma vida nova, mergulhando na Morte e Ressurreição de Cristo. Tornava-se filho de Deus. Na Carta aos Romanos, São Paulo escreve: vós «recebestes o espírito de adopção, pelo qual clamamos: “Aba! Pai!”» (Rm 8, 15). É precisamente o Espírito recebido no Baptismo que nos ensina e nos impele a dizer a Deus: «Pai!», ou melhor, «Aba!», que significa «papá». O nosso Deus é assim, é um papá para nós. O Espírito Santo realiza em nós esta nova condição de filhos de Deus. E este é o maior dom que recebemos do Mistério pascal de Jesus. E Deus trata-nos como filhos, compreende-nos, perdoa-nos, abraça-nos e ama-nos até quando erramos. Já no Antigo Testamento, o profeta Isaías afirmava que mesmo que uma mãe se esquecesse do filho, Deus nunca se esqueceria de nós, em momento algum (cf. 49, 15). E isto é bonito!
Todavia, esta relação filial com Deus não é como um tesouro que conservamos num canto da nossa vida, mas deve crescer, deve ser alimentada cada dia com a escuta da Palavra de Deus, a oração, a participação nos Sacramentos, especialmente da Penitência e da Eucaristia e com a caridade. Nós podemos viver como filhos! E esta é a nossa dignidade — temos a dignidade de filhos. Devemos comportar-nos como filhos autênticos! Isto quer dizer que cada dia devemos deixar que Cristo nos transforme e nos torne como Ele; significa que devemos procurar viver como cristãos, procurar segui-lo, embora vejamos os nossos limites e as nossas debilidades. A tentação de pôr Deus de lado, para nos colocarmos nós mesmos no centro está sempre à espreita, e a experiência do pecado fere a nossa vida cristã, o nosso ser filhos de Deus. Por isso, devemos ter a coragem da fé, sem nos deixarmos conduzir pela mentalidade que nos diz: «Deus não é útil, não é importante para ti», e assim por diante. É precisamente o contrário: só se nos comportarmos como filhos de Deus, sem nos desencorajarmos por causa das nossas quedas e dos nossos pecados, sentindo-nos amados por Ele, a nossa vida será nova, animada pela serenidade e pela alegria. Deus é a nossa força! Deus é a nossa esperança!
Caros irmãos e irmãs, nós somos os primeiros que devemos ter bem firme em nós esta esperança e dela devemos ser um sinal visível, claro e luminoso para todos. O Senhor ressuscitado é a esperança que nunca esmorece, que não engana (cf. Rm 5, 5). A esperança do Senhor não engana! Quantas vezes na nossa vida as esperanças esmorecem, quantas vezes as expectativas que temos no coração não se realizam! A nossa esperança de cristãos é forte, certa e sólida nesta terra, onde Deus nos chamou a caminhar, e está aberta à eternidade porque se funda em Deus, que é sempre fiel. Não devemos esquecer: Deus é sempre fiel; Deus é sempre fiel para connosco. Ressuscitar com Cristo mediante o Baptismo, com o dom da fé, para uma herança que não se corrompe, nos leve a procurar em maior medida as realidades de Deus, a pensar mais n’Ele, a rezar mais a Ele. Ser cristão não se reduz a seguir mandamentos, mas significa permanecer em Cristo, pensar como Ele, agir como Ele, amar como Ele; significa deixar que Ele tome posse da nossa vida e que a mude, transforme e liberte das trevas do mal e do pecado.
Prezados irmãos e irmãs, a quantos nos perguntarem a razão da nossa esperança (cf. 1 Pd 3, 15), indiquemos Cristo ressuscitado. Indiquemo-lo com o anúncio da Palavra, mas sobretudo com a nossa vida de ressuscitados. Manifestemos a alegria de ser filhos de Deus, a liberdade que nos permite viver em Cristo, que é a verdadeira liberdade, aquela que nos salva da escravidão do mal, do pecado e da morte! Contemplemos a Pátria celeste, e teremos uma luz e força renovadas também no nosso compromisso e nas nossas labutas diárias. É um serviço precioso, o qual devemos prestar a este nosso mundo, que muitas vezes já não consegue elevar o olhar, já não consegue olhar para Deus.

