terça-feira, 30 de dezembro de 2014

JACOB BOEHME (1575-1624): “O Espírito mostra e anuncia claramente que antes da criação dos anjos o Ser divino, com Suas fontes [ou forças] ascendentes e Suas qualificações, foi desde toda a eternidade, permaneceu assim na criação dos anjos, ainda é o mesmo hoje e continuará assim eternamente. O espaço, lugar ou região deste mundo, que abarca o céu criatural que vemos com nossos olhos, o lugar ou região da Terra e das estrelas, e também as profundezas do espaço, tudo isso teve a mesma forma que aquela que ainda hoje há acima do céu, na magnificência divina. Na criação dos anjos esse foi o reino do grande príncipe Lúcifer. Por sua orgulhosa exaltação em seu reino, ele inflamou e tornou ardentes as qualidades ou o salitre divino de que fora formado. Supôs que com isso se tornaria muito grande e luminoso e qualificaria acima do Filho de Deus. Mas foi um insensato, uma vez que nesta qualidade ardente esse lugar ou região não podia subsistir em Deus, de onde resultou a criação deste mundo. (...) Em Sua ação ou movimento, Deus produziu de uma só vez todos os anjos; não de uma substância estrangeira, mas de Si mesmo, de Sua poderosa força [ou virtude] e de Sua Sabedoria eterna. A opinião dos filósofos foi de que Deus havia formado os anjos apenas da luz, mas se enganaram, pois os anjos não foram formados apenas da luz, mas de todas as forças de Deus. Como mostrei acima, há particularmente duas coisas [ou formas] a serem notadas nas profundezas de Deus Pai. Em primeiro lugar, a força, ou todas as forças de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, as quais são amáveis, atraentes, múltiplas, e contudo estão umas nas outras como uma única força.” A AURORA NASCENTE. São Paulo: Polar Editorial, 2011, páginas 82 e 83. www.polareditorial.com.brpolareditorial@uol.com.br 11 3816-3018

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