Saudação
Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, de modo particular os grupos provenientes de Coimbra e de São José do Rio Preto. Agradeço a todos a presença, enquanto desejo que cada um cresça cada vez mais na vida nova de ressuscitados, que Cristo nos conquistou. Deus vos abençoe!
APELO
Recebi a notícia do forte tremor de terra que atingiu o sul do Irão, causando muitos mortos, numerosos feridos e graves prejuízos. Rezo pelas vítimas e manifesto a minha proximidade às populações atingidas por esta calamidade. Oremos por todos estes irmãos e irmãs iranianos.


© Copyright 2013 - Libreria Editrice Vaticana



AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 3 de Março de 2013

Prezados irmãos e irmãs
Bom dia!
Hoje retomamos as Catequeses do Ano da fé. No Credo nós repetimos esta expressão: «Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras». É precisamente o acontecimento que estamos a celebrar: a Ressurreição de Jesus, centro da mensagem cristã, que ressoou desde os primórdios e foi transmitido para que chegue até nós. São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: «Transmiti-vos primeiramente o que eu mesmo tinha recebido: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras; depois, apareceu a Cefas e em seguida aos Doze» (1 Cor 15, 3-5). Esta breve confissão de fé anuncia precisamente o Mistério pascal, com as primeiras aparições do Ressuscitado a Pedro e aos Doze: a Morte e a Ressurreição de Jesus são exactamente o coração da nossa esperança. Sem esta fé na morte e na ressurreição de Jesus, a nossa esperança será frágil, mas não será sequer esperança, e precisamente a morte e a ressurreição de Jesus são o coração da nossa esperança. O Apóstolo afirma: «Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é inútil, e ainda viveis nos vossos pecados» (v. 17). Infelizmente, muitas vezes procurou-se obscurecer a fé na Ressurreição de Jesus, e também entre os próprios crentes se insinuaram dúvidas. Um pouco daquela fé «diluída», como dizemos; não é a fé forte. E isto por superficialidade, às vezes por indiferença, preocupados com muitas coisas que se consideram mais importantes que a fé, ou então devido a uma visão apenas horizontal da vida. Mas é precisamente a Ressurreição que nos abre à maior esperança, porque abre a nossa vida e a vida do mundo para o futuro eterno de Deus, para a felicidade plena, para a certeza de que o mal, o pecado e a morte podem ser derrotados. E isto leva a viver com maior confiança as realidades diárias, a enfrentá-las com coragem e compromisso. A Ressurreição de Cristo ilumina com uma luz nova estas realidades quotidianas. A Ressurreição de Cristo é a nossa força!
Mas como nos foi transmitida a verdade de fé da Ressurreição de Cristo? Há dois tipos de testemunhos no Novo Testamento: alguns têm a forma de profissão de fé, isto é, de fórmulas sintéticas que indicam o âmago da fé; outros, ao contrário, têm a forma de narração do acontecimento da Ressurreição e dos a eventos a ela ligados. O primeiro: a forma da profissão de fé, por exemplo, é aquele que há pouco ouvimos, ou seja, o da Carta aos Romanos, em que são Paulo escreve: «Se com a tua boca professares: “Jesus é o Senhor!”, e no teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo!» (10, 9). Desde os primeiros passos da Igreja, é bem sólida e clara a fé no Mistério de Morte e Ressurreição de Jesus. Hoje, porém, gostaria de meditar sobre o segundo, sobre os testemunhos na forma de narração, que encontramos nos Evangelhos. Antes de tudo, observemos que as primeiras testemunhas deste acontecimento foram as mulheres. De madrugada, elas vão ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus e encontram o primeiro sinal: o túmulo vazio (cf. Mc 16, 1). Depois, segue-se o encontro com um Mensageiro de Deus que anuncia: Jesus de Nazaré, o Crucificado, não está aqui, ressuscitou (cf. vv. 5-6). As mulheres são impelidas pelo amor e sabem acolher este anúncio com fé: acreditam e imediatamente transmitem-no; não o conservam para si mesmas, mas transmitem-no. A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não podem ser contidas. Isto deveria verificar-se também na nossa vida. Sintamos a alegria de ser cristãos! Acreditemos num Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Tenhamos a coragem de «sair» para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida! A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, devemos transmiti-la, comunicá-la aos outros, compartilhá-la com o próximo. Consiste precisamente nisto o nosso testemunho.
Outro elemento. Nas profissões de fé do Novo Testamento, como testemunhas da Ressurreição, são recordados apenas homens, os Apóstolos, mas não as mulheres. Isto porque, segundo a Lei judaica daquela época, as mulheres e as crianças não podiam dar um testemunho confiável, credível. Nos Evangelhos, ao contrário, as mulheres desempenham um papel primário, fundamental. Aqui podemos entrever um elemento a favor da historicidade da Ressurreição: se fosse um episódio inventado, no contexto daquele tempo não estaria vinculado ao testemunho das mulheres. Os evangelistas, ao contrário, narram simplesmente o que aconteceu: as primeiras testemunhas são as mulheres. Isto diz que Deus não escolhe segundo os critérios humanos: as primeiras testemunhas do nascimento de Jesus são os pastores, pessoas simples e humildes; as primeiras testemunhas da Ressurreição são as mulheres. E isto é bonito. Esta é um pouco a missão das mulheres: mães e mulheres! Dar testemunho aos filhos e aos pequenos netos, de que Jesus está vivo, é o Vivente, ressuscitou. Mães e mulheres, ide em frente com este testemunho! Para Deus o que conta é o coração, quanto estamos abertos a Ele, se somos filhos que confiam. Mas isto leva-nos a meditar inclusive sobre o modo como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e ainda hoje desempenham um papel especial na abertura das portas ao Senhor, no seu seguimento e na comunicação do seu Rost0, pois o olhar de fé tem sempre necessidade do olhar simples e profundo do amor. Os apóstolos e os discípulos têm dificuldade de acreditar. As mulheres não. Pedro corre até ao sepulcro, mas detém-se diante do túmulo vazio; Tomás deve tocar com as suas mãos as chagas do corpo de Jesus. Também no nosso caminho de fé é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de o amar: a fé professa-se com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.
Depois das aparições às mulheres, seguem-se outras mais: Jesus torna-se presente de modo novo: é o Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não voltou para a vida terrena, mas sim para uma nova condição. No início não o reconhecem, e os seus olhos só se abrem através das suas palavras e dos seus gestos: o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós existem muitos sinais em que o Ressuscitado se faz reconhecer: a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros Sacramentos, a caridade, os gestos de amor que trazem um raio de luz do Ressuscitado. Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar pela sua força, para que também através de nós, no mundo, os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida. Vejo que há muitos jovens na praça. Ei-los! Digo-vos: levai em frente esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Esta é a vossa missão! Levai em frente esta esperança. Permanecei alicerçados nesta esperança, nesta âncora que está no céu; segurai com força a corda, permanecei ancorados e levai em frente a esperança. Vós, testemunhas de Jesus, deveis levar em frente o testemunho de que Jesus está vivo, e isto dar-nos-á esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido devido às guerras, ao mal e ao pecado. Em frente, jovens!

Saudações
Caríssimos peregrinos de língua portuguesa, em particular ao grupo de brasileiros vindo do Paraná: alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Deixai-vos iluminar e transformar pela força da Ressurreição de Cristo, a fim de que as vossas existências se tornem um testemunho da vida que é mais forte que o pecado e a morte. Boa Páscoa a todos!

© Copyright 2013 - Libreria Editrice Vaticana



Nenhum comentário:

Postar um comentário